Um senso de descoberta

Ela queria chegar perto, mas não o suficiente para não poder voltar. Queria apenas se esgueirar, observar, analisar, imaginar o que poderia ter sido e o que poderia vir a ser. Guiava-se pela mera curiosidade. Não tinha nenhuma outra intenção, assim justificava-se a si mesma.

Ou talvez quissesse sentir de novo o que era paixão. Completamente diferente do amor - que ela já conhecia. Mas faltava-lhe aquele frio na barriga, o arrepio por todo o corpo, a sensação de arrebatamento, o distanciamento platônico. Nisso ela não queria acreditar.

Sua intenção era um mistério até para ela mesma: uma bela forma de se auto-enganar.