quarta-feira, 31 de março de 2004

Faltou luz la em Assunção e só agora decidiu-se pelo reinicio do jogo. Um tempao depois, claro.

Incrivel como as decisoes que parecem mais simples sao justamente as que tomam mais tempo. E as que cabem maiores questionamentos bestas e protelatorios.

Mantenho a minha posicao de que poderiam fazer assentamentos rurais nos campos de futebol.

Bem mais util, sem duvida.


(E se algum engraçadinho vier me dizer que futebol é lazer e precisamos de lazer, e bla bla bla, eu vou bater porque hoje eu nao to boa nao. Humpf)
Este texto da serie "Interlúdio" já estava comigo há algum tempo. Mas ainda não estava pronto: faltava-me o desenlace. Terminei há uns 2 dias. Tinha desistido de posta-lo para nao ter de ficar revolvendo o meu baú de sentimentos. Aquele velho baú das coisas que nao gostamos de lembrar, saber e ouvir. Nesse texto, porém, nem tudo é verdade. Ressalvo-me o direito de dizer algumas boas mentiras. E outras tantas verdades inventadas.

Além disso, há de se ter em mente que, ao escrever, posso brincar de reescrever a minha própria história.



Interlúdio 3

Porque de céu a inferno é preciso pouco tempo na relação dos dois. Talvez a questão não fosse mesmo a conduta dele, mas os conflitos dela. Os fantasmas internos, a paranóia.

Ela sempre tivera um turbilhão de sentimentos atormentadores. A sua insegurança era visível e, diga-se, algumas vezes até mesmo rísivel. Achava, dentre outras coisas, que ele gostava muito menos dela do que ela gostava dele, como se tal mensuração fosse possível. Por isso mesmo, sofria ao se aproximar só de saber que teria de se afastar. Os encontros fugidios de sempre. Sofria também por não poder estar tão perto dele quanto desejava. Até mesmo porque ele parecia não querer. Temia infringir as regras da boa conduta moral, aquelas mesmas que nos parecem certas vezes esquecidas. Mas a alma dos dois, mal sabiam, já estava corroída por todos os pecados possíveis de se elencar. A dela talvez fosse a mais perdida de todas: desejava um homem que não era seu.

E queria ser? Outra confusão. Não sabia ela preferir a resposta exata ou gozar do benefício da dúvida. Aos olhos dela, tudo para ele estava muito bem, cômodo e calmo.

A impressão que se tinha era de que ele sempre poderia tê-la, mas ela nunca conseguiria alcança-lo.

Perdeu a conta de quantas vezes tentou dele se afastar.

Mas aí ele vinha com aquele sorriso... E ela jogava a toalha.

segunda-feira, 29 de março de 2004

Voces conseguem me imaginar numa daquelas aulas de academia de coreografias de axe, funk e hip hop?

Pois é... Fui fazer uma e adorei! Achei o maximo. Ate os funks brabos eu me diverti dançando. Quero ir sempre.

Uma nova Andrea vindo por ai... :)

domingo, 28 de março de 2004

Sobre os ultimos acontecimentos no reino da canalhice, eu so tenho uma coisa a dizer. Eu nao, mas a capetinha que reside em mim:

EU ADORO QUANDO GENTE ESCROTA SE FODE.
(Assim mesmo, com direito a bold e caixa alta)
A festa de ontem?

Ma-ra-vi-lho-sa.

Bebida liberada com direito a um monte de batida do Oswaldo que certamente so os iniciados sabem o que é, comida de festinha de criança (risoles, empadinhas, croquetes... ) e a galera maneirissima da minha faculdade.

Nunca vi isso: nao tinha um chato na festa. Só gente irada. Dancei muito, falei muita besteira, ri feito desesperada, bebi demais... Fiz o garçom derrubar uns copos de chopp no chao porque eu me desequilibrei do salto... Enfim, memoravel.

Os comentarios certamente vao rolar por um mes. E eu espero que a minha ressaca nao passe de hoje.

sábado, 27 de março de 2004

Hoje tem uma festa que promete. Festão mesmo, lá na casa de uma amigona da faculdade.

Amanha, quando me sobrarem apenas os ossos, conto como foi.

Um bom sábado para todos.

sexta-feira, 26 de março de 2004

Porque em qualquer relacionamento é dificil nao haver desproporção na maneira de gostar. E esta leva, inevitavelmente, a desencontros historicos, inseguranças permanentes e a uma cobrança mútua sem igual.

Por mais que se pense, lembrando daquela bela frase tantas vezes aqui repetida, "If equal affection cannot be, let the more loving one be me", é dificil nos contentarmos com tao pouco.

Ao mesmo tempo, impossivel nao nos questionarmos se a busca pela satisfacao nao é um dos motores propulsores de nossas vidas.

Reconheceriamos nos o momento da plenitude da satisfacao? Nao quereriamos cada vez mais sem reconhecer que nao haveria satisfação em um patamar maior que aquele que experimentamos?

Nada é bastante, infelizmente. Por isso mesmo, so nos resta tentar. Viver, errar, acertar, persistir e querer sempre mais. Ser sempre mais feliz.

quinta-feira, 25 de março de 2004

Alunos ocupam gabinete de diretor de curso da UFRJ

Estudantes pedem afastamento de gestor por não contratar professores concursados

Sabrina Netto

Mais de 200 alunos do curso de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Centro, passaram todo o dia, ontem, dentro do gabinete do diretor do curso, Armênio Albino da Cruz Filho. Sem terem obtido a resposta que esperavam - o afastamento de Armênio - por ação da reitoria, os estudantes decidiram dormir na sala do diretor. Cerca de dez agentes da Polícia Federal e policiais militares foram chamados para conter um possível tumulto, por volta das 11h, quando a ocupação começou. No fim da tarde, os policiais foram embora. Segundo alunos, o diretor do curso deixou o gabinete logo pela manhã, sem ser visto pelos manifestantes.
De acordo com o diretor do Centro Acadêmico do curso de direito, Rafael Amorim, Armênio vinha promovendo uma direção arbitrária, além de perseguir politicamente alunos contrários a suas medidas.

- As notas somem e muitos não conseguiram se formar por serem contrários a ele. Foram 14 professores concursados, 12 adjuntos e dois assistentes, que ele não empossou. Enquanto isso, contrata 50 substitutos apenas pelo currículo. Temos pessoas sem qualificação, que não sabem falar português, tentando ensinar direito - denuncia Rafael, que anuncia para hoje uma visita dos alunos ao Conselho Universitário.

Depois de passarem parte da tarde na ocupação do gabinete, quatro alunos se organizaram e formaram uma comissão para negociar com o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, o afastamento do diretor. A assessoria de imprensa da universidade informou que a reivindicação dos estudantes deverá ser difícil de ser atendida, já que faltam dois anos para o fim do mandato de Armênio.

- A faculdade teve um prejuízo de R$ 700 mil por causa da gestão dele. Uma comissão de sindicância da universidade recomendou seu afastamento. Só saímos daqui quando ele deixar a diretoria - argumenta o diretor do Centro Acadêmico.

A crise da unidade gerou uma ação judicial contra a diretoria, proposta pelo Ministério Público Federal, no início do mês. Segundo um dos professores concursados, a contratação vem sendo ''boicotada'' pela direção da faculdade, que estaria enviando os processos de admissão para a reitoria sem os documentos exigidos. Outra conseqüência denunciada por alunos é a dificuldade para que seja montado um curso de pós-graduação, já que faltam professores doutores. A UFRJ é uma das poucas universidades federais do país cujo curso de direito não tem mestrado. Em outro protesto, contra a direção, o professor titular Leonardo Greco acusou Armênio de desrespeitar a Lei de Diretrizes e Bases ao não democratizar sua gestão. Segundo ele, o dirigente não mantém reuniões freqüentes dos órgãos colegiados.

Hoje, os alunos da Escola de Belas Artes fazem um protesto na reitoria para denunciar o estado do prédio que ocupam na Ilha do Fundão. Segundo os estudantes, faltam mesas, cadeiras e iluminação nos ateliês. Eles também reclamam do projeto de levar a biblioteca para a Praia Vermelha, na Urca.

Jornal do Brasil

Ah, finalmente uma materia decente sobre o que esta acontecendo na faculdade...

quarta-feira, 24 de março de 2004

PMs ficam feridos em tumulto na faculdade de Direito da UFRJ


Ediane Merola - O Globo
GloboNews TV

RIO - Dois PMs acabaram feridos no tumulto com estudantes da Faculdade de Direito da UFRJ, que ocuparam a direção da unidade no Centro do Rio nesta quarta-feira. Os alunos reclamam de supostas irregularidades na administração do diretor da faculdade, Armênio Albino da Cruz, pedem uma intervenção na unidade e a renúncia de Cruz. O procurador da República, do Ministério Público federal, Daniel Sarmento impetrou uma ação contra o diretor da Faculdade de Direito por improbidade administrativa, já que descumpriu uma série de ações judiciais.

Os alunos quebraram móveis do gabinete da diretoria durante o protesto. Policiais federais foram ao prédio da instituição e tentaram dar voz de prisão aos estudantes. O pró-reitor de graduação da UFRJ, José Roberto Meyer, esteve na Faculdade de Direito defendendo os alunos e tentando acalmar a situação.



Mas nao teve nada de policial ferido nao... Imprensa é dose.

E nao sao supostas irregularidades: todas ja foram apuradas por uma comissao de sindicancia da propria UFRJ, ha relatorio e tudo mais.

O que foi chamado de tumulto nada mais foi do que uma manifestacao dos alunos indignados com a situacao da faculdade. A historia é complicada que so vendo.

Para quem tiver interesse em ler outras materias, fica ai o endereço do Centro Acadêmico, o Caco - Centro Acadêmico Cândido de Oliveira.

segunda-feira, 22 de março de 2004

Para aqueles que tem o privilegio de morar no Rio de Janeiro...

Já viram que espetaculo está a cor do ceu hoje? Que azul belo é esse?? Muito, muito lindo. Impossivel de descrever. Impossivel de se montar uma combinacao de tintas que torne possivel pintar um ceu como o de hoje.

E olhando o dia lindo, passando pela Lagoa deu até para me emocionar.

domingo, 21 de março de 2004

Fim de semana ameno, alma tranquila.

Sai com o Eli e um casal de amigos para jogar sinuca e air game na sexta. No sabado, fomos a uma festinha de amigos. Uma amigona minha esta indo morar sozinha e fez um open house. A casa dela esta uma gracinha, toda caprichada, aconchegante. Depois fui para um luau do povo da faculdade.

Foi legal pelo fato de que agora posso finalmente sair com essa galera. Antes nao conseguia ve-los por causa do estagio. Estava sempre trabalhando feito louca nos dias de semana. E no fim de semana ficava estudando para dar conta das coisas da faculdade, alem de estar sempre cansada. Dormia cedo, ficava em casa as 6as feiras. Agora nao: posso curtir a vida um pouco e me permito fazer coisas que nao permitia antes. Algumas pelo mero entendimento de que sou jovem e esta é a epoca de experimentar tudo - seja errando ou acertando - outras porque preciso.

O luau foi legal, mas eu nao estava no clima. E fazia um frio danado na praia. A comida ja tinha acabado e nao tinha nem uma cachacinha para aplacar o frio. A boa mesmo foi ficar la deitadona, com canga em cima, amontoada com a galera tirando uma sonequinha.

Hoje o dia nao rendeu muito. A ideia era estudar, mas acordei tarde. Depois conseguimos finalmente conversar com o meu pai pela net por audio e video. Nao pudemos ve-lo e ainda nao conseguimos um modelo ideal pra conversar. Estamos usando o MSN para ver a imagem e o Yahoo para o som. Funcionar, funciona. Mas é meio malinha, ne nao?

A tarde vim para o ensaio da banda do Eli, o Celtha. Dessa vez nao foi na casa dele como sempre e sim na casa de uns amigos dele que tem uma outra banda. Vai ter show finalmente. Em abril e eles estao ensaiando a todo vapor.

Tá ficando muito legal mesmo. Queria ter visto o ensaio da outra banda, mas nao rolou.

Vou ficar aqui na casa do Eli mesmo. Vamos a uma festinha.


Pronto... fiz um post relatando meu fim de semana, coisa que ha muito nao fazia. Por falta de vontade e por outros motivos tambem, confesso. Historias, historias.

No entanto, acreditem, todos os outros posts - sem relatos do cotidiano - foram infinitamente mais pessoais do que esse.

Uma boa semana para todos.

quinta-feira, 18 de março de 2004

Interludio 2

Depois daquele dia, finalmente os dois pareciam se acertar. Ela nao sentia mais a insana necessidade de obter dele as respostas que ele nao daria nunca. Estava calma. Ele parecia estar mais honesto e sincero com ela. Seus olhos diziam isso - e ela queria crer. Havia uma ternura incapaz de ser transformada em palavras.

Além disso, algo inédito: ele passava mais tempo na companhia dela. O sentimento dos dois deixou de viver dos encontros fugidios aqui e ali, pelos cantos, como se seus desejos fossem proibidos ou vexatórios.

Naquele dia os dois estavam juntos. Ela dizia, com um riso provocador enquanto caminhavam pelas ruas, que ele nunca fazia nada por ela enquanto ela só tinha olhos para ele. Ele falava da falta de dinheiro. Ela falava da falta de atenção dele.

Para sua surpresa, ele tomou uma atitude inesperada: pegou-a pela mão e mesmo sabendo que tinha de compromissos profissionais e nao poderia se atrasar, resolveu leva-la para um passeio.

Um passeio de bonde. Foram a Santa Teresa. Os dois desviaram seus olhares um do outro e nao conseguiam deixar de elogiar a beleza do local. As casas, aquela energia diferente do bairro reduto da malandragem carioca. E ele era o próprio malandro naquele dia.

Viram muitas coisas, todas inesquecíveis. Para onde quer que se olhasse, era possível ver um cartão postal.

Passaram um longo tempo admirando a paisagem despreocupada. Esqueceram dos inumeros problemas, das dificuldades, diferenças. Das eternas cobranças mútuas.

Não discutiram a relação e também nao precisaram falar para se entender.

Tudo virou um silêncio eloquente.

segunda-feira, 15 de março de 2004

Segunda-feira, 8 da matina.

Aula de Direito Penal.

Assunto: a evolução das penas aplicadas ao longo da historia humana. O professor resolve fazer uma síntese do assunto.

E ele dita o seguinte:

"Na verdade, a primeira pena a ser aplicada na história da humanidade ocorreu ainda no paraíso quando após ser induzida pela serpente, Eva, além de comer o fruto proibido, fez também com que Adão comesse razão pela qual além de serem apenados [OFF: ser apenado = receber uma pena] com a expulsão do paraíso foram-lhes aplicadas outras sanções.

Após essa condenação o homem passou a viver em sociedade e adotou diversas formas de aplicação de penas e regras da sociedade na qual estava inserido"
(sic)


Dá para acreditar??

Eu sei que tem quem acredite, mas esse papinho de Adão e Eva é conversa para boi dormir. Ouvir isso em uma faculdade de excelência de ensino e ainda por cima como se fosse um dogma é de fazer a gente se perguntar se o curso é de Direito ou de Religião. Além de ser uma zombação da minha inteligencia, dos meus anos de estudo e da minha dedicação ao Direito.

Sinceramente? Eu me senti ofendida de ter de ouvir e mais ainda, de ter de copiar isso.

domingo, 14 de março de 2004

Ontem foi aniversario de um amigo e por conta daquelas coisas que se faz em nome da amizade, fui até lá sabendo que me defrontaria com um velho fantasma que me atormentara por alguns anos.

Qual nao foi a minha - grata - surpresa ao perceber que o fantasma nao existia mais? O fantasma se transformara numa recordação de um sonho ruim. Pude ficar na casa do meu amigo sem me sentir amendrontada. Eu estava em paz, em definitivo.

No entanto, foi curioso ouvir tocar tao logo adentrei a residencia desse meu amigo justamente a musica que eu dizia ser a que melhor definia o que eu sentia/pensava com relação ao fantasma.

Reproduzo-a agora para vocês:

YOU OUGHT KNOW
(Alanis Morissette)

I want you to know that I'm happy for you
I wish nothing but the best for you both
An older version of me
Is she perverted like me
Would she go down on you in a theater?
Does she speak eloquently
And would she have your baby
I'm sure she'd make a really excellent mother

Cause the love that you gave that we made
Wasn't able to make it enough for you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died, 'til you died
But you're still alive

(chorus)
And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know

You seem very well, things look peaceful
I'm not quite as well, I thought you should know
Did you forget about me Mr. Duplicity
I hate to bug you in the middle of dinner
It was a slap on the face how quickly I was replaced
Are you thinking of me when you fuck her

Cause the love that you gave that we made
Wasn't able to make it enough for you to be open wide, no
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died, 'til you died
But you're still alive

Cause the joke that you laid in the bed that was me
And i'm not going to fade
As soon as you close your eyes and you know it
And everytime I scratch my nails down someone else's back
I hope you feel it ... well can you feel it?



O sentimento que me fazia ver semelhança entre a minha vida e aquela situação é agora mera recordação.

Enterrar, em definitivo, as situações do passado faz um bem enorme. A isto chamamos, vulgarmente, "dar a volta por cima".

Não quero que minhas lembranças sejam jamais seres errantes. Ainda que boas sejam. Porque ate do que é bom quero ter o gostinho sempre. Para nao ficar me lamentando do dia que passou, do momento que vivi. E eu vivo tudo muito intensamente.

Graças a Deus.

sexta-feira, 12 de março de 2004

E nao era simplesmente porque um dia ela disse que o amava que ficaria vinculada a tal promessa.

Ela realmente o amara naquele momento e foi sincera como nunca ao proferir aquele "Eu te amo". Alias, aqueles. Proferira tantas vezes porque sabia que precisava da crença dele no seu sentimento.

Mas nao: ele queria o amor dela nao apenas enquanto tivessem juntos. Queria para sempre. Ainda assim, nenhuma forma de amor seria bastante para ele: as palavras nao lhe eram tudo. Ele queria demonstracoes, provas fisicas e cabais do que ela dizia sentir por ele.

Aquilo ela nao sabia como lhe dar. Porque achou que seu amor deveria ser para sempre livre e receber crédito apenas por aquilo que dizia; achava, inclusive, que o seu sentimento prescindia das palavras; era obvio, tangivel.

Reconhecia que seu amor era condicionado. Jamais continuaria a amar por muito tempo caso nao tivesse uma reciprocidade de sensações e mais ainda: sabia que tal coisa nao era exigivel.

Com o passar do tempo, repleta de cobranças da parte dele e com os acontecimentos inesperados na vida dela, os dois separaram seus caminhos.

Ela se ocupara em reconstruir a vida. Já tinha outra pessoa ao seu lado naquela manha em que ele ligou com a pergunta.

Queria ele saber se aquele amor poderia mesmo ter se acabado tao repentinamente.

quarta-feira, 10 de março de 2004

Diálogo de dois grandes amigos que se conhecem ha milênios:

Eu: - Então, o que voce quer de presente de aniversário?

*silêncio*
...
Eu: - Não, isso não. Ouvi daqui o seu pensamento.
Ele: - Ei, mas eu nao falei nada.
Eu: - Mas pensou e eu ouvi e isso basta. Desista.
Ele: - Tá bom, droga.

É tão bom ser entendido e entender sem nada falar...
Agora que nao tenho mais a obrigação do estágio sinto como se meu tempo rendesse menos.

Lembrou-me certa feita uma suposta "Lei" daquelas no estilo de Murphy que encontrei pela Internet e aqui postei. Dizia o seguinte a "Lei" de Parkinson:

"O trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para sua realização."


Tempo é criação nossa...

terça-feira, 9 de março de 2004

Eu tinha esquecido de dizer que eu voltei as aulas na faculdade. Voltei e muito animada. Feliz com a perspectiva de um semestre calmo, tempo para estudar, tempo para mim. Dona do meu nariz novamente. Porque antes vivia em função do escritório.

Preciso nem dizer qual foi a surpresa dos meus colegas de faculdade ao me verem a paisana, sem a roupinha tipica de advogada. Todos estranharam. Alguns debocharam ao me verem de saia e blusa de alcinha perguntando se eu tinha essas coisas no meu armario. Se eles soubessem a quantidade de roupas assim que tenho...

Muita gente veio falar comigo. Todos elogiando o novo visual, hehehe.

E depois da faculdade eu finalmente pude nao sair correndo e tomar uma cervejinha com os meus colegas de faculdade. Demorei-me ate demais, na verdade. Devo ter ficado umas 2 horas e meia la so batendo papo e bebendo. Isso nao pode virar habito.


Os problemas de sempre

Queria so que a faculdade fosse mais organizada. Tive a ilusao de que assim seria quando cheguei as 7:20 da manha e a professora ja estava na faculdade. E antes das 8 ja estavamos tendo aula.

O professor que daria o tempo seguinte tambem apareceu, mas nos dispensou para assistirmos uma palestra (argh!) ja que era Dia Internacional da Mulher.

Mas ainda hoje nao temos horario das aulas. Qual a dificuldade em faze-lo? Ja nao sabem os professores das materias e suas disponibilidades? Mas nao... A faculdade parece fazer questao de nos infernizar. Avisa os professores apenas um dia antes que irao dar aula naquele dia x. E mais... avisa a noite para o cara nem ter tempo de preparar aula.

Para os alunos eh horrivel tambem. As vezes vamos a faculdade as 7:20 e as aulas so começam as 10. Nao sabemos que material levar para as aulas. Chegamos cedo para ter apenas 1 tempo de aula. E agora me deparo com um problema novo... Querendo fazer uma materia em outro Centro, nao tenho ainda meus horarios para saber se poderei faze-la ou nao. Nao é lindo?

A direção daquela faculdade, infelizmente, administra a instituicao sem nenhum compromisso com ninguem.

segunda-feira, 8 de março de 2004

Por que os relacionamentos terminam?

No meu entender, as relações acabam porque o amor - em qualquer uma de suas multiplas formas e manifestações - e/ou a vontade de ficar junto acabaram. Ou os dois, sem importancia de ordem. Pode-se amar e nao querer mais estar junto motivada ou imotivadamente. Estar junto sem amar, por diversas razões.

Nao ha matematica, formulas e equacoes que possamos fazer quando tratamos de sentimentos para sabermos o que vai acontecer, que riscos devemos assumir, etc.

Sofrer numa relação é um destes riscos ao qual todos nós estamos sujeitos, sob pena de o excesso de auto-piedade nos privar de momentos maravilhosos e ate mesmo da propria experiencia da felicidade, por mais fugidia que seja. Nos privar da tentativa absurda, da loucura, de seguir nossos instintos. Nos privar de tudo que fazemos por amor.

Podemos cometer os maiores erros na relação, sofrer pelas falhas da pessoa amada... Mas ainda assim podemos ser perdoados ou perdoarmos e o relacionamento continuar. Tudo porque ainda subsiste a vontade de estar junto.

Por isso mesmo, nao ha motivos a serem buscados para um relacionamento que terminou. Nao adianta tentarmos buscar explicacoes absurdas para nos consolarmos. Nada disso faria de fato diferenca porque a verdade é uma só: o amor e/ou a vontade de estar junto nao existem mais.

sábado, 6 de março de 2004

E para refletir no dia de hoje me ocorre uma frase que estava escrita em alguma agenda minha. Nao sei mais de quem é, mas grudou tao fortemente na minha memoria e ecoa de tempos em tempos em determinadas situacoes, como o meu momento agora:


"O segredo do sucesso, eu nao sei. Mas o do fracasso eu conheco bem: tentar agradar a todo mundo."
Apesar da agradavel companhia, meu "dia" de sono (porque dormi ate as 14 horas) foi horrivel.

Pesadelos. Acordei angustiada e me sinto assim ate agora. Estranho, muito estranho. Fiquei preocupada e com medo do que vi, do que senti e principalmente do que nao entendi.

Sonhos sao mensagens cifradas do nosso subconsciente e as vezes nos soa tao crucial entende-los. Nao sei se a angustia maior foi do nao entendimento do pesadelo, ou do proprio pesadelo.

Telefonei para o protagonista do meu sonho... Para saber se tudo andava bem. Andava. E claro, ele queria conversar... Queria as respostas que eu nunca pude lhe dar. Hoje em dia acho que as tenho, mas nao vejo real necessidade de da-las. Nao quero mais sofrer por isso e a ideia de saber que ele poderia sofrer ao ouvir as minhas respostas ja me motiva a desistir.

Fiquei com medo de ficar sozinha em casa e fui almocar com uma amiga. Restaurante natural, bom papo, companhia leve (daquelas que nunca atrapalham e so acrescentam), um sorvete para completar. Precisava disso.

E de muitos beijinhos, carinhos e abracos. Mas isso eu resolvo mais tarde.

Vou me arrumar para um jantarzinho do pessoal do colegio agora. Bom sabado para voces.

quinta-feira, 4 de março de 2004

E deixo para voces um poema lindinho. Eu adoro Mario Quintana. Ele é autor, inclusive, do poeminha que dá nome a este blog. Eu achei a antologia dele quando fuçava a bagunca eterna do meu quarto e por isso estou redescobrindo sua obra.

Sabe, vou falar uma coisa muito boba... Eu sinto falta demais das aulas de Literatura da escola, sobretudo aquelas do terceiro ano! Aprendi tanto, li coisas lindas, pensei sobre literatura, me apaixonei por autores, conheci outros tantos. Novos estilos, novos horizontes. A poesia alheia me ajuda a entender sensacoes e sentimentos. Sempre foi assim. E espero que seja assim sempre, sempre.

Bom, ai vai... Espero que gostem!

O QUE O VENTO NÃO LEVOU
Mario Quintana

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as unicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...
Dias otimos. To curtindo muito tudo o que tem acontecido. A vida readquirindo seu brilho, o coracao se acalmando. E o espirito entendendo que certas coisas nao sao passiveis de alteração.

Amizades se perdem e as vezes, irremediavelmente. Talvez eu deva entender que será melhor assim.

O duro disso tudo é ser saco de pancada de quem senta em cima dos proprios erros e te culpa pelo que nao é capaz de enxergar. Coloca em outrem a culpa pelas consequencias de seus proprios atos e nao enxerga o que sente, o que esta a volta, o que faz.

Duro também é continuar percebendo que ninguem é capaz de tomar uma atitude corajosa e olhar na sua cara para dizer-lhe o que pensa. Pode ser por medo de ouvir o que sabe ser verdade e ainda, da maneira mais cruel. Porque a essa altura nao existem meias palavras e indiretas. Talvez por saber das mentiras que profere. Eu prefiro acreditar que seja por covardia mesmo. Mas qualquer das alternativas sao imperdoaveis em uma amizade.

É duro acreditar que alguem seja capaz de errar de proposito. De magoar intencionalmente. É dificil a sensação do arrependimento por ter sido amiga, por ter sido transparente. E mais ainda saber de tudo por terceiros.

Tudo muito dificil. Meu coracao nao ha de se acostumar nunca com esse tipo de coisa. Mas vai aprender uma grande lição

terça-feira, 2 de março de 2004

O Eli estava lendo os arquivos deste meu blog. Dai eu resolvi acompanha-lo na leitura e ver o que eu havia escrito.

Pode nao parecer, mas esse blog existe desde dezembro de 2000. Há muitas historias e outras tantas estorias aqui.

Lendo um dos posts, vi o link de um teste que eu havia feito certa vez, o Bitch test. Eu sempre gostei um bocado de fazer estes testezinhos bobos. Forma de passar o tempo porque normalmente estes testes sao muitissimo engracados. E voce se surpreende com as perguntas e mais ainda com as suas respostas. Lembro-me de um que perguntava algo do tipo: "Voce ja xerocou suas partes intimas?". Eu li e nao consegui parar de rir por um bom tempo.

Mas enfim... Tudo isso para dizer que refeito o teste, hoje em dia eu estou mais bitch do que naqueles tempos. Obviamente, Antes, 43% e hoje 54%. Naquela ocasiao, eu disse: "De acordo com os meus cálculos, aos 40 anos, eu serei 100% bitch (claro, se isso obedecesse a uma progressao matematica)."

Mantenho a previsao.

Informe do servico de manutencao deste blog
(Este servico so funciona quando a conjuncao de plutao com marte se dá na casa 13, obvio. E mais obvio ainda que nao sei o que falo hehehe)

Atualizei os links. Novos links, velhos nao lidos retirados. Coloquei uma frase que amo na barrinha inferior do blog, reparem so.

Queria fazer mais coisas... Mas rolou preguica. Outras coisas nao funcionaram aqui nesse blog. Uma hora mostro novidades. O template fica para depois. Tá bom do jeito que esta. Cumprindo sua funcao... :)

E eu continuo avessa a construcao de paginas web e qualquer coisa que tenha a ver com aquela linguagem maluca dos https e html's. Tenham paciencia, ok?
No mais... Tudo anda as mil maravilhas.

Retomando velhos habitos, estudando bastante, saindo muito, passando muito tempo com pessoas queridas. E mais tempo ainda com uma pessoa que tem contribuido para tornar as cores do meu dia cada vez mais nitidas e belas... :)

Nao seria uma tempestade de fim de tarde que arruinaria meu dia.
As vezes eu gosto de ficar um tempinho sem escrever. As vezes eu gosto de escrever sempre. Nao ha padrao. Portanto, queridos leitores, perdoem a minha sazonalidade.

Acho que na esteira dos ultimos acontecimentos eu tenho, de fato, desejado escrever menos. Escrever menos, pensar e sentir mais. No entanto, eu sei que é escrevendo que eu consigo entender melhor o que eu penso e sinto. Na verdade, eu busco escrever quando nao sei mais o que fazer para entender.

E os eventos da minha vida tem sido dificeis de serem compreendidos. É uma fase horrivel, de decepcao com grandes amigos. De saber que ha amizades perdidas mesmo e nao ha o que fazer. Porque certas coisas nao podem ser perdoadas. Porque nao me interessam os motivos - ate porque nao consigo, por mais que pense e quebre minha cabeca, enxerga-los - e sim os fatos em si. E a verdade é uma só: eu estou magoada, ferida, decepcionada.

Se algumas pessoas me decepcionam, por outro lado, ha muitos amigos que tem estado comigo e deixado minha vida realmente especial e alegre. E talvez a vida se organize nesse sentido: fecha as portas para que olhemos para o lado certo. É bom, olhando por este prisma, ver as portas fechadas por agora. Porque posso escolher o corredor para o outro lado. E nesse corredor ha muitas descobertas a serem feitas, muitos outros corredores, gente nova, experiencias interessantes, enfim...

Nada nessa vida é desperdicio. Tudo vira lição. E a vida é a arte de aprender de bom grado ate mesmo o que nos parece mais cruel.