domingo, 30 de setembro de 2001

Naquele dia do Universidade na Praça, o pessoal do CAp fez lá na Cinelândia uma apresentação de teatro que me deixou encantada. Antes foi lido de um livro um trecho sobre neocolonialismo extremamente lírico, pena que nao me recordo para postar para vocês. Depois seguiu-se uma música e a apresentação, pura expressão corporal. Tudo me emocionou. Pois bem, a música - lindíssima - é esta aqui:

Socorro
(Arnaldo Antunes e Alice Ruiz)

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir

Socorro, alguma alma, mesmo que penada,
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor,
Já não sinto nada

Socorro, alguém me dê um coração,
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa.

Qualquer coisa que me sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.

Socorro, alguma rua que me dê sentido,
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada,
Socorro, eu já não sinto nada


É claro que eu nao postei a música so pela beleza dela... ;)
Muito fofo. Essa expressão resume bem o jantarzinho que a Dessous ganhou de presente de aniversario da Rita e da JuB. Foi hoje e eu fui uma das convidadas. Senti-me honradissima com o convite e fui... Tirando o atraso, o que é de praxe em se tratando da Dessous, correu tudo muito bem. O clima tava maravilhoso, a vista linda, a conversa ótima, a comida divina... Vários sabores e tals. Comi beringela, que eu detesto, e gostei. Isso com certeza fez minha mae pensar quase que no suicidio... Ela deve ter me deixado passando fome na infancia, so pode. Nunca vi ninguem tao neurotico com alimentacao...! Por isso, ela ficou impressionada quando eu disse que comi coisas que jamais comeria na minha casa. É o sabor, mae. O paladar das comidas num é daqueles que servem apenas para ressaltar o desagradavel sabor dos alimentos. Nao... Tudo era elaboradérrimo. Eu quase saí rolando de lá, de tanto comer... :)

É isso que eu quero pra minha vida: amigos, reunioezinhas intimas, conversa boa, estar feliz. Bateu também um certo dó de saber que o fato deu estar no último ano do meu colégio vai fazer rarear o numero de vezes que eu vejo os meus amigos de lá. Nao sera mais aquela coisa cotidiana, reduzir-se-á uma vez por outra. Snif. Bateu uma nostalgia precoce mesmo, mas eu nem quero falar disso...

sábado, 29 de setembro de 2001

Bom dia! :) Música para vocês... À noite ou amanhã eu escrevo. :)

Xote de navegação
Dominguinhos - Chico Buarque/1998

Eu vejo aquele rio a deslizar
O tempo a atravessar meu vilarejo
E às vezes largo
O afazer
Me pego em sonho
A navegar

Com o nome Paciência
Vai a minha embarcação
Pendulando como o tempo
E tendo igual destinação
Pra quem anda na barcaça
Tudo, tudo passa
Só o tempo não

Passam paisagens furta-cor
Passa e repassa o mesmo cais
Num mesmo instante eu vejo a flor
Que desabrocha e se desfaz
Essa é a tua música
É tua respiração
Mas eu tenho só teu lenço
Em minha mão

Olhando meu navio
O impaciente capataz
Grita da ribanceira
Que navega pra trás
No convés, eu vou sombrio
Cabeleira de rapaz
Pela água do rio
Que é sem fim
E é nunca mais

sexta-feira, 28 de setembro de 2001

Serviço de utilidade pública:

Aqui está o endereço de um blog que está mapeando e pondo no ar os novos endereços de antigos blogs do desembucha. Se vc era leitor de algum blog de lá, vá conferir se o novo endereço já está no ar. Se você tinha um blog e mudou, peça para seu endereço srer colocado no ar através do email...


Percebam que eu já atualizei os meus links com os novos endereços de blogs... :)
Endoscopia

Foram 14 horas em jejum. Perdi a minha aula no cursinho. Fui ao médico. Cheguei lá, ele conversou comigo e disse: "Olha a gente não faz endoscopia digestiva Só fazemos a baixa endoscopia..." Tentou até me ajudar, me indicando algum médico que fizesse. Mas não adiantou muito, nenhum tinha o meu convênio. Voltei para casa...

Eu estou me sentindo uma idiota. :P
Uma poesia linda enviada pelo Edu... :)

LEMBRETE

Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.


Carlos Drummond de Andrade
(do livro Corpo)



Ah, tenho de agradecer a compreensão dos meus amigos... :) Thiago, obrigada por sempre... E Edu, obrigada por tudo. :)
Coisas da amizade...

Ele liga para sua casa:
- Oi tudo bom, Deds?
- Tá...
- Eu sei que você tá triste, o que foi?
- Quero falar não..
- Ah, não! Agora você vai falar, eu liguei só pra isso. Você tem noção de quanto custa um interurbano??
- *risos*

quinta-feira, 27 de setembro de 2001

Sabe o que é pior?
O pior é que as lágrimas nem saem...
Minha mágoa não se permite essas coisas.
Aproveitando a onda TPM presente em alguns blogs femininos, eu vou logo avisando que tou de TPM também.

Não é irritação não... É que os meus músculos faciais estão impossibilitados de emitir qualquer sorriso. Ou seja, estou antipática.
Tou respondendo grosseiramente até a quem me chamar de bonita. :P

E vou colocar um trecho da Clarice aqui. De novo mesmo, eu sei que vocês já leram. Mas ele é lindo e ele é tao eu. E Clarice é tao tudo...

"Agora eu sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. (...) Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver. (...) Recuso-me porém a qualquer missão. Não cumpro nada: apenas vivo."
Tá, a frase de ontem foi da Rita, mas a de hoje é de um amigo meu:

"Penso que se canaliza a energia sexual não realizada para a criatividade. Imagino que não falte muito para que eu comece a pintar afrescos, como o da última ceia."

Hahahahaha Figura!!! :)

Ah, o Universidade na Praça foi lindo demais! Foi maravilhoso ver toda aquela integração, as pessoas se informando, participando... O teatro dos alunos do meu colégio foi lindo, super lirico e por isso, muito aplaudido... Rodas de capoeira, Maracatu, danças, aulas públicas, palestras e muita, muita integração. O evento estava mais cheio do que no ano passado e foi legal pacas. Amei.


Mas hein?

Só isso é o que tenho a dizer sobre o meu encontro inesperado (mas eu sabia, lá no fundo, que ia ve-lo lá) com uma certa pessoa. Nos abraçamos, conversamos um pouco, ele brincou comigo... Senti algo diferente no ar, o retorno de uma certa sintonia. Diferente porque nos andamos brigando e o clima tava meio pesado. Nao sei se foi a briga que deu a diferença, mas eu me senti melhor. Melhor depois que eu falei, melhor ao te-lo encontrado e percebido que talvez eu estivesse enganada. Se isso é bom, eu nao sei.
Só sei que ele parecia me observar o tempo todo... Me olhava falando com as pessoas, me divertindo, ajudando o povo do CAp... Parecia analisar. Senti-me tao bem que cheguei a pensar que caso qualquer coisa acontecesse, eu podia correr para ele. Nao sei se isso é verdade. Até queria que fosse.
Eu fui ficando internamente feliz com o que eu percebi ao longo do evento com os olhares dele. Só conseguia mesmo era demonstrar o que eu tava sentindo para a Maria Rita porque meu rosto ficou impassível. Medo, medo mesmo. Medo de sentir coisas que eu nao deveria, de alimentar sentimentos e sofrer por causa deles. Medo por nao saber mais o que esperar dele, por saber que pode ser tudo ou nada.
Uma hora ele passou por mim com um sorrisao. Nao parou porque andava com os amigos, mas me viu... Quando eu vi aquele sorriso, me peguei jogando um beijinho. Porque era o que eu queria fazer, mas nao sei se devia: ali, eu abri o jogo. Até entao, eu estava um pouco impassível, distante e fria com ele. Ele é que estava quebrando meu gelo porque tudo aquilo que eu tava fazendo era fachada. Era mais medo do que sentimento.
Eu nao sei.
Queria que fosse tudo, mas pode nao ser nada.
Me acostumei com isso... Porém, me magoa saber que eu tive de me acostumar... Será mesmo que eu preciso passar por essas coisas? É a pergunta que eu tenho me feito diariamente.


Depois eu fui pro cursinho ter uma aula de historia com o extraordinario professor. Foi otimo... :) Sai de lá direto para bater papo com a Rita (outra Rita, percebam), Ana e JuB. Falavamos sobre as relacoes paternas e aos poucos fomos percebendo que nossas criticas eram, em essencia, as mesmas. Acabamos rindo por causa disso... :)

Mas a frase do dia foi da Rita ao comentar sobre um conhecido nosso: "Eu nao esperava nada dele, mas ele conseguiu me decepcionar." E era isso mesmo. Ela tinha toda razao do mundo

quarta-feira, 26 de setembro de 2001

Hahahahaha.
Uma das melhores coisas da vida é ver os amigos felizes. Torço por todos eles demais, sou tiete mesmo e confesso sem ter medo de ser patética. :)

Eu também tou feliz. Motivo? Se eu fosse fazer uma analise grosseira da minha vida, eu diria que nenhum. Ser feliz é uma coisa realmente interna e eu sei que eu tou falando um clichê. Foda-se. É isso e pronto ;). "Tô na merda, mas tou feliz."

Aliás, quer merda maior do que vestiba batendo a porta e colégio em greve, sem fechar o programa? Tou arrancando todos os meus pelos, estudando feito uma louca. Pois é, eu tinha dito que ia chutar o balde, deixar pra lá, mas nao consegui... Desde domingo entrei em fase industrial de estudo... Cumprindo planejamentos, "cotas de estudo", mas me respeitando. Quero neura nao... ;)

Ah, amanha eu estarei lá na Cinelândia, no Universidade na Praça... Já falei aqui né?? A partir das 10hs os alunos estarao apresentando a producao de seus cursos para os transeuntes... Costuma ser bem legal, mor integracao. Eu adorei o ultimo e vi uma das cenas mais lindas da minha vida...
Vi uma roda com todo tipo de gente dançando junto, de forma bela e contagiosa... Tinha estudante, trabalhador que passava, professor, mendigo... Uma lagriminha escorreu dos meus olhos.

Bem, quer souber qual é a minha cara e quiser passar por lá, vou estar lá mesmo... :) E quem nao souber, passa lá também porque é legal.

Vamos torcer pra que nao chova.

Atchim! Tou gripada...

terça-feira, 25 de setembro de 2001

Alías, hoje é niver do meu papy :)
A minha mesa do escritorio (onde fica o computador) está assim hoje:

Em frente ao monitor, tem um livro de geografia aberto (sim, eu estava lendo enquanto falava na net), do lado direito (eu sou destra) tem um iluminador, lapiseira e uma borracha. Debaixo desses itens tem uma folha de papel toda rabiscada, com frases, cubos e corações que eu acabei fazendo enquanto falava com um amigo ao telefone. Um pouco a frente, ainda do lado direito, tem 2 copos - que tinham agua vazios- , um livro do photoshop abandonado pela minha mae com o meu telefone sem fio descarregado em cima. O celular tá do lado esquerdo do livro... Ainda na esquerda tem (debaixo para cima) meu fichario, uma pasta com folhas das aulas de hoje do cursinho, um estojo aberto e um sutia jogado por cima da pasta. Obviamente, o micro tá ligado, com varias janelas do internet explorer e eu devo estar falando com umas 3 pessoas no icq. Além de estar estudando...

Por que eu descrevi a minha mesa? A minha mesa diz bastante do que eu sou. :)
Isso mesmo... Uma zona completa e tudoaomesmotempoagora.
O melhor de tudo, é que funciona... :))

segunda-feira, 24 de setembro de 2001

Eu tenho lá meus destemperos.
Mas esse blog permanece caminhando de salto alto.

domingo, 23 de setembro de 2001

Porque eu sou uma pergunta. Sou até ingênua porque me entrego sem garantias. (C. Lispector)

E se eu me calasse, você entenderia? Penso que não e isso me faz pulsar lentamente porque é enorme meu medo de ser incompreendida porque se sou uma pergunta, tenho múltiplas respostas.
Eu respondo o que tu quiseres ouvir, mas isso me faz calar porque não ser eu mesma me traz uma dor.

É a dor de não ser aos teus olhos o que eu sou ao pulsar. É o medo de não ser entendida quando tudo o que eu quero é ver teu olhar decifrar o meu. E não há decifra-me ou devoro-te porque não há a reciprocidade necessária para uma antropofagia sentimental e/ou ideológica. No seu jogo o que vale é o decifra-me e confundo-te. Dessa forma, tanto faz decifrar-te ou não, porque de ambas as formas eu estou confusa. Mas assumo com a ingenuidade de uma criança esse meu enorme medo de ser feliz. E acho que talvez possa assumir por ti esse enorme medo que tens de te conheceres. Acho-me igualmente prepotente por julgar saber de ti algo além dos meus olhos. Porém, te conheço em todos os teus movimentos, olhares e sorrisos e aprendi com o tempo a ler teus pensamentos e adivinhar tuas passadas pela vida. O problema é que a cada passo teu, em sinto pisar em mim algo que eu não sei colocar em palavras. O passo, a ausência do passo, o duplo-passo...

Eu conto tudo isso com uma certa dor, a mesma que sentimos quando deixamos um desabafo se formar. Eu conto e falo com a cor vermelha porque ela expressa bem o que eu sinto. Todos os meus gritos saem para ti com um selo vermelho e um carimbo de “leia-me se fores capaz de entender-me”. Não sei se tu entendes. O que eu sei é que se meu grito chegar com sentido ao teu ouvido, eu já me dou por satisfeita. (Pena que as palavras não gritam no papel.)

Por que eu sou assim? Porque sou feita de perguntas. Porque eu quero ser aceita dentro das minhas possibilidades de resposta. Estar prepara para nós é estar pronto para qualquer resposta, a qualquer momento.
Fui assistir ao show da Marisa Monte hoje na praia. Nossa, como estava lotado aquele lugar! Mal dava para se locomover e eu cheguei meio atrasada, junto com a Rita e nem conseguimos achar o resto do povo do colégio. Assistimos o show nós duas mesmo, sentadas na canga que eu levei, num lugar onde a gente conseguia ver pedaços do telão.

O Erasmo Carlos fez uma participacaozinha no show e eu percebi como a galera conhece musica dele, mais precisamente os que sao um pouco mais velhos do que eu. Senti-me meio deslocada porque eu nunca tinha ouvido nenhuma das músicas que ele tocou. Mas tá tranquilo.

Sai antes do show acabar para nao pegar uma muvuca braba. Se eu tivesse tentado encontrar alguem, nao teria conseguido. Mas num é que eu passei bem pela frente da Dessous? Era para se encontrar mesmo porque achar alguem no meio daquela muvuca é uma tarefa e tanto.

[Liguei o som... Toca "You've got to hide your love away", Beatles]

Fomos comer fora. Acho que a Dessous ficou meio puta comigo e com a Rita porque nos nao estavamos na mesma frequencia do que ela... Nao tavamos no clima de bater altos papos e nem um pouco animadas. Estavamos introspectivas e como já tavamos fazendo coisas na noite há algum tempo, já tinhamos uma frequencia comum. A Dessous é daquelas pessoas que se magoam a toa.

E eu sou daquelas pessoas que sem querer magoam os outros a toa. Acabo por magoar porque eu sou eu, saca? Nao consigo deixar de ser eu mesma nenhum momento e nao me "violento" para agradar os outros. Eu sei que magoa, já disse para ela se acostumar porque eu nao sou desse grude. Me surpreende alguem que me conhece ha tempo nao saber como eu sou. Nao saber que eu nao sou de ligar para certas coisas... Magoa-me a ideia de ter magoado alguem por ser eu mesma.

"Minha vontade é minha medida."
É tao dificil ser a gente mesmo... Vocês sabem o quanto?

sábado, 22 de setembro de 2001

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo". (Clarice Lispector)


Essa frase linda que também é um bocado "eu" me foi enviada pelo Edu, que viu um livro da Clarice num camelô hoje e comprou para le-lo. Creio que por influencia minha... :) Fico feliz de apresentar as pessoas a coisas boas. Mas também nao quero ser pretenciosa a ponto de achar que foi influencia minha... :)

Bem, de qualquer forma: esse post é pra ele.
Beijao pra você, Edu. :)

sexta-feira, 21 de setembro de 2001

Morte lenta e dolorosa aos organizadores do Free Jazz. Eu já havia decidido: esse ano eu iria ao festival. Ficara muitos anos de fora, mesmo com grana no bolso, por causa da pouca idade (não, eu nunca usei carteira falsa e agora falta tao pouco que eu prefiro esperar). Faço 18 anos dia 11/10 (aceito presentes!! :) ) e advinhem??? O show que eu faria questao de assistir, estando disposta até mesmo a ir sozinha, é na véspera da prova da UFRJ.
Aaaaaaaaaaaahhhhhhh!!!!!! Não é possível... É cruel demais com uma pessoa. É Murphy!

Praticamente nao conheco as outras bandas, algumas so de nome. Pelo visto estou mais um ano fora do evento

quinta-feira, 20 de setembro de 2001

Não à greve de pijama e biquini! ;)

Hoje teve um abraço ao meu colégio, mais um evento da greve de ocupação. Pela primeira vez desde que eu participo desses movimentos, eu vi a coisa realmente funcionar: o colégio estava lotado, depois do abraço tiveram várias atividades no CAp (inclusive uma mostra de esquetes mudas) e, pasme: saímos na imprensa! E mais: aparecemos ao vivo no RJ TV. Finalmente a mídia tá deixando de canalhice e noticiando a greve, depois de 1 mês que está acontecendo. O que me deixou puta foi o fato da reporter ter feito umas perguntas para denegrir o movimento de greve... Mas, felizmente, a Rita soube responder muito bem e simplesmente cagou para as perguntas da tal reporter, falando apenas o que ela deveria falar sobre o movimento de greve. Foi uma vitoria e tanto.

O Carlos Minc passou lá no CAp para dar uma palestra sobre a experiência dele em política e sobre os anos que ele estudou no meu colégio... Miguel Paiva e alguns cassetas também estudaram lá, mas disso eu já sabia. Não é pouca merda nao, viram? :)

Eu nao assisti a palestra porque precisava ir a UniRio para fazer a minha inscrição e depois estudar. Quando eu cheguei la, com papel na mao e tudo, eu percebi que simplesmente eu havia esquecido meu numero do ENEM. Argh, voltei bufando porque terei de ir la novamente. Trouxe o papel e tou preenchendo em casa. Ah, as inscricoes da UniRio foram prorrogadas (até 11/10 - dia do meu niver, por acaso) e as da UERJ já começaram.


Universidade na Praça

Aliás, dia 26/09 (quarta feira) vai acontecer na Cinelândia um evento muito legal, chamado "Universidade na Praça". Os universitários vao estar na rua mostrando a produção dos seus cursos e interagindo com os passantes. Eu fui no do ano passado e foi muito legal. Vou estar por lá nesse também, ajudando o pessoal das esquetes do meu colegio a se organizar. Começa as 10h.


Fotos Delícia... Hummm...

E antes que eu esqueça, vejam as fotos da festa do Undertrax na página da . Vejam também as impagáveis fotos das Delícias Lia beijando a Zel e a foto da Mari beijando a Zel. De língua! ;)))
Esse meu sangue insiste em irrigar de mel a minha cona.
Desejo por ele,
Ainda assim?
Post agasalhado [Frio no Rio, em uma quase primavera.]

A festinha de ontem foi muuuuuuuito legal. Tinha aquele clima reuniãozinha de amigos, forrozinho rolando, uma vista linda... Eu adorei. Detalhe especial para um amigo da JuB que compareceu e ficou simplesmente chocado quando eu proferi algumas palavras (do gênero "buceta", etc). Outro detalhe foi a Dessous me fazendo ficar roxa de vergonha ao berrar girias do nosso grupinho - que acabam sendo muito mal interpretadas - em publico. Mas tá tranquilo, eu já me acostumei com a falta de discrição dos meus convivas. Quer dizer... O que posso eu falar deles, quando eu faço igual?? :) Só nao coloco ninguem na mesma furada... Pago meus micos sozinhos... Mas quem quiser participar, esteja a vontade.

Eu acabei voltando para dormir em casa porque o santo pai de uma amiga minha foi buscar a gente... Foi otimo ter dormido em casa porque eu adiantei a minha vida e fui pagar a taxa de inscrição pro vestiba da UniRio (Se tem algum vestibulando me lendo, termina na sexta o prazo...). Perrengue total: a UniRio é a unica universidade que você tem de ir lá buscar o kit, preencher e entregar lá e ainda por cima, voltar para pegar o cartao de inscricao em uma epoca proxima ao vestiba. A-do-rei :PP. Amanha eu vou perguntar o porquê disso.

Passei o dia no cursinho e pela primeira vez em muito tempo, consegui estudar bastante, entremeando tempos livres e aulas. Vi quase o programa todo de literatura do vestibular num unico dia, li umas paginas do livro de geografia, estudei historia. De quebra, ainda bati papo e tals. Voltei cansadinha, mas feliz. :)

E tou aqui agora, sentada em frente ao micro com o livro da Clarice em frente... Num sei se leio Clarice, se continuo estudando, se fico no micro, quanto tempo fico no micro... Ihhhhhh!!! Tou tão libriana hoje... :)

terça-feira, 18 de setembro de 2001

"...como sou misteriosa, sou tão delicada e forte, e a curva dos lábios manteve a inocência." (Clarice Lispector)



*Ao som de Lauryn Hill, "Ex-factor"*

Ai, ai. Acordei feliz, porém meio melancólica. Alias, que jeito horrivel de se acordar alguem... Tao fazendo alguma obra demoniaca aqui perto e me acordaram ao som de britadeiras. Odiei. Mas eu tou feliz e pronto, isso nao tem como ser mudado.

Quanto a melancolia, acho que eu sou assim mesmo... Meio errada.

Ontem nao aconteceu nada demais, nem o que eu estava esperando acontecer. Fui para o cursinho mais cedo e fiquei conversando. É, ao inves de estudar. Algumas pessoas de lá saum tao interessantes que fazem com que eu fique hipnotizada pelos assuntos, esquecendo desse meu pragmatismo de "preciso estudar porque a prova é dia 28/10". Foi irado... Li umas HQ's que uma menina, a JuB, desenha... Ela me pediu ajuda para criar os roteiros e eu tou numa de ajudar sim, achei a história otima. Ela desenha mesmo muito bem. :) Depois, tudo isso vai parar numa pagina na internet... :)) Aguardem... :)

Para variar, eu assustei de novo o povo do cursinho. Nao adianta, eu nao consigo deixar de ser "eu" e nao faco nenhum esforco para deixar de ser. E ai sempre solto comentarios que eu nao deveria soltar normalmente... Nao pelo teor inadequado ao momento, mas pela repercussao. Deixa. No fundo, eu gosto. :))))

Voltei tarde do cursinho e acabei nem ficando muito tempo online... Acho bom eu reajustar meus horarios porque senao depois eu vou pirar.
Fiquei lendo o novo livro que eu ganhei da Clarice Lispector, apaixonando-me cada vez mais por ela... Gostei muito mesmo, alguns trechos me deixaram com lágrimas nos olhos, especialmente uma frase que era apenas sentimento dento de mim e eu nao conseguia organizar em palavras para passar para o papel e tornar tudo mais claro... Clarice assim escreveu:

"...queria poder continuar a vê-lo sem precisar tão violentamente dele."


É exatamente isso que eu sinto. Talvez se ele lesse essa página pudesse entender um pouco melhor o que se passa. Se é que ele quer entender... Pfffff... Nao quero falar sobre isso. Nao quero admitir certas coisas nem para mim mesma.


O que importa é que eu tou numa boa, apesar de tudo. Nunca estive tao bem comigo mesma.
Alias, hoje tem festa do povo do meu colégio numa casa linda, a casa da JuB, lá em Santa Teresa... Eu já achava a vista da minha casa linda porque daqui eu vejo a Lagoa inteira e os reflexos prateados da lua sobre ela, mas na casa da JuB dá para ver todo o Rio de Janeiro. É uma coisa de louco à noite... Tem uma janela enorme na sala que faz parecer que a gente tá dançando com a cidade ao fundo.

A noite vai ser boa... Conto como foi amanhã para vocês.

domingo, 16 de setembro de 2001

Eu estava mesmo decidida a nao escrever hoje por aqui. Tá, eu sei. Piração ver isso como uma decisão. Putz, rima. Tá vendo? Era por isso que eu nao queria escrever hoje.

Olha, eu só tou escrevendo porque eu achei um poema lindo da Cecília Meireles que eu precisava mesmo colocar por aqui. Mas num vou colocar agora nao porque eu quero conversar com vocês primeiro... :) Já que eu tou aqui, né? :)

Ontem foi um dia legalzinho. Confesso que a tarde foi mais ou menos. (As minhas manhãs são inexistentes porque eu sou notívaga e durmo a manhã inteira.) Eu fui pro cursinho e assisti 4 horas de aula de história. Tudo bem, aquele professor é otimo, mas 4 horas ninguem aguenta nao. Num adianta o professor ser bom, a matéria interessante e vc querer muito prestar atencao; 4 horas de bunda na cadeira é um saco.
Saí de lá conversando com uma amiga do meu colégio que estava no mesmo programa de índio que eu. Aí eu fui agitar alguma coisa para nao passar um sábado a noite em casa. Sextas-feiras tudo bem, mas sábados nao. Eu fico depre mesmo quando estou em casa num sábado a noite.

O Gabriel resolveu que ia ao cinema na Barra, com uns amigos que a gente nao via há muito. Foi ótimo. Adoro rever amigos. Já falei aqui né? Eu sempre sinto que nao dou a devida atencao as pessoas e isso me frustra muito. Eu nao sou uma pessoa das mais calorosas...
Depois eu botei pilha para gente continuar fazendo algo e fomos parar na Academia da Cachaça. Bebemos o resto da noite e batemos papo. Estava otimo lá e eu nunca tinha passado uma noite bebendo cachaça. Foi tudo tao simples, mas super divertido.

Voltei para casa e tals.

Hoje eu fiquei de molho aqui, numa tentativa vã de estudar. O livro é até bom, mas eu tou muito mais numa de ficar vagando pela net procurando poesias, batendo papo no icq, etc.
De qualquer forma, já li umas 20 páginas. Melhor do que nada. Tentarei ler mais.

Por falar em livro bom, meu pai trouxe para mim um outro livro da Clarice Lispector. Chama-se "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres". Alguem já leu? De qualquer forma, comprometo-me desde já a publicar os melhores trechos (na minha humilde opiniao) para vocês.
Eu até nao resisti e li um trechinho do livro, mas nao me senti pronta o suficiente para continuar e parei. Fiquei curiosa e ao mesmo tempo, emocionada com o que li. Um trecho lindo... :) O livro é bem diferente do "Agua Viva", que está em vários posts desse blog. Espero que eu goste tanto quanto gostei do outro. Com alguma sorte, até mais.

Finalmente as Delícias voltaram a escrever com a corda toda. É falta de assunto mesmo! Até quando os assuntos sao sexo e comportamento, que tem milhoes de vertentes e discussao, uma hora a inspiração acaba. Estamos voltando e ansiosas pela volta da delícia Zel que estava lá nas Europa. Chiquérrima. Vamos querer saber de tudo, hein??? :)

Agora eu vou deixar a poesia de que falava no inicio do post... Espero que gostem ;).


Retrato
(Cecília Meireles)

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?

sábado, 15 de setembro de 2001

Acabei de ler "Água Viva", da maravilhosa Clarice Lispector. Eu não a conhecia, peguei o livro do nada, ao ver que estava quieto na estante de livros indefinidos e nao-sistematizados do meu pai. Ele nunca deve ter lido, aposto.

Demorei 1 mês para ler um livro de 97 páginas. E vou demorar o resto da vida entendendo-o...

Fica aqui mais um trecho com o qual eu me identifiquei demais para que vocês possam partilhar do que falo. Mais um trecho muito "eu".

"Mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer - e respondo a toda essa infâmia com - exatamente isto que vai agora ficar escrito - e respondo a toda essa infâmia com a alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel demais saber que a vida é unica e que não temos garantia senão a fé em trevas - porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade. Eu estou - apesar de tudo oh apesar de tudo - estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: então eu amo. Como resposta. Amor impessoal, amor it, é alegria: mesmo o amor que não dá certo, mesmo o amor que termina. E a minha própria morte e a dos que amamos tem que ser alegre, não sei ainda como, mas tem que ser. Viver é isso: a alegria do it. E conformar-me não como vencida mas num allegro com brio."

(Clarice Lispector)
Post ao pé do ouvido

Vontade enorme de ficar aqui quietinha no meu canto com todos esses sentimentos enovelados na minha garganta. Mas nao posso.

Eu confesso: estou me sentindo estranha. Nada que comprometa o meu estado natural de felicidade (não sei como definir isso... é o meu amor pela vida, digamos assim), mas sabe quando lá no fundinho você sabe que algo está errado e muito errado? E pior, eu nao sei o que é. Só sei que nao é assim que eu quero as coisas, não é assim que eu planejo a minha vida.

Eu perco muito fácil os meus limites. Eu sempre aposto que sou capaz de mais e realmente sou. Porém, quando a situação caminha para horizontes além dos que eu pensara, eu fico me sentindo perdida. É uma falta de controle que impede o planejamento, impede que eu saiba onde eu estou pisando e principalmente: a inconstância e a incerteza me impedem de confiar. Ainda mais quando uma coisa que eu muito prezo é constantemente quebrada: a palavra...

Eu queria poder acreditar em certas coisas cegamente. Eu nao sei viver numa situação na qual eu nao posso confiar porque o meu bom senso diz que para manter a minha integridade emocional, eu preciso abrir meus olhos e muito. Não sei abrir meus olhos e verificar que pode simplesmente "não ser mais".

Incomoda-me verificar que há uma divergência séria no que diz respeito a compreensão de certos aspectos, de que as coisas nao estao delimitadas como deveriam. Incomoda-me me sentir desrespeitada quando eu nao deveria me sentir.

Não sei fingir o que eu sinto e nao julgo isso incoerencia. O que fazer? Impor um limite aos meus sentimentos e negar fervorosamente tudo o que eu sinto so para parecer coerente? "Então tá, eu disse que não ia ser assim, mas eu tou sentindo que é assim." E agora? Quer que eu diga que nao tou sentindo?
Não sei parecer não me importar. Não sei aceitar tudo. Mas eu sei direitinho o que eu deveria falar, eu sei o meu papel. Porém, nao quero que para cumpri-lo eu tenha de me violar. Não vou, nao posso, nao devo violar nada do que eu acredito por causa disso. A isso, sinceramente, eu nao estou disposta.

Se eu vou segurar a barra? Não sei dizer. Se eu sei exatamente o que eu quero? Não tenho certeza, mas assim eu nao quero nao.

Já é um começo...
E tem mais: eu só quero sofrer pelo o que eu sei. E se possivel, só pelo que vale realmente a pena.
Eu quero reciprocidade. É essa a palavra.
Assusta-me essa pontinha de raiva que eu sinto dentro de mim...

Se eu me calasse, será que você entenderia?

sexta-feira, 14 de setembro de 2001

Querem saber como eu me sinto agora?
É assim ó:

"Os diamantes são indestrutíveis?
Mais é o meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
Mais belo sem ornamentos
que um campo de flores.
Mais triste que a morte,
Mais desesperançado
do que a onda
batendo no rochedo,
mais tenaz do que o rochedo.
Ama e nem sabe mais o que ama.

(Adélia Prado)


Não tenho palavras - além destas - que me sirvam para descrever tão adequadamente o que eu tou sentindo.
Eu sou mesmo muito dramática. Eu tava com um probleminha que me fazia sentir dores toda vez em que eu respirava fundo. Tava super preocupada comigo mesma, achando que era algo seríssimo. Pensei no meu testamento, juro. Decidira deixar minha agenda e meu antigo para a Rê, o tarô para a Mari, o manual do kama sutra para o Will, as roupas para a Ju e a Helena, o dinheiro que guardo para a caridade, talvez algum centro espirita... Fiquei pensando nos meus ultimos dias e em como eu iria querer viver até lá, já que eu iria mesmo morrer. Nem senti panico com a ideia e decidira viver normalmente. Iria ao cursinho, ao colégio, nao contaria nada a quase ninguem, mas aproveitaria o tempo que me sobrava para consertar o que eu achava errado. Talvez fazer as pazes com uma ou outra pessoa.

Fui ao médico.


E ele disse que meu problema era que por causa da minha ansiedade eu estava engolindo ar demais, fazendo com que meu estomago se dilatasse e empurrasse o diafragma. Receitou um digestivo e um calmante.
Mais um da mesma criatura

- Fidel ainda nao falou nada ne? Acho q ele deve ter passado mal com uma crise de risos :)

E sabe que ele tem razão?
Um diálogo no ICQ:

- Mas eu acho q nao vai ter guerra nao, pelo menos militarmente falando. Mas se tiver, com certeza o brasil vai entrar, e ai o bicho vai pegar!!!!
- hahaha Você vai ser convocado e ainda bem que eu sou mulher. [OFF: Ele se alistou no exército porque quis e adorou.]
- Ihhhh, vou amarradao!!!!!! Bom que vou visitar o oriente medio :) E melhor, na alta temporada, na guerra :)
- Deixa de ser louco, moleque. Você pode morrer...
- Ok. Sem problemas. hahahahahha Se o Brasil nao participar vou me alistar como voluntario no US ARMY...

E eu namorei com essa criatura.
Momentinho fútil:

*sussurando* Comprei meu vestido da formatura. Meu colégio tá em greve, nao sei nem se eu vou passar de ano, mas o vestido tá comprado. Até mesmo porque eu nao quero ficar igual a ninguém na festa hehehehe. Fiquei semanas a fio pensando em como eu queria o bendito vestido e entrei numa loja e vi exatamente o que eu queria. Sabe quando você sonha com uma roupa e encontra ela sob medida? Foi isso. ;)
Ameiiiiiii!


quinta-feira, 13 de setembro de 2001

Meu amigo Kodai fala umas frases ótimas para me consolar. Eu tive de dizer umas coisas e a pessoa ficou incomodada. Comento isso com ele (com um pouco mais de detalhes) e ai ele diz:

"A verdade é como uma prisão de ventre com o final programado."


Que bom, eu precisava mesmo descontrair... Tou uma pilha e super preocupada com o "daqui para frente". Desejem-me boa sorte.
A melhor forma de entender o que não conhecemos e nos causa estranhamento não é julgando ou tentando encaixar neste ou naquele estereótipo.
A melhor forma de entender é saber ouvir e acima de tudo, respeitar.

Por conta desse meu comentário, eu vou até repetir uma frase da Clarice Lispector que eu coloquei no texto "Identificações" (ver dia 05/09):

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: eu quero é uma verdade inventada."

É isso o que eu penso para mim.

quarta-feira, 12 de setembro de 2001

Poesia já! :)

Das utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

(Paulo Leminski)
"Os políticos e governantes de países pobres que mais apregoam que suas economias devem abrir-se para o exterior e modernizar-se são os que mais revelam desprezo e descaso com o ensino fundamental e a situação das universidades."

(Jaime Oliva e Roberto Giansanti in "Temas da Geografia Mundial")


Que maldição...! Eu nao resisto a postar essas coisas.
Repararam que depois que eu mudei o layout do meu blog ele ficou menos diário e mais comentário? :P É que eu deixo o blogger já na área de postagens e ai vai me dando uma vontade irresistivel de postar tudinho o que tá acontecendo, principalmente agora que eu consegui resolver aquele probleminha dos posts que nao eram do dia ficarem com uma letrinha reduzida.
Esse novo layout me animou mesmo a postar. E mudar o post é uma boa forma de "cortar" um assunto, ao inves de criar um subtitulo e tals.

Alias... Ces gostaram do novo layout? Ainda nao é o ideal, eu sei... Estamos permanentemente trabalhando para melhorar esse blog. ;)
E a opiniao de vocês é MUITO importante. :)

terça-feira, 11 de setembro de 2001

Eu sei, eu sei. Eu tinha prometido a vocês que não ia mais falar da questão dos EUA. Mas eu vi no blog da Flávia o link presse texto muitchodobom, da Eliane Cantanhêde.

As suas pernas se embolaram tanto nas minhas...!
E tudo o que sobrou de nós,
Foram nós.
E chega de política nessa página, vamos voltar ao nosso expediente normal: poesias, cotidianidades, amenidades... :)
Eu acho que eu fui levemente mal interpretada no meu último post. Eu nao estou dizendo que a culpa é dos EUA e pronto. Tou dizendo que a política de armamento que os EUA têm proposto leva a isso mesmo: radicalizações. Num mundo em tensões cada vez maiores, sejam por conflitos étnicos, religiosos, etc. é um absurdo pregar rearmamento. As nações opositoras se sentirão obviamente ameaçadas e buscarão fazer o mesmo, como forma de defesa.

Acusam terroristas palestinos. Vem cá... Os EUA tem manifestado apoio explicito as causas de Israel, até porque os judeus tem grande poder no território americano. Os EUA, que sempre fazem questão de se colocar como árbitros dos conflitos mundiais, não estão sendo justos. É notório o massacre que Israel, estado nitidamente mais poderoso que a Palestina, tem feito sobre a população palestina. Isso gera sim sentimento de revolta e revanchismo por parte dos povos envolvidos. Israel invadiu território palestino e recusa a sair de lá. Mesmo país que ganhou sua terra depois de tanto batalhar; deveria saber respeitar outros povos por ter sido historicamente desrespeitado. Os palestinos por sua vez, também tem lá sua parcela de culpa, o descontrole dos grupos terroristas por exemplo, é gravíssimo. NÃO ESTOU JUSTIFICANDO O MASSACRE, porque ceifar vidas é sempre injustificável. Só estou dizendo que a questão vai muito além da religião...
Até onde irá a ambição humana?

Os EUA disseram que haverá retaliações aos envolvidos no massacre. Eu concordo que alguma atitude drástica precisa ser tomada, mas ela tem de ser muito bem pensada e feita com os ânimos mais frios. "Olho por olho e o mundo acabará cego."
Sobre o incidente nos EUA, acho que só há uma coisa a se dizer: uma parcela da culpa certamente é da política armamentista e agressiva (em outras palavras, irracional) que o presidente Bush tem pregado.

Na época do pacifista Clinton, os EUA não teriam passado por isso.

Alguém por favor lace esse jumento e mande-o de volta para o pasto lá no Texas.
Tá bom, tá bom, tá bom. Eu confesso: não aguento ler poemas longos. Pulo todos. Gosto de "poemas comprimidos", a la Oswald de Andrade. Eu sei: mereço a morte porque sou uma amante de literatura herege. "Fernando Pessoa tem uns poemas grandes muito bonitos". É mesmo? Eu não os li e muito provavelmente não os lerei.
Essa obtuosidade... Deve ser um mal que me acomete a alma.

Ou mais um reflexo de uma nova necessidade: a do imediatismo, a nós oferecida pela pos modernidade.

segunda-feira, 10 de setembro de 2001

Essa eu também tirei da Veja e tive de postar aqui... :)
Sabe aqueles desenhos que as pessoas fazem distraidamente ao telefone ou em reunioes de trabalho? Eu vivo fazendo isso e vi que existe a "rabiscologia", que decifra esses desenhinhos ai... Acompanhe:

Setas: a pessoa tem alguma ideia fixa perturbadora.
Círculos: é egocêntrica e detesta grupos.
Olhos: está à procura da solução para um problema
O próprio nome: sente-se rejeitada.
Cubos: mostra disposição para o trabalho.
Estrelas: tem objetivos ambiciosos.
Casas: está feliz e satisfeita com a vida.
Linhas retas: demonstra objetividade e determinação.
Ondas: está à espera de uma mudança radical.
Espirais: sente-se sozinha e quer companhia.

Eu? Eu costumo desenhar cubos e casas. E vc? :)
Preciso agradeçar à moça Sabrina que me mandou um mail elogiando o meu blog. Fiquei tao feliz de ter percebido a maneira como ela se identificou com o que eu escrevo e como isso mexeu com ela. :) Feliz mesmo, alegrou a minha noite. :)

Ah, visitem a página dela sobre teatro... :) Tem textos do Nelson Rodrigues lá. Eu amo Nelson... Vou ler assim que puder.
Essa eu tirei da seção "Veja Essa", da revista Veja:

"FH garante fim da seca no Nordeste."
Notícia do Globonews.com, atribuindo ao presidente Fernando Henrique o único poder que ele ainda não tinha: o de fazer chover.

É o pouco que diz tudo... ;)
Tá... Eu sei que preciso continuar mexendo nesse template. Ainda não está bom, definitivamente... :)
Mas depois. Haja conta telefônica... :)
Preciso dizer que o blog nao colaborou? (Ou melhor, eu não colaborei.)
Eu sou mesmo um desastre em termos de HTML

O que fazer?
Vou imprimir o arquivo html do meu template e consertar "frase" a "frase". Mas amanhã.

É... eu vivo na era da computacao paleolítica.
Assim que o blog colaborar e se eu nao tiver feito nenhuma caquinha, teremos esse layout do blog um pouco melhorado.
Tava passado da hora, não é? Vocês sabem... Eu tenho essa alergia por HTML que me impede de mudar o layout. Mas até que o Front Page nao é uma ferramenta do inferno. É do purgatorio. Afinal, Microsoft é microsoft e sempre faz um programinha "engraçadinho".

Vou consertar até mesmo o link dos comments e a questão dos acentos.
Se vcs nao gostarem quando eu postar, me avisem, please. :)

sábado, 8 de setembro de 2001

A menina Artie tem razão: "A vida bem que podia vir com uma 'FAQ':
Frequently Asked Question About Life".

E eu preciso agradecer ao elogioso comentário da Violinha ao meu texto "Identificações", feito a partir de frases da Clarice Lispector. (Ver quarta-feira, 05/09)
Tenho também de agradecer a Violinha pela valiosa companhia e por ter sido tão amiga desde que voltamos a nos falar (nao, a gente nao tinha brigado). Te adoro, viu, moça? :)

Sabe que ontem eu surtei e escrevi o "Identificações" na porta do meu armário? Eu ia escrever de retroprojetor preto, mas nao achei o álcool para confirmar se sairia ou nao a caneta depois que eu tivesse escrito. Resolvi escrever a lápis. E coloquei lá na porta do armário o texto com as devidas explicações. Fiquei babando depois.

Eu tenho essa mania... Eu coloquei alguns dos textos que eu considero significativos para mim escritos no meu armário. Além do símbolo do yin-yang, que foi quase que meu "mantra" do ano passado. No meu niver, o bolo era com esse mesmo desenho para simbolizar a fase pela qual eu estava passando, que era de muito equilibrio. Continua lá para eu lembrar do quanto é importante ser equilibrado. Eu juro que tento, mas nao tenho mais a mesma competência do ano passado.
Na parede do lado da cama (eu durmo virada pra parede) eu coloquei a frase mantra desse ano: "Minha medida é a minha vontade." Deixei lá para eu olhar sempre e ter isso na cabeça, introjetado no meu sangue, etc.

Tenho vontade de cobrir meu quarto com os meus textos. Mas acho que ficaria meio feio... Vou colocando um aqui, outro ali, substituindo os antigos...
Eu preciso mesmo é de um quadro metálico para eu colocar todas essas coisas e parar de rabiscar a parede. Mas tá carooooo. E eu prefiro guardar dindin para comprar coisas que eu tou realmente precisando, como uma sandália rasteira. :P


Mudando completamente de assunto...

Pros que passarão aqui amanhã, vou deixar um presente: uma poesia que achei enquanto vagava pela internet...
Achei no Jornal da Poesia. Ah, também achei linda.

Femina
Soares Feitosa

Não lavei os seios
pois tinham o calor
da tua mão.

Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo.

Não lavei o corpo
pois tinha os rastros
dos teus gestos;
tinha também, o meu corpo,
a sagrada profanação
do teu olhar
que não lavei.

Nem aqueles lençóis,
não os lavei,
nem os espelhos,
que continuam
onde sempre estiveram:
porque eles nos viram
cúmplices, e a paixão,
no paraíso,
parece que era.

Lavei, sim,
lavei e perfumei
a alma, em jasmim,
que é tua, só tua,
para te esperar
como se nunca tivesses ido
a nenhum lugar:
donde apaguei
todas as ausências
que apaguei
ao teu olhar.

sexta-feira, 7 de setembro de 2001

Errr... Eu nao arranquei e lavei uma a uma as teclas, mas por sugestao do Kodai, abri o teclado para limpa-lo. Por que diabos eu fiz isso??? Passei o resto da madrugada tentando montar e criei até uma teoria evolutiva a respeito.

O inferno é um bando de teclados microsoft desmontados e pessoas tentando encaixa-los. Quando encaixam, elas evoluem, vao para o paraiso. Se quebrarem o teclado por irritacao, morrerao no inferno. É isso, não há outra explicação.

Às 3 da matina eu reconheci a minha incompetencia e liguei prum amigo vir até aqui resolver isso hoje para mim. Uma dor de cabeça sem fim. O teclado agora tá ate mais limpo. Achei até pedaço de unha debaixo das teclas... Nojento, nao?
Resultado: meu amigo ta aqui, montou o teclado (obvio, senao eu nao conseguiria escrever), mas o scroll lock nao funciona mais... Deu tilte no circuito ou sei lá o que.

Mas também, quem precisa de scroll lock??? :PPP
A minha tarde foi bem legal. A Ni me ligou e como nao tinha nada para fazer, resolveu vir para cá. A ideia inicial era andar de bicicleta, mas o tempo fez o passeio meio que ir por agua abaixo. Decidimos por alugar um video e comer brownie com sorvete. Chamamos o Gabriel, que demorou so 1h30 no transito... Mas chegou.

O brownie tava otimo, o sorvete idem.
Assistimos ao filme "Chocolate". Muito bom. É mesmo para quem nao quer se estressar, nao quer pensar muito, mas é bem legal.
Conversei muito com eles. Dia simples, mas delicioso. Amigos, amigos. Como viver sem eles? :)

E dos meus AMIGOS eu nao tenho nada a reclamar. :)


Mas do meu teclado... Gente, meu teclado tá nojento. O meu amigo Kodai tem razao: o teclado é um ímã de comida. Eu preciso parar já de comer em frente ao micro. Eu fui virar o teclado e caiu de tudo: farelo de pao, po de borracha, pedacinhos de chocolate, veio um cheiro de suco de maracuja. A tecla do . tá meio que travando. Nojentao. Vou limpar esse teclado.
A vontade que dá é de arrancar as teclinhas e lavar uma a uma, incluindo o esqueleto do teclado. Pena que não posso... Como deixei ficar assim?? :PP

quinta-feira, 6 de setembro de 2001

Essa coisa de estar em casa por causa da greve (ninguém precisa me dizer que nao era preu estar em casa, eu sei. Mas é que eu nao tou lá muito bem.) tá me deixando triste e principalmente, trash... Tou comendo todos os restos de comida que encontro pela geladeira. E olha que comida na geladeira da minha casa é algo para se temer

Certa vez, minha mae, que tem mania de tudo congelar, serviu peru de natal em julho. Voces tem nocao do que é isso? É no minimo, nojento.

quarta-feira, 5 de setembro de 2001

Voltei agora da terapia.
Pensei que quando voltasse de lá, eu ia estar melhor, mais calma, etc. Ledo engano. Tou me sentindo pior porque eu acabei falando de todas as coisas que estavam me incomodando, colocando tudo para fora e agora essas coisinhas (que sao coisonas na verdade) ficam aqui me rondando, eu só encontro uma solução: ler Clarice Lispector. (Às vezes ficar pensando é martirio muito maior e nao leva a nada.)

Vou fazer aqui um apanhado de frases que são muito "eu" e que tem por isso um grande simbolismo para mim. Frases do livro Água Viva, da Clarice. Não tem que se guie pela bíblia? Pois eu me guio por algo que está além das meras palavras e de argumentos de autoridade. Eu guio-me pelos meus sentimentos, pelas minhas vontades e pelos diferentes "eus" que se apercebem dentro de mim quando eu acordo. E será que eu acordo? De fato, não sei. O que eu sei é que todas as manhãs eu sinto o sol nos meus olhos e me vejo viva. Ou pelo menos pulsando. É a essa pulsação que eu atribuo o nome de vida. Se é vida de fato ou é ausência dela, eu não sei. Só sei que pulsa e que não é morte. Só sei que existe e eu não a temo mais. Pelo contrário, eu a amo demais. É um estado apaixonante esse sentimento pulsante pela vida. Se eu pudesse me apresentar, eu faria assim (como está lá no texto).

Já fizeram isso? Um texto com trechos de um livro com os quais vcs se identificam muito?
Vou dialogar com vocês por intermédio de palavras que não são minhas e eu queria muito que vocês mais do que lessem, sentissem o que eu tou querendo dizer. Será que é possível? Vamos tentar? ;)
Farei algumas adaptações para estabelecer a coerência, mas farei as mínimas adaptações.


Identificações

Terei que morrer de novo para de novo nascer? Aceito.

Por enquanto o tempo é quanto dura um pensamento. Assim o mais profundo pensamento é um coração batendo.
Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Não quero contar nem a mim mesma certas coisas. Seria trair o é-se. Sinto que sei de uma verdade. Que já pressinto. Mas verdades não têm palavras.

Andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: eu quero é uma verdade inventada.

Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço. Ah tenho medo do Deus e do seu silêncio.

O que eu não vejo não existe? O que mais me emociona é que o que não vejo contudo existe. Será que eu reconheceria a verdade se esta se comprovasse? A verdade última a gente nunca diz.

Não gosto é quando pingam limão nas minhas profundezas e fazem com que eu me contorça toda. Os fatos da vida são o limão na ostra? Será que a ostra dorme?

Ocorreu-me de repente que não é preciso ter ordem para viver. Não há padrão a seguir e nem há o próprio padrão: nasço.

Estou sentindo o martírio de uma inoportuna sensualidade. Porque eu sou uma pergunta. Sou até ingênua porque me entrego sem garantias. Nada existe de mais difícil do que entregar-se ao instante. Esta dificuldade é dor humana. O que me guia apenas é um senso de descoberta. Atrás do atrás do pensamento.

Mesmo para os descrentes há o instante do desespero que é divino: a ausência do Deus é um ato de religião. Neste mesmo instante estou pedindo ao Deus que me ajude.

Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas - nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar e - milagre - se anda. Recuso-me porém a qualquer missão. Não cumpro nada: apenas vivo. Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelo caminho.

Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.

Como fazer se não te enterneces com meus defeitos, enquanto eu amei os teus. Minha candidez foi por ti pisada. Não me amaste, disto só eu sei.

Diga-me por favor que horas são para eu saber que estou vivendo nesta hora.



Ufa, acho que consegui. Que tal?

terça-feira, 4 de setembro de 2001

Ontem foi a assembléia de alunos do meu colégio e mais uma vez eu presidi. Putz... É uma merda ter uma tarefa como essas, é stress puro. Quase briguei com uma das minhas melhores amigas porque ela nao respeitou o sistema de inscrições por diversas vezes e ainda por cima ela é a "presidente" do gremio (teoricamente o gremio é colegiado, mas ela é a lider natural, digamos assim). Sabe o que que é vc ter de virar e dizer: "Ou você senta aqui e preside essa assembléia ou me deixa presidir."
Foi pessimo.

E a assembleia nem foi tao vitoriosa assim... Tinha muitos alunos (110), conseguimos votar por uma greve de estudantes em apoio a greve dos professores, mas tendo uma pauta propria. Porem, quando chegou na questao das aulas do 3o. ano, a coisa ficou complicada. É dificil isso porque o 3o. ano parado tem um impacto muito grande e isso acontece no Pedro II, por exemplo. Mas também é preciso ver que tem gente que nao tem como correr atrás da matéria e o vestibular tá ai. Na minha sala tem uma menina que vai prestar pra medicina e nao pode pagar cursinho. Ela depende do colegio.
É uma posicao muito complicada mesmo. Eu nem mesmo consigo formar a minha opiniao a respeito.
Mas os alunos votaram por pedir aos professores do 3o. ano que voltem a dar aula...


Uma amiga minha terminou um namoro. Eu sei que ela gostava (ou tinha se acostumado) com a presença do cara e tals, mas eu tou muito feliz por ela. Alguem que trata uma garota com a grosseria que ele a tratava, nao merece estar acompanhado nunca. Nao merece nem mesmo ter uma pessoa tao legal como essa minha amiga ao lado.
Vai ser melhor, Ni, você vai ver.

Então é isso... Tou aqui de molho em casa, vou começar a estudar já já, talvez meus amigos venham almoçar comigo.

Os outros problemas? Só dando tempo ao tempo...


Conversando com o meu amigo Kodai me veio mais uma ideia para a listinha que eu tou montando sobre coisas que eu realmente odeio:
Pessoas inúteis. Pior do que quando estao sendo inúteis é quando estao atrapalhando... Minha avo dizia muito sabiamente "longe de quem está trabalhando e perto de quem está cagando." É isso. Mais preciso impossível.

domingo, 2 de setembro de 2001

Ontem aconteceu algo doido, estranho. Nao saquei nada.

Tudo bem... Eu me prometi que nunca ia perder nenhuma oportunidade e que ia fazer tudo o que tivesse vontade... Tou fazendo, entao.
Sem peso na consciencia, sem remorso.
Mas nao era para acontecer.

Faco tudo o que for para me dar prazer, de qualquer forma que seja.


Eu odeio essas formas que os pais tem de retaliar os filhos. Essa pressaozinha que eles parecem ter um gozo enorme em realizar. Eu nao queria sentar para almoçar com eles. Acho podre essa coisa ritualistica que as pessoas tem em torno das refeicoes, esse TER de sentar, de esperar e tudo mais. Argh. Disse que nao ia sentar para almoçar com eles e meu pai ficou puto, resmungando. Retruquei: "Porra, deixa eu fazer o que eu tenho vontade. Que coisa." Minha mae também nao gostou do fato e ficou falando que se eu sujasse algo no escritorio, ela ia me fazer limpar com a lingua. E ficaram os 2 resmungado. Uma hora eu me enchi e falei "Parem de resmungar, que saco."
Eu deveria ter acrescentado: "É por essas e outras que eu nao sento para comer com vocês."


Um texto que me bateu agora. Alguns textos me vem como tapas na cara.

Ressonância
Fiz para ter-te ao meu lado. Agora parei com tudo isso e posso ouvir ao longe a tua voz querendo que eu continue, mas eu finjo ser apenas mais um dos lamúrios que a noite me traz.

Mas não quero. Não mais. Não mesmo. (E se eu preciso repetir é porque ainda não me convenci.)

Esse silêncio que tomou conta de mim calou-me até as palavras que eu fiquei devendo de te dizer. Eu sei que não vou dizer mais nada. Não preciso de mais nenhuma dor de sacrifício.
Essa loucura de sensatez me consome, tirando-me as últimas e exasperadas gotas de paixão. Bebo teu nome e engulo tuas cortantes palavras sem líquido, elas vão me dissecando por dentro.

Palavras secas, a seco e na seca. Eu estou vivendo nesse terreno estéril solidão e ao meu lado, saudade. Fica aqui, pois é silenciosa como cada lágrima que me tomba dos olhos e irriga o solo. Quem sabe não nasce flor? Cala no meu peito o suspiro da antepenúltima vontade de ter vontade. O vento bate e carrega pequenos grânulos de areia. Protejo meus olhos com meu braço e abaixo a minha cabeça entre as pernas. Sinto mais uma vez aquela dor de parto e a angústia de saber que nada me basta. Meu corpo se treme. Nada me é simples e eu dificilmente desisto. Isso só torna tudo mais doloroso.

Eu me calo porque dei-me calos.

sábado, 1 de setembro de 2001

Fui a uma festa muito legal ontem. Eu raramente tenho vontade de sair e ficar pela rua até depois das 3 da manha. Acho que esse horário já tá muito bom. Virar a noite? Detesto. Até voltar pros horários normais é um martírio que nao vale a pena. Mas ontem até deu vontade de fazer isso.

Nem era uma daquelas festas de arromba nao, era mais um encontro. Mas a musica tava legal, as pessoas tinham um papo otimo e eu fui ficando por lá... :) Valeu a pena mesmo.

So foi engracado porque eu fui a primeira a chegar, antes mesmo da aniversariante... Ela marcara a festa as 21:00 e eu cheguei 21:30. A mulé é tao doida que so foi chegar as 23:00 e quando chegou, nos, os convidados, tinhamos dado um jeito de arrumar a mesa de comida da festa. Surreal, nao é? :P


Gatinho conectou agora no icq. Eu ia mandar uma msg, mas como ele tinha falado que ia me ligar (isso no domingo passado), nao mandei msg nenhuma. Desconfio que ele continua online, em invisible mode. Foda-se.
Sério... Me magoa demais essa falta de sinceridade dele. Se ele nao está afim, por que diabos fica fazendo cena? Eu PEDI pra ele ser muito sincero comigo, a qualquer custo. Qual é a dele? Por que ele diz uma coisa e faz outra? Eu ODEIO gente assim.
Por que diz que vai ligar e nao liga? Por que nao pula fora logo e me deixa em paz? (Mas essa frase nao representa MESMO o que eu quero.)


Eu odeio esses joguinhos bestas de sedução. Para que fingir? Para que forçar? Para que nao fazer o que se quer?
Minha medida é a minha vontade SEMPRE. Que se foda o resto, que se fodam os convencionalismos bestas e castradores. Eu quero o que quero e admito. E não faço força para ser entendida, quem faz sentido...