domingo, 31 de outubro de 2004

Na 6ª feira encontrei com ele. Sabe o que me foi dito? Que ele pirou, que nao tinha nada a ver aquela discussao, que era para eu esquecer aquilo e parar de agir de um jeito estranho - eu de fato estava estranha - com ele.

Falei meia duzia de coisas, dentre as quais que ele era absolutamente esquizofrenico.

To fazendo um esforco enorme para esquecer o que houve. Mas acho que isso vem com o tempo mesmo. Vamos ver como ficam as coisas. A minha decisao é uma so: se ele surtar de novo, eu pulo fora. Nao tenho energia para aguentar essas coisas.

Que eu o amo, nao restam duvidas. Nem que ele gosta de mim.


Assunto mais ameno...

Ganhei uma maquina fotografica digital. Tem ate nome a bichinha: Gigi. Ela é uma graca. Talvez em breve eu crie um fotolog. Mas nao decidi isso nao... :)

Por hora, so tirei fotos da vista da minha janela e do maravilhoso gorgonzola que vai virar molho para o almoco. :P

quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Sai atrasadissima para a faculdade hoje. O despertador do celular, apesar de programado, simplesmente nao tocou. A aula era as 9, eu acordei as 9:30, sai de casa feito uma maluca, sem tomar cafe da manha, me arrumando pelo caminho. Odeio correria de manhã. Antes de ir, eu fiquei questionando se eu deveria mesmo ir para a faculdade.

Por fim, conclui que como se tratava da aula de um grande figurao do Direito, que cobra exclusivamente a opiniao dele na prova, seria bom eu estar la, ouvir e tomar notas. A aula nem foi tao produtiva assim. Cheguei la na faculdade por volta das 10:10. Rapido, bem rapido. Gastei dinheiro com o taxi, enfim... Tambem pesou o fato deu ter de ir mesmo ao Centro, resolver umas coisas.

No fim, eu me arrependi de ter ido. Nao por conta da aula, mas pelo depois da aula. Discussao de relacao. Sabe, as vezes voce acha que ta tudo muito bem, tudo muito bom, e os velhos fantasmas surgem, as discussoes ja sepultadas levantam feito mortas-vivas. No fim das contas, tudo ficou como estava. Eu nao entendi nada do que se passou - sera que nada se passou?. Nao entendi o objetivo da discussao, onde se queria chegar, nem nada mais. Fiquei me sentindo fragil, perdida, solitaria nas minhas impressoes e angustias e incapaz de compreender o que me estava sendo dito. As vezes tinha impressao de que eu e ele falavamos exatamente a mesma coisa, so que de maneiras diferentes e nao conseguiamos, ainda assim, decidir o ponto em comum a se chegar.

Creio que a discussao tenha terminado nao porque o assunto se encerrou, mas porque a paciencia acabou e os temas que deviam ser esclarecidos teriam sido. No fundo, o que aconteceu foi que eu coloquei como eu enxergava as coisas, ele colocou como ele enxergava e nos dois ficamos satisfeitos em ver esclarecido o que cada um pretendia. So nao ficou esclarecido o que vai acontecer agora. E ele me pedia para que eu sentisse as coisas e parasse de nelas pensar. Tambem dizia que eu me sentia dessa ou daquela forma. Eu nao me sentia e ja tinha decidido parar de pensar e sentir mais ha muito tempo.

Para mim resta a sensacao do retrocesso. Quero muito me convencer de que nao foi isso que aconteceu. Talvez eu me convença com o tempo.

Talvez eu volte a pensar que o melhor nao seria estar com ele. Ir para longe, procurar viver a minha vida. Mas como é que a gente convence o coracao de uma coisa dessas? Isso, infelizmente, eu nao vou saber. Por tudo que vivemos, eu sou levada a crer que vale a pena tentar. E tambem pelo que nao vivemos, pelo que eu gostaria de viver. Nao quero me arrepender por nao ter tentado. Eu sofro de uma teimosia emocional, mal esse incuravel.

Na verdade, acho que o nome desse mal que supostamente é incuravel é outro. "Ama e nem sabe mais o que ama", nas palavras de Adelia Prado.

quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Palestra "Lexotan"

Deve ser um daqueles atributos dos grandes bachareis de Direito, dos grandes atores ou ate mesmo - quem sabe? - algo que surge com a colação de grau no curso de Direito. Falo daquela apreciavel e necessaria capacidade de nao dormir na exposicao de eminentes juristas, figuras bacharelescas do cenario juridico nacional. É que em boa parte das vezes a voz do palestrante, apesar de seu enoooorme saber juridico, é insuportavelmente tediosa e sao tantas, mas tantas citacoes de autores estrangeiros, referencias a outros paises que comeca um bocejo ali, outro aqui na plateia e em breve vemos cabecas tombando de sono.

Eu sofro desse mal. Nao adianta, é uma formula: palestra chata = sono = eu dormindo.

Ainda nao sou dotada da capacidade invejavel de ficar acordada nessas palestras. Creio que isso deva vir com a colação de grau no curso de Direito. Enquanto isso, eu vou pagando meus micos aqui e ali: cochilo sempre que nao consigo me manter interessada.

Hoje pelo menos eu ja me senti melhor: eu cochilei apenas na 1ª palestra. E varias pessoas cochilaram, o que me soa como um consolo. Talvez seja decorrencia de estar no meio do curso de Direito e assim, pela logica, cada vez conseguirei ficar mais tempo acordada.

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Dificil de se explicar a sensacao de felicidade e a paz que predominou nesse fim de semana. É muito bom se assim.

Oswald de Andrade, sobre isso, concluiu muito bem em seu Manifesto Antropofagico:

"A alegria é a prova dos nove."

É isso.

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

"Voce cria tantas fantasias e historias sobre a partir de um dado que voce supoe que seja real que voce acaba brigando e fazendo as pazes com as pessoas, sozinha, dentro da sua cabeça."

Esta sou eu, queridos! ;)


Hoje é aniversario da Cris (http://sitedacris.blogspot.com) Parabens e beijinhos! :)

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Final de semana bem balanceado. Consegui estudar, sair com os amigos, ver meu gateeenho. Tudo aos pouquinhos. Melhor assim, nao?

Na 6ª fiquei de bobeira em casa. Aproveitei a tarde para estudar, falei com os amigos, fiquei passeando pela Internet. Acordei cedo e estudei mais um pouquinho. Depois fui para um churrasco do pessoal da faculdade laaaaaaaaa em Itaipu. Muito divertido. Todo mundo dancando, conversando, comendo, bebendo. Ate uma professora que é mais amiga da turma foi tambem. Varias fotos tiradas, queria te-las revelado hoje, mas como é dia do comerciario, a loja estava fechada. Tou louca para ve-las, pois no mesmo filme estao as fotos do almoco do meu aniversario, a ida ao bar Devassa e agora as do Churrasco. Voltei para casa e terminei de estudar para a prova.

No domingo de manha fiz o que sempre faço: atualizei minhas leituras, chequei emails, conversei na internet. Almocei com o meu gateeeenho. Um risoni ao molho branco que esta delicioso. Depois ficamos juntinhos. Varias conversas produtivas, mas sem aquele peso da discussao de relacao. Tudo mais claro agora e eu, a insegura neurotica, mais calma. E feliz. Feliz como nunca. Ele tambem é so sorrisos.

A noite sai com uma amiga (a Ritinha). Fomos ver a peça "A casa dos budas ditosos", no Canecao. O texto eu ja conhecia, pois havia lido o livro. Mas a montagem ficou otima. A Fernandinha Torres deu vida a personagem do texto com uma maestria impressionante. O publico ria demais. Me senti leve. Fomos lanchar e depois voltamos para casa andando, ja bem tarde da noite.

Fui dormir tarde, acordei cedo. E a semana começa... (ja com o sono atrasado...)

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Comentei um post no blog da Tata - link ai ao lado - e achei interessante o que escrevi. Resolvi reproduzir por aqui:

"To lendo um livro - que eu ganhei do meu gatinho - que fala algo muito legal: "O mundo nao tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui forma, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. É uma ideia assustadora: vivemos segundo o nosso ponto de vista, com ele sobrevivemos ou naufragamos. Explodimos ou congelamos conforme nossa abertura ou exclusao em relacao ao mundo." (Lya Luft, in Perdas e Ganhos).

Alias, é exatamente isso: a gente precisa do nosso olhar pra entender o mundo. E as vezes, por mais que queiramos nao ver, essa nossa "cegueira momentanea" nos prepara para enxergar o que de fato é. Imagina se enxergassemos a verdade em tudo... Sera que reconheceriamos? Sera que suportariamos esse mundo? "

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Passei um dos melhores aniversarios da minha vida.

Comemorei a virada do dia 10 para o dia 11 ao lado do meu gateeenho e dos amigos, passei os dias 11 e 12 na companhia de mais amigos e do gateeenho. Teve ida ao bar devassa, almoco na minha casa. Tudo que eu poderia ter direito. Muita animacao, muito carinho, muita felicidade.

Acho que ha muito nao me sentia tao feliz. Obrigada a todos. :)

domingo, 10 de outubro de 2004

Da série: Sinuca de Bico

"Incrivel, né? Nenhum modelo de relacionamento parece dar certo. A poligamia saudavel é utopia e a monogamia é uma falacia. Impossivel saber o que fazer."

Incrivel mesmo é as pessoas falarem exatamente o que a gente ainda nao quis por em palavras por preferir ignorar. Porque quando transformamos impressoes/sensacoes em palavras é justamente o momento em que a gente comeca a tentar entender o ininteligivel e a questionar o que nao deveria ser questionado. É um beco sem saida.


...

Amanha é meu aniversario.

Hoje acordei cedo para ir ao show do Hermeto Pascoal, as 12h, gratis, no Planetario. Achei o show maravilhoso e ele um fofo. O show foi na cupula do planetario - que invariavelmente me faz lembrar de copula, mas tudo bem - e colocaram as luzes bem baixinhas enquanto passavam as imagens de varios ceus e estrelas no teto. E eu fiquei ali recostada ouvindo aquele instrumental maravilhoso, rindo de vez em quando e pensando no quanto a gente é feliz sem perceber.

Nós é que estragamos tudo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Odeio Orkut.

É lento, é chato, me dá trabalho. Nunca funciona direito. Nao consigo entrar e quando consigo, fica dando "bad server no donnuts for you" toda hora. Nao consigo ler scraps, comunidades, etc. Me irrita demais.


Aaaaaaaaaaah! Quero que o mundo acabe em barranco só para eu morrer recostada!

Hoje so amanha. Meu dia acabou. Vou dormir pra ver se amanha chega mais rapido. Cansei, cansei.

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

Depois de muito reclamar das musicas que eu ouvia, um dia, assim como quem nao quer nada, minha mae resolveu ouvi-las tambem.

O resultado?

Tenho uma mae que, assim como eu, é fã de Los Hermanos.

E ela canta as musicas pela casa, ouve todas obsessivamente e repetidas vezes, escuta alto, cantarola trechos para que eu diga qual a musica e sai correndo para ouvir, me obriga a pedir para que ela feche a porta do escritorio porque o som esta tao alto que fica dificil para eu estudar, etc.

Acho que ha uma pequena inversao de valores por aqui. No meu entendimento, a adolescente (ou pos, sei la) era eu.
Dei uma sumidinha da internet. To achando isso aqui meio chatao, sabe? Poucos amigos online para conversar, orkut sempre lento. Vou colocar alguns comentarios pontuais sobre a minha vida e acho que isso resume:

* Continuo achando muito complicado ser feliz;
* Meu aniversario esta chegando (dia 11/10);
* Ainda nao sei o que vou fazer no meu niver;
* Votei. Nao doeu. Minha candidata nao ganhou, mas sabe que eu nem achei ruim a ideia de ter mais do mesmo por 4 anos? Mas o vereador no qual votei foi eleito;
* A faculdade está a deriva - sem comando - mas nunca as coisas funcionaram tão bem;
* To com preguiça de estudar;
* Preciso voltar a fazer estagio urgente - cabeça vazia territorio do capeta e eu to com tempo livre demais pro meu gosto. Trabalhar sobre pressao é sempre bom.

Enquanto isso eu vou tentando me acostumar com a felicidade - ainda que efemera, isso nem eu sei. Um dia eu consigo.

domingo, 3 de outubro de 2004

Muito bonito o discurso alheio - e por vezes ate o meu proprio - de viver o dia a dia, o momento, o presente. Mas isso torna a vida efemera. A gente gosta mesmo é de planejar.

É tao bom quando se esta feliz com alguem poder planejar, saber que aquela pessoa vai estar ali por um tempo, que voce pode chama-la para ir a nao sei onde daqui a 15 dias e que ela vai, vai estar com voce. Estabilidade nao é sinonimo de monotonia.

Quando a gente gosta e está bem, quer eternizar todos os momentos e prolonga-los. Doi muito o medo instaurado e deflagrado por nos mesmos de nao saber ate quando se pode contar com quem esta do nosso lado. Ainda que nao pareça haver motivo para isso, mas o medo de sofrer faz crer que este motivo existe a todo tempo.

Definitivamente, eu reconheco uma falha minh: nao consigo estar feliz e aceitar isso, curtir. Porque estou feliz, mas tao preocupada em nao estar mais no momento seguinte que me impeço de curtir os momentos. É que eu nao quero felicidade so hoje.

A paranoia esta instaurada. Bem vindos ao mundo insano de Andrea.

sábado, 2 de outubro de 2004

Depois de ontem eu continuo dizendo que ainda que as mulheres menstruassem, os homens é que deveriam sentir colicas. :P

Pelo menos parte do dia foi amena e no periodo em que o remedio nao fazia efeito, eu ganhei colo, cafune, beijinhos e atenção.

Nao podia ser sempre assim?

Tá tudo tao bom, mas tao bom que eu tenho ate medo que melhore e estrague!


Pulando isso, amanha é dia de eleicoes e eu ja decidi em quem vou votar. Decidi, vou votar sabendo que nao ira para o 2º turno. Mas fazer o que? A coisa no Rio esta tao ruim que obriga os eleitores a escolherem entre males o menor.

Alias, reencontrei esse texto no blog da Violinha (link ai ao lado) e achei perfeito para a ocasiao:

O analfabeto político
(Bertold Brecht)

O pior analfabeto
É o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala;
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão,
do peixe,da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito,
dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política,
nasce a prostituta,
o menor abandonado,
o assaltante
e o pior de todos os bandidos:
que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto
e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Bom, é isso. Vou voltar pros livros.