quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Sai atrasadissima para a faculdade hoje. O despertador do celular, apesar de programado, simplesmente nao tocou. A aula era as 9, eu acordei as 9:30, sai de casa feito uma maluca, sem tomar cafe da manha, me arrumando pelo caminho. Odeio correria de manhã. Antes de ir, eu fiquei questionando se eu deveria mesmo ir para a faculdade.

Por fim, conclui que como se tratava da aula de um grande figurao do Direito, que cobra exclusivamente a opiniao dele na prova, seria bom eu estar la, ouvir e tomar notas. A aula nem foi tao produtiva assim. Cheguei la na faculdade por volta das 10:10. Rapido, bem rapido. Gastei dinheiro com o taxi, enfim... Tambem pesou o fato deu ter de ir mesmo ao Centro, resolver umas coisas.

No fim, eu me arrependi de ter ido. Nao por conta da aula, mas pelo depois da aula. Discussao de relacao. Sabe, as vezes voce acha que ta tudo muito bem, tudo muito bom, e os velhos fantasmas surgem, as discussoes ja sepultadas levantam feito mortas-vivas. No fim das contas, tudo ficou como estava. Eu nao entendi nada do que se passou - sera que nada se passou?. Nao entendi o objetivo da discussao, onde se queria chegar, nem nada mais. Fiquei me sentindo fragil, perdida, solitaria nas minhas impressoes e angustias e incapaz de compreender o que me estava sendo dito. As vezes tinha impressao de que eu e ele falavamos exatamente a mesma coisa, so que de maneiras diferentes e nao conseguiamos, ainda assim, decidir o ponto em comum a se chegar.

Creio que a discussao tenha terminado nao porque o assunto se encerrou, mas porque a paciencia acabou e os temas que deviam ser esclarecidos teriam sido. No fundo, o que aconteceu foi que eu coloquei como eu enxergava as coisas, ele colocou como ele enxergava e nos dois ficamos satisfeitos em ver esclarecido o que cada um pretendia. So nao ficou esclarecido o que vai acontecer agora. E ele me pedia para que eu sentisse as coisas e parasse de nelas pensar. Tambem dizia que eu me sentia dessa ou daquela forma. Eu nao me sentia e ja tinha decidido parar de pensar e sentir mais ha muito tempo.

Para mim resta a sensacao do retrocesso. Quero muito me convencer de que nao foi isso que aconteceu. Talvez eu me convença com o tempo.

Talvez eu volte a pensar que o melhor nao seria estar com ele. Ir para longe, procurar viver a minha vida. Mas como é que a gente convence o coracao de uma coisa dessas? Isso, infelizmente, eu nao vou saber. Por tudo que vivemos, eu sou levada a crer que vale a pena tentar. E tambem pelo que nao vivemos, pelo que eu gostaria de viver. Nao quero me arrepender por nao ter tentado. Eu sofro de uma teimosia emocional, mal esse incuravel.

Na verdade, acho que o nome desse mal que supostamente é incuravel é outro. "Ama e nem sabe mais o que ama", nas palavras de Adelia Prado.

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