sábado, 28 de fevereiro de 2004

Esta poesia vai para os "amigos". "Amigos" que insistem em me dar punhaladas pelas costas e sorrir-me quando estao na minha frente. Mas, infelizmente - ou felizmente, meus olhos longe enxergam. E ainda ha gente honesta nesse mundo... Nem tudo nessa vida passa em branco. Alias, nem tudo passa.

E dessa vez nao ha de passar.


DE COMO PERDOAR OS INIMIGOS
Mario Quintana

Perdoas... és cristão... bem o compreendo...
E é mais cômodo, em suma.
Não desculpes, porém, coisa nenhuma,
Que eles bem sabem o que estão fazendo...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

BBI - Big Brother Itanhandu
(Deds e Eli)

15 pessoas dentro de uma casa. 4 casais. Colchonetes doados pela prefeitura da cidade. Alcool e comida a vontade. Violao ate altas horas. Noites insones. Movimentacoes suspeitas por debaixo dos edredons. Flagras constrangedores (o Cesar pode falar melhor sobre isso). Historias memoraveis - umas publicaveis e outras nem tanto. A sorte é que nao havia camera (e nem o mala do Pedro Bial).



A viagem de ida... Tudo transcorria bem ate encontrarmos uma habitante de uma cidade vizinha a Itanhandu que, por acaso, conhecia o nosso amigo (Felipe) que estavamos indo encontrar. Digamos que a referida pessoa falava tanto quanto papagaio adestrado pelo Ary Toledo, com direito a comentarios sobre a sua intimidade gastrointestinal (liquefeita).

Chegando la, chuva. E choveu todos os dias. Onde quer que eu e o Eli fossemos, a chuva nos acompanhava.

A galera da casa era muito animada. Ate demais. Nao dava acompanhar as vezes, nem para competir, principalmente com a galera solteira. Porque, nos dizeres do Felipe: "- Eli, está todo mundo se querendo...!". E ele dizia isso com cara de tarado e nos riamos sem parar!

Durante o dia, a galera morgava. Bando de vampiros: acordavam no meio da tarde, mas so despertavam a noite para tomar cana. Eu e o Eli preferiamos beber durante o dia.

Aproveitamos para fazer turismo. Sem chuva teria sido melhor, mas isso nao significa que nao tenha sido otimo.

Passa Quatro é uma graca e com a devida licenca, Felipe, muito melhor que Itanhandu. Em 4 voltas andamos a cidade toda. Fizemos um lindo passeio de Maria Fumaca e o Eli, de tao feliz, parecia uma crianca. Voltamos bebados de Passa Quatro: eu cheia de pinga com mel nas ideias e o Eli tomando skol a R$ 1,00. E comendo todo o queijo parmesao que eu havia comprado para minha mae.

No dia seguinte, fomos para Sao Lourenço. Tomamos milhoes de tipos de aguas diferentes naquele parque das aguas de la, mas a cidade em si é meio sem graca. Lembra Cabo Frio... Um pouco piorada devido ao caos do transito: a cidade nao tem sinais nos principais cruzamentos do Centro da cidade. É atravessar e rezar.

E teve muita coisa mais que nao da para contar aqui sem que nos alonguemos por demasiado. So vivendo...
Samba rock na praca principal de Itanhandu (o Eli se acabando no baixo - instrumento musical), muito sanduiche "podrao", galera chapada, Beatles, sessoes de funk e axe no violao, dancas exoticas, cantorias desafinadas, historias hilarias, gente perdendo a linha...

Esse foi o nosso carnaval.
Inesquecivel.

sábado, 21 de fevereiro de 2004

Tudo bem explicadinho

Aos amigos e, principalmente, ao Eli, as minhas desculpas. Por tudo e por qualquer coisa. É que esses dias estao bizarros. E ainda veio a TPM para coroar tudo (sim, eu admito e tenho TPM. Fico transtornada e viro uma mulher potencialmente homicida.)


--

E amanha estou indo viajar... Nos vemos depois da 4a feira.
Espero que o dia nao seja apenas para eu enterrar minhas cinzas...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

Hoje eu fui ao medico logo pela manha. De la, aproveitei pra fazer umas comprinhas.

E depois fiz algo que nao nunca havia feito espontaneamente e ate me surpreendi comigo mesma.

Passeando ali por Ipanema, senti uma vontade enorme de entrar numa Igreja. E entrei. Senti-me tao bem, tao mais calma. Fiquei uns minutos em silencio. Pensei, rezei. Senti as lagrimas me vindo aos olhos.

Nao sou catolica. Sou agnostica. Mas o que vale mesmo é a intenção por tras dos gestos. Entrar ali foi apenas uma maneira de me acalmar. E de falar com Deus no qual eu acredito. O Deus que eu imagino existir.

Espero que tudo de certo nesta nova fase, mas o medo e a inseguranca ainda sao grandes. Estou saindo do estagio hoje. Porque o caminho sonhado é outro. Eu preciso achar a trilha...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2004

Porque nem tudo é passivel de fazer sentido, eu me dou a liberdade da loucura e da criatividade.



Interludio 1

Naquela noite fresca, com o vento entrando pela janela e fazendo voar as cortinas, o casal estava ali, deitado na cama.

Pela primeira vez nao estavam juntos e abraçados. Ainda estavam despidos, mas cada um virado para um lado, pensando em suas vidas ou pensando em nada - isso eu nao sei.

Ela certamente pensava em muitas coisas e tinha o coracao tao junto a boca, como se quisesse saltar dali para dizer verdades. Mas o silencio era palavra de ordem.

Podia-se ouvir as respiracoes dos dois. E aquele silencio perturbador, constrangedor para quem estava ali, dividindo a mesma cama.

Ate que as palavras saltaram de sua boca sem que ela tivesse forças para impedir:
- Por que voce nao termina com ela?
- Porque eu nao sei se gosto de voce o suficiente para jogar tudo para o alto.
- E gosta o suficiente dela para nao jogar tudo para o alto? Do que voce tem medo?

Um novo silencio se fez porque ele nao tinha resposta que o coracao dela precisava. Seus olhos lacrimejavam. Porque ele era tudo o que ela queria e desejava para si. E aquelas palavras eram crueis. Tudo o que viveram ficaria assim, tao no barato?

Consigo ela pensava... Nao era sua ideia ficar no lugar daquela mulher que ele pintava ser obra de arte. Porque ela era outra pessoa, tao dispare, tao diferente. Nunca o relacionamento seria igual e nunca qualquer outro sentimento seria igual. Nao exigiria isso dele jamais. Porque queria algo novo. Algo novo no meio daquele assunto tao repetido e batido, do filme reprisado.

Ela nao seria jamais um outro vaso que ele colocaria sobre a mesa, no local daquele que ficou velho e usado. Mas parece que era exatamente assim que ele queria que fossem as coisas.
E na noite das meninas...

Cara, o que foi a Orquestra Imperial ontem?? Absolutamente maravilhosa e surreal!

Fui com 2 amigas da faculdade, a Luanda e a Ball. Buscamos um colega delas e rumamos para o Canecao para ver o que a Osquestra iria aprontar a titulo de baile de carnaval.

Para comecar, a escolha das musicas foi perfeita. E todos os integrantes da Orquestra estavam fantasiados. Rodrigo Amarante de Bate-bola, Nina Becker lde com bobs nos cabelos e depois linda vestida de princesa e por ai vai. Seu Jorge estava de volta a Orquestra (acho que ele estava em uma turne no exterior).

Eu fui de coelhinha... Mas so com as orelhinhas. Fez um sucesso... Hahaha. Minhas amigas tinham mascaras de carnaval. Muita gente estava fantasiada.

Cada vez que eles iam anunciar uma nova atracao, tocavam aquela musica do show de calouros do Silvio Santos!! Aquele show com o Pedro de Lara!! Tem nocao?? A galera ia ao delirio!!

E a Talma de Freitas cantando a musiquinha da Shee-ra?? Hahahaha

Zilhoes de convidados. Teve Dudu Nobre e uns outros la que eu nao sei o nome (ou nao lembro)... Pirei na hora em que o Caetano Veloso foi ao palco cantar! E cantou, alem de outras musicas, aquela lindeza que se chama "Mora na Filosofia", do CD Transa. Esse CD é foda! Pena que eu so conheco musicas isoladas do Caê e poucos CDs inteiros, mas ja ouvi muitos me dizerem que é o melhor CD dele. Um legado do Fred.

Teve mais ainda!! Teve Dj Malboro tocando! Pode isso?? Dj Malboro tocando arrasou mesmo!! Funk, todos aqueles funks antigos + os funks novos. Todo mundo dancando e rebolando. No final, tivemos direito ate ao Rap do Silva (a obra de arte do mundo funk, na minha opiniao).

Sai do Canecao umas 3 da manha. Morta de tanto dancar, mas muito, muito feliz! E cantando na porta do Caneco Grande.

Tudo perfeito ate a chegada ao carro. Nao é que a Luanda perdeu a chave do carro? Ficamos la esperando o seguro chegar para abrir a porta. Quando o seguro chegou, descobrimos que a chave do carro dela era codificada e por isso mesmo nao poderia se fazer uma nova chave no local para ela. Resumindo: perdemos tempo, dinheiro (tivemos de voltar de taxi) e ainda deixamos de bater ponto no Oliveira, para comer aquele maravilhoso hot dog.

Mas faz parte!! Esse detalhe da noite foi so para arrematar o dia maravilhoso. Ha algum tempo eu nao me divertia dancando desse jeito! :)

Quero mais dias assim!! :)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

Primeira reflexao do dia de hoje

As vezes a gente está conversando com uns e outros e nao sabe se esta falando com uns ou com outros.
...


Se eu soubesse que as coisas iriam terminar assim nem teria comecado. As pessoas tem essa maravilhosa capacidade - e nisso eu me incluo, obviamente -de destruir o que ha de mais belo entre elas (ponderacao: se é que de fato havia alguma coisa de realmente bela).

Erros. Passos em falso. Palavras impensadas. Atitudes inconsequentes.

Tudo capaz de destruir amor, amizade, paixao, ternura e compreensao.

A capacidade de tudo compreender uma hora cessa. Nao podemos exigi-la sempre de nos mesmos e dos outros. Muito menos esperar por isso.

Se ficamos julgando termos desperdicado o nosso melhor com alguem, nao podemos tirar da mente que a culpa eh nossa. Pelo que enxergamos e pelo que nao enxergamos. Pelos olhos vendados propositalmente. Porque nem tudo que esta debaixo dos nossos olhos nos é agradavel de se ver e nao queremos ver.
Porque somos doutores na arte de exercitar a auto-piedade.

domingo, 15 de fevereiro de 2004

Meu fim de semana foi otimo.

Sabado...

Fui com o Eli ao Skol Rio.

O evento superou todas as minhas expectativas. Eu tenho um certo trauminha de shows. Sempre fico ponderando para saber se nao escolhi um verdadeiro programa de indio. Dai fico preparando o espirito sempre para o pior do show. Mas esse foi diferente... Tudo organizado, muita skol (paga, mas pelo menos era cerveja skol, para alegria do Eli que alucinou ao ver tanta cerveja boa pela frente), shows bons.

Paralamas foi maravilhoso. Sempre quis assistir um show deles. E foi perfeito, lindo, animado. As cancoes que embalaram tantos momentos da minha vida... Ah foi o maximo. Ficava ouvindo as musicas e cheia de lembrancas. Nem todas boas, claro. Mas so de saber que ja passei pela maioria das coisas ruins, so poderia lembrar com imenso alivio.

Depois os Paralamas e os Los Hermanos dividiram o palco. Nossa, foi perfeito. A galera alucinou.

E alucinou mais ainda o show todo dos Los Hermanos. Mantenho as criticas a eles feitas anteriormente nesse blog. Mas o show foi otimo. Confesso que curti mais os Paralamas, mas foi legal.

O povo nem foi embora quando o show acabou. Ninguem arredou o pe ate o Los Hermanos voltar para o palco e fazer um bis. Nisso a producao do show jah tinha desligado tudo e anunciado a proxima atracao. Tiveram de religar tudinho e os Los Hermanos voltaram pro palco. E cantando o que a galera pedia... Ai que a plateia veio abaixo!

Ah, antes do show dos Paralamas teve Fernanda Abreu. Nao preciso nem dizer que ela eh uma mala, preciso? ;)

Esqueci de dizer... Chegando la no show encontramos uma amiga do Eli, a Clarisse. Uma fofa. Animadissima. Bom que nos 3 surtamos no show. E ainda a Clarisse tinha conhecido uma menina super maneira na fila e que tinha ido sozinha pro show. Essa menina assistiu o show com a gente.

Uma noite como poucas.


Domingo

Preguicoso como sempre e um Monobloco decepcionante.

Eu nao vi bateria. Nao teve la muita emocao. Nao curti mesmo pois esperava muito mais. O Eli tambem nao parece ter achado grandes coisas.

Poxa, o Monobloco ja foi beeeeeeem melhor. Decepcao total.


Esse fim meu fim de semana... :)

sábado, 14 de fevereiro de 2004

Olhando posts antigos fiquei com vontade de fazer um novo post retrando as musicas que eu mais tenho ouvido nesses diase... Ai vao (algumas apenas, claro):

1) Samba do grande amor - Chico Buarque
2) Olhos nos olhos - Chico Buarque
3) Trocando em miudos - Chico Buarque
4) Feijoada completa - Chico Buarque
5) Tanto Mar - Chico Buarque
6) White flag - Dido
7) Escandalo - Caetano
8) Nao enche - Caetano
9) Todo errado - Caetano
10) Jorge Ben e Toquinho - Carol Carolina Bela

E como voces podem perceber, eu continuo ouvindo um monte de MPB! :) Nao adianta... Eu prefiro.

Ainda mais essas musiquinhas... Os compositores sao tao bons que nao precisamos discutir a qualidade musical como quem discute safra de vinho! Argh... Tenho pavor a esse tipo de discussao.

Se a musica eh boa, o que importa?
Se o vinho eh gostoso, qual a importancia da safra? :P

O raciocinio eh mais ou menos esse... Entenderam? :)
Ontem foi dia de fugir do estagio para ir ao cinema. Hehehe. Cheguei do forum, dei meia duzia de recados para a galera e fugi tao rapido que ninguem percebeu e muito menos ouviu meus tchaus. Tenho ate a impressao de que minha chefe (otima como pessoa e pessima chefe) disse que ia descer comigo. Mas eu ignorei solenemente como se nao tivesse ouvido porque nao queria me atrasar.

Eu realmente tinha a esperanca de conseguir encontrar o Eli a tempo de assistir Dogville, mas aquela fila enorme do protocolo do forum nao me permitiu fazer isso, snif. E to louca para assistir esse filme na telona, antes que saia de cartaz.

Fomos entao fazer um lanchinho basico no KFC (sim, viciei nos franguinhos fritos) e depois assistimos Terra dos Sonhos. Cara, filme muito bom, mas bem non sense. Sei explicar nao... Ao mesmo tempo que gostei, achei a estrutura do filme mutcho louca. Vale a pena ver.

Po e agora nos cinemas Sao Luiz tem umas maquinhas iradas de comprar ingresso. Sem fila, sem nada... Voce escolhe a sessao, o filme e passa seu visa electron. Fiquei encantadissima com aquilo. Deu vontade de ficar la feito maluca comprando ingresso direto. Tudo pratico e tranquilo...

De la resolvemos passar de surpresa na casa do Sandro. Queriam tomar cerveja, mas eu os converti e fomos tomar um suquinho.

Na volta, surreal... encontramos 1 casal e uma garota andando e cada um de nos conhecia alguem daquele grupo. Foi engracadissimo...

E voltei para casa bem acompanhada...

Ia ver o pessoal do meu antigo colegio, mas nao rolou. Nao rolou por preguica mesmo. Sei la. So sei que queria ficar em paz, sem agitos. E foi o que aconteceu... :)
Aaaaaaaaah! To de saco cheio daquele estagio, sem saco pra algumas pessoas, sem paciencia pressa vidinha mediocre!!! Quero nem sair de casa hoje a tarde. Quero ficar aqui quietinha curtindo paz e silencio. E ameliando... Tem um monte de roupa para lavar aqui... Alguem se dispoe?

Quero minhas aulas de volta ja! Cansei de ferias LOL (laughing out loud).

Viram? Eu nao sou normal. So pareco ser. (E se alguem postar alguma gracinha dizendo que nem parecer eu pareco, eu vou bater!)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

To no ensaio do Celtha aqui na casa do Eli. Show exclusivo. Hehehe.

Hoje foi um dia de muito trabalho e preguica de sobra. Enrolei o quanto pude e quando nao pude mais, consegui, ainda assim, dar conta do que era essencial. O lance mesmo é a sobrecarga de trabalho principalmente agora.. Depois eu explico porque... Eu e minhas supersticoes.

Falando com um grande amigo no ICQ ouvi algumas palavras que me tocaram e, principalmente, acalmaram meu espirito. Porque nao falar e ainda assim ser entendida é uma bencao maior do que precisar falar para tal.

O que ele me disse foi mais ou menos o seguinte:

"Nao posso te explicar nada, apenas ser solidário e recomendar calma e compreensão para com os outros e para consigo. Nao se force demais para aceitar coisas que voce nao aceita. Se te parece primordial experimente trabalhar para aceitar. Se nao conseguir se resguarde. O mundo é visto e cheio de gente bacada; elas é que se escondem...
(...)
E o tempo? Este muda tudo. De repolho a girassol bastam alguns anos, as vezes um mes é suficiente."


Eu queria ver tudo resolvido e superado em um mes. De repolho a girassol o que muda mesmo é aquilo que esperamos das pessoas. E nisso o tempo ajuda. Nos ajudamos. Baixar o grau de expectativa pode facilitar. Mas qual o patamar? Qual o referencial?

Hoje eu sei que o que eu mais preciso é reencontrar o caminho perdido. Da minha sanidade. Porque eu estou perdida nesse emaranhado de sentimentos e sensacoes que formei de mim mesma. Estou presa no labirinto dos meus proprios sentimentos. E nao descobri a saida ainda.
As vezes a gente se aproxima das pessoas e demora a realmente conhece-las. E quando conhecemos, ficamos de inicio instigadas.

Mas depois, a gente olha, olha, olha e ve que nao tem nada demais, a pessoa é praticamente um repolho porque nao ha nada abaixo daquelas folhinhas grudadas e curvas. Nada, as vezes nem sentimentos, outras nem bom senso, mas na maioria das vezes, nao ha aquilo que seria o minimo a se esperar delas (Talvez eu mesma espere demais das pessoas, no entanto, esse ja é assunto para outro post).

Nessas horas nos deparamos diante de algumas opções:
1) Aceitar a pessoa como ela é - se não existirem magoas, claro;
2) Ir para longe se a decepcao for grande;
3) Fingir que o repolho nao foi desfolhado e agir como antes.

Neste caso especifico, eu fico com a opcao de numero 2.
Ontem foi dia de cha de telefone.

Tudo muito produtivo. Horas falando com o Thiago e ele mais uma vez dando jeito nos meus problemas. Amigo de longa data, que te conhece bem, é sempre um tesouro. E eu so precisava que alguem me disesse que sim, meus olhos estavam vendo direitinho o que estava acontecendo.

Uma ligacao do Leo...

E mais umas horinhas no telefone. Com o Eli. Acertando ponteiros, aparando arestas e esclarecendo situacoes.

Sabe, a gente quando olha de fora as situacoes tem de tomar muito cuidado para nao ser parcial. Numa relacao é sempre muito dificil estabelecer um culpado. Na maioria das vezes, ninguem é.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

Por isso mesmo, reproduzo por hora um texto que elaborei a partir de frases de um livro da Clarice Lispector. O livro por hora esta com a Ines (espero que o livro seja tao importante na vida dela quanto foi na minha).

Sabe quando um texto, apesar de alguns anos da sua elaboracao, continua sendo o retrato mais perfeito da sua pessoa, seus anseios e expectativas? Pois entao... Disse que nao ia explicar nada, mas no fim, sigo o meu raciocinio incoerente e acabo explicando mais do que devia. Ainda que por caminhos tortuosos. Ainda que admita que a coerencia eh uma qualidade vizinha da naturalidade. E eu nao consigo ser coerente naturalmente. Porque eu sou a incoerencia.

O que mais me surpreende é saber que eu continuo sendo a mesma garota (ou sera que, por conta da idade, ja deveria escrever mulher?) que escreveu esse texto ha 3 anos atras.


IDENTIFICAÇÕES


Terei que morrer de novo para de novo nascer? Aceito.

Por enquanto o tempo é quanto dura um pensamento. Assim o mais profundo pensamento é um coração batendo.
Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Não quero contar nem a mim mesma certas coisas. Seria trair o é-se. Sinto que sei de uma verdade. Que já pressinto. Mas verdades não têm palavras.

Andar na escuridão completa à procura de nós mesmos é o que fazemos.
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: eu quero é uma verdade inventada.

Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço. Ah tenho medo do Deus e do seu silêncio.

O que eu não vejo não existe? O que mais me emociona é que o que não vejo contudo existe. Será que eu reconheceria a verdade se esta se comprovasse? A verdade última a gente nunca diz.

Não gosto é quando pingam limão nas minhas profundezas e fazem com que eu me contorça toda. Os fatos da vida são o limão na ostra? Será que a ostra dorme?

Ocorreu-me de repente que não é preciso ter ordem para viver. Não há padrão a seguir e nem há o próprio padrão: nasço.

Estou sentindo o martírio de uma inoportuna sensualidade. Porque eu sou uma pergunta. Sou até ingênua porque me entrego sem garantias. Nada existe de mais difícil do que entregar-se ao instante. Esta dificuldade é dor humana. O que me guia apenas é um senso de descoberta. Atrás do atrás do pensamento.

Mesmo para os descrentes há o instante do desespero que é divino: a ausência do Deus é um ato de religião. Neste mesmo instante estou pedindo ao Deus que me ajude.

Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas - nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar e - milagre - se anda. Recuso-me porém a qualquer missão. Não cumpro nada: apenas vivo. Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelo caminho.

Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.

Como fazer se não te enterneces com meus defeitos, enquanto eu amei os teus. Minha candidez foi por ti pisada. Não me amaste, disto só eu sei.

Diga-me por favor que horas são para eu saber que estou vivendo nesta hora.


Mudei de ideia... Nao vou postar sobre meu fim de semana, muito embora este tenha sido em maravilhosas companhias...

Sei la.

Simplesmente nao to afim de ficar fazendo aquele extenso relato de sempre. E, por um dia, nao quero explicar nada.

Nao quero dar explicacoes de nada a ninguem, nem a mim mesma.

Talvez porque nem sempre temos as respostas. Elas nao residem sempre em nos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2004

Depois posto sobre o fim de semana.

Por hora, queria registrar o seguinte dialogo, ocorrido neste hospicio que é o escritorio de advocacia que por hora trabalho.

Estagiaria nova (EN): Poxa, o numero de ordem [OFF: Numero de ordem = numero de registro de ordem do advogado na Ordem dos Advogados do Brasil] do meu pai é super baixo, por volta de 40 e poucos...

[OFF: O numero de ordem esta por volta de 120 mil inscritos]

Advogado (ADV): Nossa, seu pai deve ser velho!! Qual a idade dele?

EN: Tem 85 anos, é um dos fundadores da OAB.

ADV: Ele ainda atua?

EN: Err... Depende... Em qual sentido?


Neste momento, o advogado faz cara de chocado e todos começam a rir. Haveria algum outro sentido para o comentario do advogado?? Era obvio que o advogado queria saber se o pai da estagiaria ainda atuava como advogado.

O pior foi que a estagiaria, ao inves de reparar seu comentario, continuou falando e dando a entender er, bem... que seu pai, aos 85 anos, ainda atuava, de acordo com relatos de sua mae...

Melhor ouvir isso do que ser surdo...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2004

Pequeno ensaio sobre o perdão

O maior problema reside no fato do perdão ter de ser uma iniciativa nossa. Deixar o orgulho de lado, entender os motivos do outro e compreender. Compreender da forma mais absoluta: com o nosso coração. Porque só assim é valido. Perdão não se faz com palavras. Mas com sentimentos. E se traduz em alívio para quem perdoa e, na maioria das vezes, para aquele que foi perdoado. Porque perdoar é liberar o coração de um ônus.

Por isso mesmo, somos capazes de perdoar de graça, de barato. No fundo, quem precisa de perdão, é exatamente quem perdoa e não o perdoado.

Isto porque o perdão é para amenizar o peso de uma magoa. Só nós podemos diminuir determinados pesos de nossas vidas porque fomos nós que os trouxemos para dentro delas.

E dói muito perdoar com o coração e continuar levando pedradas...

Eu sei bem.
Justamente aí o lugar onde meu perdão não consegue alcançar.
Sexo e tesão, por óbvio, têm de vir lado a lado. Mas e sexo e paixão?
No meu sentir, dissociados perdem o sentido. Ambos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2004

Eu nao ia postar hoje... Nao to la muito bem, depois explico tudo. Mas tive de postar.

Uma homenagem postuma a Hilda Hilst, escritora, brilhante poetisa, cuja perda lamentarei imensamente e sempre.

Ontem mesmo comentei com a Violinha sobre uma poesia maravilhosa da Hilda que eu considero uma das mais lindas que ja li (reproduzo-a abaixo). Porque me toca demais.

O consolo é saber que os grandes escritores se eternizam atraves da sua obra.


TROVAS DE MUITO AMOR PARA UM AMADO SENHOR
Hilda Hilst

Nave
Ave
Moinho
E tudo mais serei
Para que seja leve
Meu passo
Em vosso caminho.

Dizeis que tenho vaidades.
E que no vosso entender
Mulheres de pouca idade
Que não se queiram perder
É preciso que não tenham

Tantas e tais veleidades.

Senhor, se a mim me acrescento
Flores e renda, cetins,
Se solto o cabelo ao vento
É bem por vós, não por mim.

Tenho dois olhos contentes
E a boca fresca e rosada.
E a vaidade só consente
Vaidades, se desejada.

E além de vós
Não desejo nada.



É linda muito linda, nao é?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2004

Eu ainda choro pelo meu numero de ICQ perdido. Estive com ele pela ultima vez esta tarde. Mal sabia que era seu derradeiro suspiro.

Ele era tao bonito, tao lindo, tao pequenino e totalmente desprotegido... Meus amigos chegaram a partilhar a dor dessa perda comigo, snif. Eli ligou de Aracaju. Preocupado. Ines ligou tambem. Tarcizio ficou assustado e ate conversou com o hacker. Meu pai sofreu la de Porto Alegre pela perda do numero de ICQ de estimação. Minha mae acompanhou minha angustia ate o resgate de minha contact list. Will, bem mais pratico, me ajudou a configurar anti-virus e firewall, por via das duvidas.

Poucos entendem. Ha mais de 5 anos com o mesmo numero. Fazia parte de mim quase.

Dramas e palhacadas a parte, na esteira de tal episodio, conversava eu na Internet com o Elesbao (do Bricabraque - link ai ao lado), amigo de longa data, exatamente sobre nossos odios reciprocos por computador.

Explico: computador = diversao. Passou disso, odio total.

Eis o dialogo:

Elesbao: eu to é sem saco pra mexer em windows... ha pelo menos dois anos em Mac, a gente vai perdendo o saco pro jeito burro do windows pensar as coisas.
Eu: o windows nao pensa
Elesbao: o "search" do windows é um primor lusitano. O QUE VOCE QUER PROCURAR? SERIA UM ARQUIVO DE IMAGEM? AUDIO? COMO ELE SE PARECE? SABE A DATA? É mais facil entrar com um requerimento numa instancia governamental.


Nesse momento a risada foi tamanha que o assunto teve de ser encerrado.

domingo, 1 de fevereiro de 2004

E papy foi embora para Porto Alegre hoje.

Volta para o Carnaval. Depois que terminar o curso la, ele vai para Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai.

Nao sei quando vou voltar a morar com papy. Daqui a um ano e meio vou morar sozinha... Eu e minha prima porque minha prima vem para ca fazer vestibular, universidade e tals. E minha mae vai para o sul, ficar com meu pai tao logo acabe a faculdade dela.

Se eu tou gostando de tudo isso?

Claro que nao!
Adorei o fato dele ter passado, mas nunca quis morar sozinha, muito menos que ele fosse para longe.

A casa vai ficar cada vez mais vazia. Pelo menos minha prima estara aqui.