quarta-feira, 31 de outubro de 2001

Pára o mundo que eu quero descer!

Será o fim da Vilhenolândia?

Isso mesmo: soberania e autonomia universitária é sinônimo de solidariedade.

Momento panfletário: Fora Vilhena, Fora Paulo Renato, Fora FHC! Eu quero essa política neoliberal longe do meu país. Quero universidade e escola decente para mim, para os meus filhos, para os meus netos e para o desconhecido que passa ao meu lado na rua.
Tou louca. As pessoas tem deixado comentários no blog e eu nao tenho descido nos posts antigos para le-los. Que criatura mais relapsa!
Mas tudo bem, vou me redimir agora.

No post do dia 23/10, a Kika deixou uma msg de uma única frase que eu gostei muito. Ate mesmo porque ninguém nunca tinha me chamado de linda, tirando mamy, que as vezes me chama mas é no sentido da beleza. Mas acho que nem conta muito, não é mesmo? :) Kika, obrigada por sempre deixar msgs fofinhas, que expressam o carinho que você tem por essa "amiga de blog". :)

No dia 25/10, Djoh deixou uma mensagem para dizer que a música "Nós" pode também ser encontrada na versão da Na Ozetti que, eu, no fundo da minha ignorância, desconheço. Djoh, diz aí quem é. :)

O Tom Taborda também tá sempre por aqui participando e mandando emails "para cima". Obrigada pela força! :)

Fora o Thiago, meu braço esquerdo, que de vez em quando aparece por aqui para comentar. Obrigada você também, fofo. :)
Um pouco de Wicca para vocês...

A festividade do dia das Bruxas tem sua origem na wicca. Essa religião pagã (que era mais do que uma religião, era uma forma de vida) vem dos celtas, muito antes do catolicismo ter tomado a Europa num ato de imposição extremamente violento. Nesta data, as wiccans comemoravam o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o dos mortos se tornaria mais tênue. Por isso, seria a data ideal para haver a comunicação com os que já partiram. As wiccans nao fazem rituais para receber mensagens dos mortos, muito menos para incorporá-los. O sentido do Hallowen (ou Samhain, como é chamada entre os wiccans) seria nos sintonizarmos com os que já partiram para enviar-lhes mensagens de amor e harmonia.

Antigamente, as pessoas colocavam abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Daí vem a tradição das abóboras recortadas que utilizamos para representar a data.

Não vou entrar nos meandros da wicca e explicar os fatores religiosos que envolvem tal festa, mas é importante salientar que o nosso Halloween nao seria agora. A data que festejamos como Dia das Bruxas, seria por nos festejada no Hemisfério Sul, no dia 30 de abril. Isso porque as festas wiccans se baseiam nas estações, que variam de hemisfério para hemisfério. A data de 31 de outubro é comemorada por influencia norte-americana. No entanto, o que vale é a intenção.

De qualquer forma, Feliz Halloween para todos! :)

terça-feira, 30 de outubro de 2001

"Os nossos macaquinhos no sótão são mais ativos do que os outros." ®


De que adianta?

Não faço questão de partilhar contigo toda essa sujeira imbuída em meus pensamentos, muito menos toda a mágoa que por vezes me acomete. Tem vozes que eu calo porque onde eu vivo, às vezes, meu calar causa mais admiração que o meu gritar. Esperam ansiosamente para que eu seja admirada. Não quero: peço licença para apenas ser... Eu.

A difícil questão de escolher entre ser o que se quer ou o que se querem não é para ser resolvida de estalo: exige reflexões que só a maturidade pode trazer. E maturidade demanda tempo, paciência, respeito e amor.

Quando o meio é hostil, a morte primeira é a do amor. Se não vemos amor, como gera-lo? Tenho tanto medo da cegueira diária a que nos submetemos. Submissão, esta, inevitável quando ser você pode implicar em uma terrível solidão.

O que me surpreende é quando não entendem a dimensão minha da palavra conflito.

Assisti ao filme Lavoura Arcaica. Isso mesmo, em plena tarde de segunda-feira, completamente sozinha. Tou ficando apaixonada por ir ao cinema descompromissadamente, em um dia de semana mesmo. É tão bom... Nao tem aquela ritualização do sair para ir ao cinema, esperar e tals (eu detesto ritualizações de coisas que deveriam ser normais). É tudo tão simples... É quase como entrar numa loja, comprar e sair.

Quanto ao filme, achei otimo. Muito pesado... As cenas nem eram tanto, apesar do tipo de filmagem e os enquadramentos terem me surpreendido. O texto é super denso, o filme é de grande impacto. Merece ser visto com muito carinho. Algumas partes ficam meio massantes; eu me senti partilhando a angústia dos personagens do filme.
Pessoas que já sao levemente perturbadas como eu nao deveriam assistir a esse tipo de filme. É que as coisas se complicam nas nossas cabeças quando vemos paráfrases de determinadas angústias diarias e por todos nos partilhadas, tao bem contadas. Parece um universo distante por estar no filme, mas tudo aquilo está bem próximo. A diferença é que está mais digerível e a nossa cegueira é maior.

É desse olhar sem ver, que indignava Goethe, que eu tenho medo.
Sabendo que a anulação da prova da UFRJ poderia ser decidida hoje pelo MEC, umas amigas do CAp UFRJ foram até lá pedindo educadamente para serem ouvidas.

O resultado?
Só faltaram ser enxotadas do MEC, a vassouradas. Foram tratadas como seres que prenunciam a chegada do demônio.
Pelo que parece, a blusa do meu colégio tá virando prenuncio de confusão.

Que fique bem claro que nao foram os alunos do CAp que fizeram a confusão. Mas acredito que a maioria deles agradece pela bagunça criada. E eu engrosso a lista.

domingo, 28 de outubro de 2001

Cantei a pedra e aconteceu: babou o vestibular da UFRJ. Ainda nao se sabe em quais dimensoes, mas novas provas deverao ser feitas.
Nao seria mais facil se o REItor Vilhena tivesse respeitado a comunidade universitária? O dileto senhor conseguiu uma coisa até entao inédita: unir o movimento estudantil (e obviamente, a comunidade universitaria) em torno de uma causa. A nós cabe apenas agradecer.

Outra coisa que eu quero acrescentar enquanto aluna de escola publica federal. É muito simples se ausentar quando o problema é - aparentemente - apenas de uma minoria, nao é mesmo? Agora, aos prejudicados dos colégios federais, somam-se os 570 alunos que nao puderam fazer prova no CAp-UFRJ e os demais alunos do grupo 2 e 4; esses 2 últimos terão de refazer as provas. Há ainda uma suspeita de quebra de sigilo das provas. E ai problema passou a ser de todos.

sábado, 27 de outubro de 2001

O vestiba da UFRJ acaba de ser novamente adiado.
Eu nao tenho palavras para descrever a minha alegria. Pena que ainda possam recorrer, mas nao devem conseguir. Tomara. Mesmo assim, eu vou ao local de prova amanhã.

Tou agora fazendo uma promessa. Eu juro que se o vestiba for realmente adiado, eu farei todas as apostilas de física pendentes.
Isso representa um castigo para mim... Pior que 100 chibatadas. :PPP
Eu estou absolutamente linda.
Sabe por que eu tou falando isso? Simplesmente porque eu estou com uma ação imunológica a uma infecção que nao foi bem tratada. Meu organismo começou a produzir anticorpos que geram coisas bizarrissimas em mim. Tou com os olhos super inchados, o pesçoco todo cheio de bolinhas... bom, nao vou descrever porque tou horrorosa. Estou com escarlatina. (Nao é contagioso nao, calma)

Impossivel sair de casa sem blusa de gola alta e oculos escuros. E amanha teoricamente tem vestiba... Argh, eu mereço!
Então tá... O vestiba da UFRJ começará mesmo domingo. Estou rezando por piquetes, prédios trancados, pânico entre os alunos. Sinto muito, mas tou rezando mesmo porque nao existe possibilidade de haver essa prova no domingo. Nao existe por questoes obvias de segurança, pela crise que o reitor-interventor provocou na faculdade passando por cima das deliberações do conselho de ensino e graduação, pelo clima de insegurança gerado com esse adia-nao adia e também pelo caso dos alunos de escolas publicas federais que estão ha 67 dias sem aula (meu caso).

Torço mesmo por uma anulação da prova que leve o reitor ao ridículo diante da sociedade.

"A direção do Colégio de Aplicação da UFRJ divulgou uma nota ontem em que pede à Comissão Executiva do Vestibular o remanejamento dos 570 candidatos que farão a prova no CAp-UFRJ no domingo por questões de segurança. Na nota, o presidente do Conselho Pedagógico do CAp-UFRJ, Moacyr da Silva Júnior, culpa a reitoria por qualquer eventual problema dizendo que deixa “claro à sociedade que deverão ser de responsabilidade exclusiva da Comissão Executiva do Vestibular e do Reitor da UFRJ quaisquer incidentes”. (fonte: O Globo)

quinta-feira, 25 de outubro de 2001

Já disse que eu amo essa música? Só conheço a versão na voz da Cássia Eller. (No cd Acústico MTV está maravilhosa.)


Nós

Eu sei que me disseram por ai
E foi pessoa séria quem falou

Você tava mais querendo era me ver passar por ai

Eu sei que voce disse por ai
Que nao tava muito bem seu novo amor
Você tava é mais querendo era me ver passar por ai

Pois é
Esse samba é prá voce, ó meu amor
Esse samba é prá você
Que me fez sorrir
Que me fez chorar
Que me fez sonhar
Que me fez feliz
Que me fez amar
Abrindo meu baú pessoal

"You just call out my name and you'll know wherever I am, I'll came running... To see you again.
Winter, spring, summer or fall... All you have to do is call...
And I'll be there. You've got a friend."

(James Taylor - You've got a friend)


Essa música me lembra demais coisas boas. E por incrível que pareça, me lembra meu tio que faleceu no início do ano porque ele me apresentou a essa música. Obvio que nao foi bom ele ter falecido, mas só guardo lembranças boas...

Isso mesmo... Transformar tabu em totem é uma tarefa das mais necessárias.
Primeiramente, eu preciso agradecer ao Tom e ao Paulo por terem me mandado emails incentivadores tão lindinhos. Uns fofos! Beijos pra vcs.


Agora, eu preciso fazer um desabafo: Minha vida tá bizarra demais. Isso mesmo, so tem acontecido bizarrice. Começou no dia 14/10 quando eu recebi aquela msg de um ex. E nao parou mais...

Calma, para o mundo que eu quero descer porque assim meu pobre cérebro entra em curto por excesso de sinapses!

quarta-feira, 24 de outubro de 2001

Hoje eu tava pensando muito numa frase da Adélia, enquanto conversava com os companheiros do CAp:

"Quando acabarem as escolas, quero nascer de novo."

Quero nascer mesmo, para passar por isso tudo de novo. Aprender é lindo demais. Na escola, o aprendizado vai muito além das burocracia e inutilidades programáticas. Há uma questao do convívio social, do aprendizado afetivo, dos relacionamentos. Quer fazer um breve exercício para confirmar? Pense na sua vida sem escola. Imagine nunca ter ido a escola e o mundo ser como é. Impossível, nao é? Uma sensacao inegavel de vazio, certo?

É isso: a escola nos preenche e nos dá subsídios para sermos alguém. Ganhamos lá subsídios para pensar em nós mesmos, para criarmos identidade.

Sabe, sair do CAp será mesmo ver algo se despedacar um pouco... Os meus 3 anos de CAp foram os melhores anos da minha vida.
Já choro por isso porque eu morro de véspera, sempre.
"When it hurts so bad..."
(Lauryn Hill)

É isso mesmo, tudo dói. Isso mesmo que você pensou ai dói também. Por que dói? Porque dói e pronto. Eu não sei... Talvez até gostasse de saber. Por hora, basta-me estar quieta com as minhas idéias, sem maiores perturbações.

terça-feira, 23 de outubro de 2001

A minha "mãe" costumava dizer o seguinte, quando me ouvia chorar (Ela me punha no colo e fazia cafuné nos meus cabelos cacheados): "- Minha filha... Você nao sabe a força que voce tem."

E tanto tempo depois, "mãe", quando você nem está mais tão aqui como antes, eu ainda sinto que as suas palavras - por mais acalentadoras que sejam e isso nao nego -, nao me ajudam a compreender quem eu sou. Porque sou forte, isso nao nego. Mas nao entendo a minha força e por isso, nao sei lidar com isso. Eu nao aprendi muito bem a lidar com as minhas manias, com as minhas crises. É estranho tudo isso. É como ser uma viajante da sua própria vida. É a sensação de nunca estar onde se parece estar.

No fundo, há um prazer nisso. Há, inegavelmente, um grande prazer no desprazer.

O que eu digo é para muito além das minhas próprias palavras. A isso, companheiros, se chama vida.

É isso aí...

segunda-feira, 22 de outubro de 2001

O verdadeiro filme de terror se passa na cadeira de um dentista.
Argh. Nao quero mais ter de passar por essas coisas... :P

Mas tudo bem, há coisas que compensam (além de parar de sentir dor):
O luxo de hoje: assistir filme as 14:00 no estação Ipanema.

Luxo só.


Mas hoje eu estou tão vermelha. Explico: é que vermelho é a minha cor favorita. Se pudesse, só usava ela. Pintei minhas unhas de vermelho para me ver sendo mais eu. Necessidade estranha essa de exteriorizar tudo o que eu sinto. Ao mesmo tempo, devo é proteger-me.

No entanto, a palavra do dia é uma só: Crise. Assim mesmo porque é uma entidade que teve a cara-de-pau de me incorporar. Ou será que fui eu que tive a displicência de deixar que ela me incorporasse? Reflexões de um momento no qual o silêncio nao está so no ambiente que me cerca. O silencio está aqui dentro e há esse sentimento de morte-mudança que nao quer calar e que nao se quer isolar: ele desfila, abusando da minha bondade que permitiu que ele viesse a tona. Venha mesmo porque eu preciso mudar, eu preciso passar por certas coisas. Mudar é bom, eu sei. Nao falo isso da boca para fora. Porque, se eu nao mudo, eu fico presa dentro de um agora estagnado eu.

E a minha crise é essa aqui:
Crise: Fase difícil na evolução das coisas, dos fatos e das idéias. Estado de dúvidas e incertezas. Conflito.

A palavrinha desfila pelo ar rindo das minhas percepções:

Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise Crise

Fez-se agora palavrão.
2 textos que escrevi em plena aula de matemática. Assim mesmo... Aulas de matemática me inspiram para fugas e a minha fuga é escrever. Eu pretendi fundi-los em um só texto, mas ainda nao consegui fazer isso e me incomoda um bocado cortar trechos dos textos porque eu acho que cada frase é um momento e ela deve ficar nesse momento, representando o que ele foi. Quando eu mexo numa frase, eu mudo o instante. A menos que queira me convencer de algo, nao vejo necessidade de ficar mudando instantes.

Ai vao os textos...

"Não entender o significado de fim. Isso é certo ou errado? Não há como julgar, não há parâmetro. Certos julgamentos não devemos fazer. Para nos pouparmos mesmo, no melhor sentindo da auto-preservação. Mas isso pode sempre ser fraqueza porque para certas coisas não é preciso coragem nenhuma, é preciso fraqueza, isso sim. E se eu desisto de tentar, estarei expondo a mim mesma o mais profundo do meu fraco? Julgo tudo isso diariamente e eu não devia. Mas não dever nunca é argumento suficiente para não fazer. No entanto, se quero veementemente por fim a tudo isso – parar de tentar -, por outro lado, sempre me resta essa fagulha de esperança que me impulsiona para voltar ao jogo. Sinto-me viciada nisso: voltar a jogar está sempre acima da minha vontade.

Eu evitei falar para mim mesma sobre ele porque não sabia quanto tempo ia durar, ou melhor, sabia que não ia durar. Ainda dura, mas desse jeito inexplicável de um perto-junto-separado e que cada dia mais se concretiza na distância. Não queria que assim fosse, não entendo o que não funcionou. Não enxergo certas coisas e admito isso. Eu não enxergo términos. Posso perder a esperança a qualquer momento. Agora mesmo já desisti de lutar e optei por esperar. Não se trata de um esperar acomodado, pois toco minha vida como posso. Há algo que me impulsiona para o dia a dia, para a vida. Talvez seja fé. Porque a esperança é para quem sabe esperar as coisas clarearem."

domingo, 21 de outubro de 2001

Eu soube desse texto através de um email do Tom Taborda, no qual ele elogiava o meu blog e as opiniões que ele leu na coluna dos Leitores do JB, do dia 20/10, escritas pela Leticia. Tanto eu quanto ela fazemos parte, com muito orgulho, do mesmo grupo do 3o. ano do CAp UFRJ. Faço das palavras da companheira Leticia as minhas.

Segue o texto:

"Após ler a entrevista que concedi a este jornal dia 13/10, publicado sob o título Vestibular tem disputa desigual, senti-me inquieta por considerar que questões fundamentais não foram abordadas. Gostaria, primeiramente, de enfatizar todo o meu apoio à greve dos servidores públicos federais, inclusive dos meus professores do 3o. ano do Colégio de Aplicação da UFRJ. Realmente muito conteúdos programáticos ainda não foram dados, motivo pelo qual pedimos o adiamento do vestibular. Contudo, é preciso deixar claro que não há revolta em relação à falta das aulas. Muito pelo contrário: nós, alunos do CAp, temos ampla consciência dos motivos justos da greve, mesmo porque sentimos diretamente muitas das carências do ensino público. Por fim, gostaria de registrar uma contradição: nosso ministro da Educação sempre encontrou motivos suficientes para adiar o atendimento às reivindicações dos servidores. Será que agora o reitor da UFRJ não consegue encontrar razões justas para o adiamento do vestibular?

Leticia Hastenreiter, Rio de Janeiro
Um cansaço só.
É assim que eu estou, por causa dessa maratona que é a reta final do vestibular. Nem tão reta final, porque se tudo der certo, a prova da UFRJ será adiada. E ai eu serei a mais nerd das nerds para poder passar logo de uma vez por isso e me livrar. No ano que vem, universidade, cursos, viagens, descanso. Tudo bem que a vida de universitário nao é facil, mas com certeza é melhor do que a de vestibulanda. Pelo menos vou poder voltar a escolher meus dias de estudo. Sabe que até esse ano eu praticamente nunca estudava as sextas, sabados e domingos? Pois é, agora eu tenho uma semana de estudo de 7 dias.

Hoje mesmo teve aula no cursinho bem cedo. Na proxima nao vou... Tava tao mal humorada que nao aproveitei quase nada. Teria sido melhor ter ficado dormindo.

Eu até deveria ter assuntos mais interessantes para falar com vocês, mas confesso que a coisa está braba. Se der, amanha eu volto com mais noticiais... E quem sabe uma boa poesia? Vou catar procês.

sexta-feira, 19 de outubro de 2001

Papo fútil?

Ainda estou ganhando presentes por conta do meu aniversário. Estou achando ótimo, é claro... Quem é o louco que não gosta de ganhar presentes?

No meu caso, os presentes tornam-se ainda mais especiais porque as pessoas estão simplesmente *advinhando* o que eu quero ganhar. Não sei se é por me conhecer bem, por pura intuição ou em alguns casos, pela ajuda descarada da minha mãe. O fato é que eu gostei...

O Edu, louco, me deu um livro que eu namorava há um tempão e nao comprara por falta de grana (e obviamente por falta de um planejamento que me fizesse poupar para ter o livro).

Uma das minhas avós me deu dinheiro e eu vou poder finalmente comprar um quadro metálico para colocar avisos no meu quarto. Quem sabe assim eu não me enrolarei menos com papéis que vivo perdendo no meio da loucura que é o meu quarto?

Minha outra avó me deu um estojo cheio de repartições e eu pude finalmente me livrar do meu estojo quebra-galho saco de batatas que estava me deixando louca. Eu tenho zilhões de canetas no estojo e ficar catando todas elas é um porre... Eu tinha um estojo cheio de repartições que eu usava desde 1996 mas ele ficou velho demais e tive de aposentá-lo.

Por fim, a minha tia me deu 2 blusas. Por incrivel que pareça eu estou sempre precisando de blusas porque eu nunca compro. Nao sei que especie de surto me dá. Acho que é mera preferência... Gosto muito mais de comprar calças, saias, sapatos... e principalmente tenis... Sou tarada por tenis.

Fora os presentes fofíssimos das meninas do colégio. O que eu mais gostei até agora, nao por ser util, mas por ser bem humorado foi o que a Maria e Maria Rita me deram... As loucas me deram um chifrinho de capeta! Pode uma coisa dessas?? :) Que especie de insinuação faziam em relação a minha pessoa?? :PP

Enfim... Era só isso mesmo.
Mudando de assunto, mas em temática parecida...
Como é mesmo que eu gosto de dizer?
"Nao ter de pedir perdão, nem a mim." Não é isso?
Acho que está na hora de começar a pedir...
Palavras que se bastam...

Eu queria muito a *sua* atenção.
Enfim... Eu sei que tem coisas que não se pedem.

Fica aqui então o meu sorriso sem graça por ter admitido isso.

quinta-feira, 18 de outubro de 2001

O Snow, comentando sobre a minha teoria da fantasia bloguistica, acrescentou (além de outras coisas) que a idéia é bem mesmo a minha cara.

Num entendi. Minha cara por que?? :P

Po, eu nao achei nada demais nessa minha teoria. Acho perfeitamente possível e nao me causa nenhum estranhamento. Será que a doida sou eu? :P
Privatização sob plebiscito

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou proposta apresentada pelo governo Itamar Franco que submete a privatização da Cemig e da Copasa (saneamento básico) à aprovação em plebiscito.

(Valor Econômico)



Nao estou questionando a figura de Itamar Franco, muito menos enaltecendo-a. Mas nao soa muito mais democratica essa atitude de dar a chance para a população decidir pelas empresas que são do povo?? Privatizar sem consultar a população é um ato de autoritarismo. E da maneira como tem sido feitas as nossas privatizações, são roubos legalizados mesmo.

E tem outra: optar pelo plebiscito é muito melhor do que fazer como a quase totalidade dos políticos que se mostra "interessado" com as questões populares e ao chegar ao poder, simplesmente vira as caras e atende a minorias, utilizando-se do poder que lhe foi investido pelo povo.

No Brasil, infelizmente, temos a democracia para uma minoria.
A fofa da Violinha colocou no blog dela a minha teoria sobre ser possível que algumas pessoas no blog nao contem a sua vida como é, mas sim como gostariam que fosse. Ela disse ainda que a teoria era louca, mas possível.

Possível sim, perfeitamente. Deve ser bom demais viver uma fantasia e ainda poder compartilha-la, como forma de torna-la ainda mais real. Nao dizem que a verdade é a mentira muitas vezes repetida? E se, filosoficamente falando, a realidade for a fantasia (ou o sonho) muitas vezes repetida? Quem dirá que não?

Clarice muito sabiamente dizia: "Será que eu reconheceria a verdade caso esta se apresentasse?"
A menina Kika leu minha reclamação sobre a Telefonica e disse que o pai dela tem 3 queixas na Anatel que estão em andamento. Disse ainda que a Anatel parece ser muito diligente no assunto, ligando sempre para avisar do andamento do processo.

Ela ainda falou uma coisa otima... "Seja chata! Acredite no poder do chato!"
Então, eu convoco você leitor, a ser um chato (pelo menos é isso que nos fazem crer que somos quando assim agimos): lute pelos seus direitos. Reclame, ponha a boca no mundo. A falta de vergonha na cara de políticos, empresas, pessoas, etc só acabará quando fizermos da reclamação um hábito coletivo. Reclamar sempre, em prol de um mundo mais honesto.

quarta-feira, 17 de outubro de 2001

Que coisa mais antipatica esse servico de atendimento ao cliente da Telefonica. Transferiram a minha ligacao 300 vezes para outros setores, tinha de repetir o numero o tempo todo. Sabem quando pararam de merda? Quando eu falei: "Estou ha 10 minutos esperando para resolver meu problema, já transferiram minha ligação várias vezes. Eu quero isso resolvido AGORA. Ou eu vou ligar para a Anatel."

Miraculosamente, me atenderam na hora e resolveram o problema do meu celular.

Aposto que na Espanha essa porra dessa Telefonica nao faz uma coisa dessas.
Tem umas coisas que entender que é um verdadeiro aprendizado, demora tempo, mas é para a vida inteira. Poupa martírios, crises de choro e dramas existenciais.

Eu falo de aprender que ninguém ama ninguém igual, na mesma intensidade. Nao há remédio para isso alem de entender e aprender a lidar. Nao há o que fazer. É para se entender e aceitar essa condição do relacionamento. Obviamente, é preciso amor próprio para saber a hora de desistir, para se poupar.

Falo por experiência própria e, principalmente, por coisas que estão acontecendo com uma "amiga".

Tem uma frase que não me recordo de quem é, mas que é maravilhosa para essas situações:
"If equal affection cannot be, let the more loving one be me."

terça-feira, 16 de outubro de 2001

Sabe, faz muita falta ao movimento estudantil a presença cotidiana de um advogado. Uma pessoa que estivesse lá, acompanhasse e tivesse boas idéias para suspender liminares, ajudar decisões a serem cumpridas, etc. Mas nao podia ser um advogado qualquer, tinha de ser alguem competente e engajado.

Eu, sinceramente, depois de pensar nisso, senti minha vontade de fazer Direito só aumentar.

Não há duvidas: eu entrarei pro movimento estudantil da faculdade assim que lá pisar.
E se nao passar esse ano no vestiba, passo no ano que vem. A pressao vai ser bem menor, certamente.

Por falar nisso, alguém tem noticias da situação da UFF? Não consegui falar com as minhas "fontes" de lá ainda e andei sabendo de uns babados fortissimos, queria confirmar. Para variar, a imprensa nada noticia.
Aliás, eu preciso agradecer as pessoas que estão deixando comentários aqui!! :)

Teve um menino fofo que deixou um texto da Clarice para mim no post do dia do meu niver (que eu vou postar aqui já já) e a dona Kika que também passou aqui para me desejar feliz aniversário.

Teve uma anonima que entrou elogiando e o Matias Maxx que também elogiou. Ele deixou link pro blog dele, tentei entrar, mas não consegui. Será que rola de mandar de novo? ;))

Obrigada, obrigada e obrigada.:) Voltem sempre.

Ah, o texto da tia Clarice é esse aqui.

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...


Agora leiam de baixo para cima e sintam o efeito... Isso é lindo demais.
Essa confusão é algo bem típico meu, o texto exemplifica bem. :)
Por motivos de força maior (leia-se, sono), os meus estudos estão temporariamente suspensos.

Alguém aí conhece alguma coisa para nao se dormir? (além de sexo, café e guaraná?) Aceitamos sugestões...

Mas eu acho que eu preciso mesmo é de um livro de auto-motivação para engrenar os estudos. Argh, pelo menos nao fico com tanto peso na cuca ja que estudei pacas no fds.

domingo, 14 de outubro de 2001

Um texto meu.

Ritmo circadiano*

Será isso mesmo que eu quero?, ela se perguntou. Ah!, respondeu-se e saiu deixando tudo para trás.

Pela 1a. vez, ela era incapaz de sentir magoa ou dor: era um ser livre de qualquer sensação. O que isso representava? Só o tempo diria. Porém, ela era capaz de sentir seus instantes e foi aí que percebeu que tinha sonhos e estes tinham anseio por se concretizar.

Olhou para um lado e outro antes de sair vagando. Tomou um ônibus. Leblon, Jardim Botânico, Botafogo, Flamengo, Lapa. Desceu. Mas as respostas que queria não estavam naquela boemia. Sentou num degrau e murmurou um, Se não é aqui, onde será?

Tomou o ônibus de volta para casa. Lapa, Flamengo, Botafogo, Jardim Botânico, Leblon. Sentou-se a beira da cama, pensou por uns instantes. Nada concluindo, deitou-se e dormiu.

No dia seguinte, ela já não se lembrava de mais nada. E fazia tudo outra vez.


* O termo é biológico. Esse ritmo dá conta das necessidades fisiológicas realizadas pelo nosso organismo, que obedecem a períodos regulares. Isso é controlado através do hormônio melatonina, secretado pela glândula pineal. Esse hormônio regula o relógio biológico. Para que esse hormônio seja produzido, é preciso que haja uma fase escura (leia-se, sono).
Coisa engraçada essa. Tinha muito tempo que eu nao pegava um livro para ler por conta própria, independente das pressoes de prazos de colégio e das péssimas escolhas literárias que alguns professores fazem (e ainda querem que a gente leia!). Parara mesmo de ler, embora na infância eu fosse uma devoradora de livros.

Terminei as minhas férias de meio de ano, nesse ano mesmo da coisa desgastante que é o vestibular, lendo "O Apanhador no Campo de Centeio". Daí pra frente nao parei mais. Tenho devorado livros, contos, revistas, jornais, verso de alimentos, bulas de remédios. Tudo o que me aparece pela frente, eu leio.

Aquele meu amigo costuma dizer que dia desses estará pintando afrescos com a energia sexual não utilizada. Eu terei lido "A Divina Comédia". Em 3 dias.
Mas para tudo que isso aqui eu tenho de contar:

Digamos que o moço que me "deflorou" e foi um escroto comigo depois disso, me mandou um cartão desejando feliz aniversário:

"Feliz niver! De alguem que você nao tava muito afim de receber isso ;), mas que te considera muito (apesar do que fiz ;P). Um beijo naquele lugar ;)!" (sic)

Eu posso com isso, caraio? :P
E pior, eu ainda fiquei feliz porque achei uma "prova de consideração". (Ou um recado: quero te comer de novo)
Eu não vou aprender nunca...
Voltei de viagem.
Tenho coisas para contar, mas vou deixar para mais tarde.

sexta-feira, 12 de outubro de 2001

O dia do meu niver foi realmente especial. Só fiz o que quis, com quem quis e onde quis.

Passei o dia com a mamy e a noite com as amigas na Lapa. Foi ótimo. Música ao vivo, chorinho, bossa, samba. Mesinha para sentar e conversar, assunto para botar em dia. Sentir muita ternura, muito carinho e vontade de te-las sempre por perto. Amei. Amo cada dia mais cada uma das minhas amigas.

Bom, no mais... Eu pirei. Disse a semana toda que nao ia viajar e hoje eu decidi que ia. Decidi em plena Lapa, assim de sopetao, do nada. Então é isso, tou indo para Itatiaia. :)
Beijos people e até a volta. :)

quinta-feira, 11 de outubro de 2001

A frase do dia é": "Seja mais direta... meus loironios a essa hora não funcionam muito bem."

Esse cara tinha alguma esperança de ficar comigo??
Obaaaaa!!! Meu aniversário!!!! 18 anos!!!!! :) Viva euuuuuuuuuuuu!!!!!! :))))))))))))))))))))

terça-feira, 9 de outubro de 2001

"Paulo Renato disse que se sentiu desrespeitado com a atitude dos manifestantes no Hotel Glória, que o chamaram de canalha, ladrão e terrorista da educação." (Fonte: O Dia)

Não acho que xingar resolve, mas...
Aaaaaaaaaaaaah, tadinho!!! Tou aqui me contorcendo de pena do ministro.

É que a verdade, assim nua e crua, dói mesmo, gente.
Minha tia avó é muito fofa. Ela já deve ter uns 78 anos, tanto que as vezes eu fico morrendo de medo que ela morra de uma hora para outra. Eu sei que eu lido bem com morte, mas iria sentir muito a falta dela.
Mas ela é fofa porque se deu ao trabalho de fazer um bolo e um quindão (especialidades dela) e arranjar alguém para trazer para o Rio, só para me dar de presente de aniversário. Eu adorei. Tudo bem que eu vou sair rolando. Pelo menos engordo feliz.


"Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada."

Eu até tava meio tristinha no início da manhã, mas mudei completamente depois de ter chegado ao colégio. Tudo bem que estudar matemática não é uma das coisas mais animadoras do mundo, porém estar com os amigos é bom demais. A Maria sentou ao meu lado. Mais tarde chegou a Maria Rita e ai eu fiquei hiper feliz. A M.Rita é uma pessoa maravilhosa, que sempre contagia todo mundo com a sua alegria e acabou me contagiando também. :)

Eu e a Maria distribuimos os presentes da Dessous e da Laura, que fizeram aniversário. Depois eu fui conversar com a M.Rita para saber as impressoes que ela teve do meu gatinho, já que ela foi a unica das meninas que o viu. Ficou até me zoando, dizendo que agora eu tinha posto fim 'a lenda'. Acho que elas achavam que ele nem existia, era só uma criatura que habitava o meu imaginário feminino.

Nada de muito interessante aconteceu... Tive um surto futil e fui com a Rita (essa é outra Rita, hein?) comprar uma saia para me dar de presente de aniversário. Isso mesmo... Fiquei com a maior dor no bolso porque a saia foi meio cara, mas eu achei tao linda que esqueci de tudo. Eu mereço, afinal de contas. :)

Na agenda da Rita, só com frases da Clarice Lispector, tinha 2 frases muito lindas, a que é titulo do post e essa que se segue:

"Falar no que realmente importa deveria ser considerado uma gafe"

Não é que a Clarice tem razao de novo? Que poder é esse de sempre falar coisas sábias e com as quais me identifico? Impressionante!

Me disseram que ler Clarice Lispector é Cool. Pode uma coisa dessas? Eu leio e pronto, acabou. :) Nem me stresso com essas coisas de ser cool ou não.
Taxar pra que? ;)

segunda-feira, 8 de outubro de 2001

"Roubei" do tio Tipuri (que nem me conhece mas gosto dele pq faz a Zel feliz) uma poesia que ele roubou da A Barata, um site com várias poesias reunidas, regidas por um manifesto. Manifesto como naquelas vanguardas européias. Gostei. Pena que a minha poesia seja muito introspectiva e portanto, aliena-se da realidade exterior. Mas já basta o meu discurso, que nao tem nada de alienado. Eu preciso de algumas fugas. A minha poesia é a minha.

Pois bem, eu "roubei" a poesia que em breve se seguirá desse site e mandei pro gatinho. Mandei com o seguinte recado: "Poesia gracinha que eu achei e morri de vontade de mandar pra você. Não devia? Tô nem aí. ;)" Isso mesmo, fodam-se os "tolos axiomas de jurisprudência", eu sou mais eu.

Felicidade
Rita Joplin

Se for para esquentar,
Que seja o sol.
Se for para enganar
Que seja o estômago.
Se for para chorar
Que chore de alegria .
Se for para mentir
Que seja a idade.
Se for para roubar
Que roube um beijo.
Se for para perder
Que perca o medo.
Se para cair
Que cai na gandaia.
Se for para existir guerra
Que seja de travesseiros.
Se for para existir fome
Que seja de amor.
E se for para ser feliz
Que seja o tempo todo
Comigo...

Para explicar um dos porquês da greve

Meu pai entende a situação da greve, mas faltavam alguns pontos para que ele entendesse isso completamente. Eu expliquei com a seguinte situação:

- Pai, eu tenho uma professora que dá 20hs semanais de aula. Ela é engenheira química e tem mestrado. O vencimento dela é de $140. Ela tem de ganhar uma complementação de $40 porque pela constituição, nenhum servidor público pode ganhar menos de 1 salário mínimo. O resto do salário dela é feito de gratificações. O resultado é que o governo pode cortar a qualquer momento essas gratificações - como já fez, cortando 26% dos salários dos servidores - porque elas nao sao incorporadas ao salario. Quando ela se aposentar, terá $180.

A reação dele foi um silêncio, aquele nosso velho conhecido silêncio que só a INDIGNAÇÃO causa.

Nesse país, sao muitas as causas para se indignar.
Acordar às 6:30 da manhã numa 2a feira chuvosa para assistir aula de matemática, eu nao desejo a ninguém.

Eu sou a criatura mais mau humorada do mundo quando eu acordo nessas circunstâncias. Fico me sentindo meio mal porque meu pai estava todo felizinho fazendo gracinhas e a única coisa que ele conseguiu despertar em mim foi o acirramento do meu ódio matutino.

Parafraseando a Kika, esse post é a essência do MARKETING ANTI-PESSOAL. Yeah, eu tou ficando especialista nisso nos últimos dias, notaram?
Tou mal humorada mesmo, num teve nem brownie de chocolate que resolvesse, nem presença de amigos, nem nada. O dia inspira isso, nao tem jeito.

Para completar,
Sinto o veneno de uma cáustica morbidez escorrendo pelo canto dos meus lábios.

domingo, 7 de outubro de 2001

Ontem foi dia de mostra. Cinema com o Edu. Ingressos previamente comprados. Primeiro filme no Estação Ipanema: Bleeder. Lixo. Fui salva pela companhia e pelos deliciosos chocolates M&M. Segundo filme, Estação Paissandu: A História Real. Muito bom.

Reparo que cada dia mais eu me emociono menos com os filmes. Eu olho e lembro que são só personagens. Nenhuma lágrima sai dos meus olhos. Banalização de determinadas emoções? Não sei.

Outra coisa... A mostra é cool? Tô nem aí. Gosto, vou e pronto. E avisa lá pro tio Joaquim Ferreira dos Santos, do JB um "neo-nazista", ansioso por promover a "limpeza étnica" de dentro dos cinemas dito cult, que as pessoas podem ir sim. E vão mesmo de calça capri e tomam prosecco de canudinho. E vão porque podem, porque todos podem. Quer dizer agora que só quem vai ao cinema dito cult regularmente pode assistir a mostra? Fala sério. Que coisa mais out! :)

Depois, Academia da Cachaça e bom papo. Casa.

Hoje o bebê da moça que aqui trabalha veio visitar-nos. Lindo. Estendia os bracinhos para que eu o pegasse no colo, chorava com a minha mãe, mas nao comigo. Uma graça.
Meu útero pulsou. Sim, eu quero ser mãe.

sábado, 6 de outubro de 2001

Que fofa que é a menina Kika! :) Ela me descobriu aqui no blog e me mandou mail... :) Adorei. Vamos ficar trocando mails.

Já disse isso ontem, mas eu adoro descobrir pessoas! :))


[Momentinho Fútil Mode On]
Recebi ontem cupons de desconto para todas as Babilônias Feiras Hypes até o final do ano!!! E isso nao é bom, definitivamente. Eu vou olhar presses cuponzinhos e lembrar que eu nao tenho um puto na carteira pra gastar como antes. Merdamerdamerdamerdamerda. Aquela feira é um T!
[Momento Fútil Mode Off]

Não seja por isso... Hoje eu vou me internar no cinema pra ver os filmes da mostra! :P Humpf!


Ah, hoje é niver da Laurita do CAp e da minha prima Beatriz. Beijões pra elas e muitas felicidades!! :)
(Tá, eu sei que nenhuma das 2 vai ler isso aqui :PP)

Daqui a 5 dias é o meu, hein???? :)

sexta-feira, 5 de outubro de 2001

Minhas amigas sao muito fofas. Todas elas lindas, sempre me colocando muito pra cima. E para nao ser injusta, os meninos também sao.

Agora mesmo, eu passando por um momento de stress e a Rita brincando comigo, como fizemos no dia do jantar em santa teresa.

A gente brincou dizendo que formávamos um grupo de auto-ajuda. Isso porque tinhamos entrado numa onda de catarse coletiva e todos respondiam com aquelas frases chavões, mas animadoras... :)

Isso mesmo, Rita... Repete como mantra nos meus ouvidos até eu acreditar: "Vai dar tudo certo."
Um comentário com endereço... ;)

Coisa boa essa de descobrir pessoas, né nao? ;)
Minha lista das 10 músicas do momento (que eu tou ouvindo muito agora e tou amando...)

1) Samba de Orly, Chico Buarque (Descoberta da felicidade do gatinho nas rodas de samba do camping)
2) Close to you, Cranberries (Do maravilhoso album "If I were a carpenter")
3) Socorro, Arnaldo Antunes (Da apresentação do povo do CAp)
4) Glory Box, Portished
5) Sexy sadie, Beatles
6) You've got to hide your love away, Beatles
7) Gentileza, Marisa Monte (descobri no show da Marisa na praia.:))
8) Eleanor Rigby, Beatles
9) Amor, Secos & Molhados (boa influência da Maria Rita!)
10) Drão, Gilberto Gil (porque é linda! :))

Eu sei que eu nao tou nem me lembrando de todas as musicas que eu gostaria de postar, mas ficam essas.
Ah, a lista nao tá em ordem de preferência... ;)

quinta-feira, 4 de outubro de 2001

Hahahahahaha

MMARV!!! :)

Adorei!!! :)

Diazinho movimentado esse, hein? Movimento estudantil é isso... Correria pra cá e pra lá, pra botar a boca no mundo, assegurar direitos, divulgar, pedir conselhos... É uma confusão do cão, mas é um desgaste que vale muito a pena quando a gente vê as coisas funcionando, quando a gente consegue alcançar objetivos grandiosos.

Pode ser utopia da minha parte, mas eu nao vou ficar sentadinha na cadeira vendo o país na merda, vendo a educação sendo destruída, vendo a saúde destruída, vendo o que o cartel das empresas de onibus faz com o preço e com as pessoas que tem direito a gratuidade, etc. Nao, isso nunca! Eu vou lutar por cada um dos meus direitos, manifestar a minha indignacao. Eu quero sim ver o país mudar porque eu acho possível, porque eu quero algo melhor para mim e para todas as outras pessoas. Lutar é cansativo sim, mudar uma situação que se perpetua injustamente há decadas (para nao dizer seculos) é dificil. Mas nunca pode ser visto como impossível. Se todos acharem isso, qualquer mudança fica inviabilizada. Coçar o saco em casa também nao vale. Tem de protestar mesmo, usar todos os recursos. Xô, preguiça!


Cortaram os salários dos funcionários publicos. A justiça mandara o governo pagar. O direito de greve é constitucional. O que se faz? A Adufrj (associacao de docentes da ufrj) entrou com um processo para pedir a prisao do ministro Paulo Renato por crime de responsabilidade. Se vai funcionar? Obvio que nao. Mas é isso que se faz com quem nao cumpre a lei, com quem comete crimes: processa-se e prende-se. Ter a iniciativa de processar ao invés de apenas reclamar já é um grande passo.

É preciso cobrar, é preciso acreditar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2001

Mil coisas iradas aconteceram hoje. Grandes vitórias, grandes cansaços, prenúncios de problemas, etc.

O que importa é que eu tou feliz, apesar de estar me sentindo uma veterana da guerra que é o movimento dos estudantes, em especial o secundarista, do qual faço parte.

Teria milhões de coisas para contar para vocês. Coisas que uns adorariam ouvir e outros, com discursos - individualistas, eu diria - rebateriam ferrenhamente.
Mas eu tou tao cansada que nem consigo articular as minhas idéias para colocar aqui tudo o que aconteceu hoje. Perdoem-me, ok? :)

terça-feira, 2 de outubro de 2001

Não escrevi ontem, né? Que merda... Mas eu explico: entrei no ritmo da reta final do vestiba... Tou disposta a fazer aquele esforço colossal para tentar passar. Colégio tá em greve ainda, uma professora num aguentou e tá fazendo uma revisão dos anos anteriores. Os outros professores deixaram pilhas de folhas na xerox para lermos e fazermos. 150 ao todo, que tal? Eu tou na folha 4 de uma das apostilas... :P

Pelo menos eu deixei com vocês essa música linda ai "Socorro". Ela me toca profundamente, fala muito desse meu momento; uma espécie de forma de "sobrevivência" para esse período pelo qual eu estou passando...

E por falar em sobreviver, a Renata escrevou algo ótimo no blog dela: "Na vida tudo é pretexto". Achei a citação maravilhosa e fiquei horas pensando nisso e em como isso se aplica a minha vida... E até mesmo a vida alheia. A gente CRIA mil empecilhos paras as coisas acontecerem, a gente complica as coisas. Para que? Pra que? Num tem de ser feito? Pois que seja logo de uma vez. Queria muito poder transformar isso numa meta pessoal de vida.

Vou postar aqui uma poesia linda, enviada pelo Alfredo (um leitor do blog). Ah, mandem poesias a vontade! Eu amo le-las :)))


SAMBA-CANÇÃO
(Ana Cristina Cesar)

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone – taí,,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa, meia-fera,
risinho modernista
arranhando na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,
vali-me de mesuras
(era comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...



PS: Delícias falando sobre drogas durante o sexo. Confiram... ;)