sexta-feira, 23 de abril de 2004

Ha amor e isso eh inegavel. Nao falo daquele amor romantico, idealizado, o mitologico "seremos felizes para sempre". Nao esperaria jamais isso de mim; essa nao seria eu.

Falo de um amor que se sente pelas qualidades e ate mesmo pelos defeitos de uma pessoa. Amor por tudo que torna aquele ser unico, especial e nao apenas mais um. Abrange a amizade, mas esta além. É um sentimento por se dizer ate autonomo - eis que nao vem condicionado a nenhuma circunstancia, nem motivado por nada; o "gostar de graça -, um gostar muito claro de alguem, uma completude de almas que dispensa ate a avaliação do amor romantico, como figura do sexo oposto. Aproxima-se pela afinidade, pela compreensao do outro. Transcende-se a questao carnal e busca-se olhar para a alma de cada palavra dita, para intenção reconhecida em cada gesto.

Mas esse sentimento, ate para mim que o sinto, ainda é dificil e novo de se compreender. Mais dificil ainda de se explicar.
No entanto, o merito do sentimento é senti-lo; sua beleza nao reside em sua explicação - graças a Deus.

Sinto e sou feliz assim.
Talvez a beleza esteja, neste momento, em reconhecer que amo.

Dou o braço a torcer e a cara a tapa.

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