sábado, 15 de setembro de 2001

Post ao pé do ouvido

Vontade enorme de ficar aqui quietinha no meu canto com todos esses sentimentos enovelados na minha garganta. Mas nao posso.

Eu confesso: estou me sentindo estranha. Nada que comprometa o meu estado natural de felicidade (não sei como definir isso... é o meu amor pela vida, digamos assim), mas sabe quando lá no fundinho você sabe que algo está errado e muito errado? E pior, eu nao sei o que é. Só sei que nao é assim que eu quero as coisas, não é assim que eu planejo a minha vida.

Eu perco muito fácil os meus limites. Eu sempre aposto que sou capaz de mais e realmente sou. Porém, quando a situação caminha para horizontes além dos que eu pensara, eu fico me sentindo perdida. É uma falta de controle que impede o planejamento, impede que eu saiba onde eu estou pisando e principalmente: a inconstância e a incerteza me impedem de confiar. Ainda mais quando uma coisa que eu muito prezo é constantemente quebrada: a palavra...

Eu queria poder acreditar em certas coisas cegamente. Eu nao sei viver numa situação na qual eu nao posso confiar porque o meu bom senso diz que para manter a minha integridade emocional, eu preciso abrir meus olhos e muito. Não sei abrir meus olhos e verificar que pode simplesmente "não ser mais".

Incomoda-me verificar que há uma divergência séria no que diz respeito a compreensão de certos aspectos, de que as coisas nao estao delimitadas como deveriam. Incomoda-me me sentir desrespeitada quando eu nao deveria me sentir.

Não sei fingir o que eu sinto e nao julgo isso incoerencia. O que fazer? Impor um limite aos meus sentimentos e negar fervorosamente tudo o que eu sinto so para parecer coerente? "Então tá, eu disse que não ia ser assim, mas eu tou sentindo que é assim." E agora? Quer que eu diga que nao tou sentindo?
Não sei parecer não me importar. Não sei aceitar tudo. Mas eu sei direitinho o que eu deveria falar, eu sei o meu papel. Porém, nao quero que para cumpri-lo eu tenha de me violar. Não vou, nao posso, nao devo violar nada do que eu acredito por causa disso. A isso, sinceramente, eu nao estou disposta.

Se eu vou segurar a barra? Não sei dizer. Se eu sei exatamente o que eu quero? Não tenho certeza, mas assim eu nao quero nao.

Já é um começo...
E tem mais: eu só quero sofrer pelo o que eu sei. E se possivel, só pelo que vale realmente a pena.
Eu quero reciprocidade. É essa a palavra.
Assusta-me essa pontinha de raiva que eu sinto dentro de mim...

Se eu me calasse, será que você entenderia?

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