quarta-feira, 30 de janeiro de 2002

Uma vida sem correntes. Eu não tenho amarras em meu corpo. No entanto, mesmo livre e desnuda, eu estou inevitavelmente presa. A que? Estou presa ao contexto, ao determinismo e ao pragmatismo. Estudar, trabalhar dando o máximo da minha mais valia, morrer na fila da previdência. Sem curtir nada. Eu perderei minha juventude em uma forma de ser que não necessariamente me torna alguém? Quem sou? Uma máquina de trabalho ou um recipiente de emoções? Não vejo como ser as duas coisas equilibradamente. E isso é motivo de medo. Não quero me privar de todas as minhas emoções em prol de algo que não sei se será bom para mim. Tenho dinheiro, casa própria, realização e o que construí? Não quero ser oca. Acho que isso é bastante.

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