sábado, 8 de setembro de 2001

A menina Artie tem razão: "A vida bem que podia vir com uma 'FAQ':
Frequently Asked Question About Life".

E eu preciso agradecer ao elogioso comentário da Violinha ao meu texto "Identificações", feito a partir de frases da Clarice Lispector. (Ver quarta-feira, 05/09)
Tenho também de agradecer a Violinha pela valiosa companhia e por ter sido tão amiga desde que voltamos a nos falar (nao, a gente nao tinha brigado). Te adoro, viu, moça? :)

Sabe que ontem eu surtei e escrevi o "Identificações" na porta do meu armário? Eu ia escrever de retroprojetor preto, mas nao achei o álcool para confirmar se sairia ou nao a caneta depois que eu tivesse escrito. Resolvi escrever a lápis. E coloquei lá na porta do armário o texto com as devidas explicações. Fiquei babando depois.

Eu tenho essa mania... Eu coloquei alguns dos textos que eu considero significativos para mim escritos no meu armário. Além do símbolo do yin-yang, que foi quase que meu "mantra" do ano passado. No meu niver, o bolo era com esse mesmo desenho para simbolizar a fase pela qual eu estava passando, que era de muito equilibrio. Continua lá para eu lembrar do quanto é importante ser equilibrado. Eu juro que tento, mas nao tenho mais a mesma competência do ano passado.
Na parede do lado da cama (eu durmo virada pra parede) eu coloquei a frase mantra desse ano: "Minha medida é a minha vontade." Deixei lá para eu olhar sempre e ter isso na cabeça, introjetado no meu sangue, etc.

Tenho vontade de cobrir meu quarto com os meus textos. Mas acho que ficaria meio feio... Vou colocando um aqui, outro ali, substituindo os antigos...
Eu preciso mesmo é de um quadro metálico para eu colocar todas essas coisas e parar de rabiscar a parede. Mas tá carooooo. E eu prefiro guardar dindin para comprar coisas que eu tou realmente precisando, como uma sandália rasteira. :P


Mudando completamente de assunto...

Pros que passarão aqui amanhã, vou deixar um presente: uma poesia que achei enquanto vagava pela internet...
Achei no Jornal da Poesia. Ah, também achei linda.

Femina
Soares Feitosa

Não lavei os seios
pois tinham o calor
da tua mão.

Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo.

Não lavei o corpo
pois tinha os rastros
dos teus gestos;
tinha também, o meu corpo,
a sagrada profanação
do teu olhar
que não lavei.

Nem aqueles lençóis,
não os lavei,
nem os espelhos,
que continuam
onde sempre estiveram:
porque eles nos viram
cúmplices, e a paixão,
no paraíso,
parece que era.

Lavei, sim,
lavei e perfumei
a alma, em jasmim,
que é tua, só tua,
para te esperar
como se nunca tivesses ido
a nenhum lugar:
donde apaguei
todas as ausências
que apaguei
ao teu olhar.

Nenhum comentário: