sábado, 9 de março de 2002

Amanha é a prova da UniRio e eu ainda nao deitei para dormir. Estou estranhamente inquieta, ansiosa. É estranho porque eu nao costumo ficar assim na vespera de nenhuma prova de vestibular. Geralmente nao tenho dificuldades para deitar e dormir cedo, nao fico enrolando, adiando, nem nada.

Eu tenho uma coisa para contar, mas eu nao quero contar ainda. (Eu sei, eu sei... É insuportavel ver alguem dizendo que vai contar, sem contar)

Bom, deixa eu falar primeiro do dia de hoje. Fui almocar com o Pedro, a Julia Teles e a Dessous. Foi muito legal. Fomos ao La Mole e dividimos os pratos, porque todo mundo vive com pouca grana. Depois ficamos andando por Botafogo, batendo papo, vendo as lojas do Botafogo Praia Shopping, estreitando nossos laços.
Alias, para os cariocas... Entrei na Saraiva Mega Store do Botafogo Praia. Ao final da loja, tem umas janelas de vidro que ficam sempre fechadas. Observem uma delas atentamente. É a que mostra um dos pedaços mais belos da cidade, o Pao de Acucar e o morro Cara de Cão. Eles estavam tao lindos naquela janela, emoldurados. Formavam um cartão postal super maximizado. Fiquei apaixonada, olhei por minutos a fio.

Depois, voltando para casa, eu surtei. Estava andando pela rua com o Pedro e a Dessous, já pela noite. Dai tinha um cara muito estranho, meio bêbado. Ele desacelerou seus passos para ficar proximo a gente. Logico que eu achei super estranho. Eu fiquei olhando sem entender pro cara, ele falou alguma coisa e eu so ouvi "assalto". Sabe o que eu fiz?? Sai correndo feito uma louca e entrei no primeiro onibus que vi parado no ponto que, por algum acaso, servia para a ir para a minha casa.
Mais tarde eu liguei para Dessous, para ver direito o que tinha acontecido. Qual foi a minha surpresa ao saber que o cara tinha dito: "Eu nao vou te assaltar nao!". A Dessous gargalhava, me chamando de neurotica. O Dani, que estava ouvindo a conversa porque eu botei as duas linhas em conferencia, me chamou de chupeta. Eu estou ficando mesmo. Estou apavorada com essa cidade. Estou cansada de ter de ficar me resguardando ao sair a rua, de ficar neurotica com o horario e a forma de voltar para casa, de ficar paranoica com movimentacao estranha a minha volta. Essa cidade ta perigosa demais, eu nao vejo jeito disso mudar e me sinto completamente desamparada, fragil. Minha mae acha frescura quando eu falo que nao pretendo morar no Rio daqui a alguns anos. Eu nao acho frescura nao; eu nao pretendo mesmo, principalmente se as coisas continuarem assim.

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