sábado, 16 de março de 2002

Eu recebi hoje um mail da Karla falando de um texto meu, chamado "ultima poesia de criança". O engracado é que eu mesma nao curto muito esse texto. So vejo valor no fato dele expressar exatamente o que ocorria naquele momento. Uma coisa dessa transicao, um pouco dificil, da infancia para a vida adulta, fala dos valores que eu queria poder manter que mesmo falsos, dao um certo sossego para a nossa alma. Mas acontece que a gente cresce mesmo.

Eu amo escrever e tenho fases. Fases em que eu necessito de escrever, fases nas quais eu nao preciso escrever, fases tematicas, etc. Tenho escrito pouco porque tudo o que tenho por perto e dentro de mim, tem me bastado. As minhas agonias nao sao mais incompreensiveis como antes. Sao agonias pragmaticas demais. Por isso, nao preciso do papel para desvenda-las como uma "especialista em rachar fios de cabelo no meio" (Nietzsche).

O papel ainda é importante para mim e escrever continua me dando muito prazer. Mas eu nao sei. Eu nao carrego mais as grandes incognitas dentro de mim.

O que será isso? Amadurecimento, conhecimento, desconhecimento ou esvaziamento? Eu mesma nao sei a resposta.

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