segunda-feira, 22 de outubro de 2001

2 textos que escrevi em plena aula de matemática. Assim mesmo... Aulas de matemática me inspiram para fugas e a minha fuga é escrever. Eu pretendi fundi-los em um só texto, mas ainda nao consegui fazer isso e me incomoda um bocado cortar trechos dos textos porque eu acho que cada frase é um momento e ela deve ficar nesse momento, representando o que ele foi. Quando eu mexo numa frase, eu mudo o instante. A menos que queira me convencer de algo, nao vejo necessidade de ficar mudando instantes.

Ai vao os textos...

"Não entender o significado de fim. Isso é certo ou errado? Não há como julgar, não há parâmetro. Certos julgamentos não devemos fazer. Para nos pouparmos mesmo, no melhor sentindo da auto-preservação. Mas isso pode sempre ser fraqueza porque para certas coisas não é preciso coragem nenhuma, é preciso fraqueza, isso sim. E se eu desisto de tentar, estarei expondo a mim mesma o mais profundo do meu fraco? Julgo tudo isso diariamente e eu não devia. Mas não dever nunca é argumento suficiente para não fazer. No entanto, se quero veementemente por fim a tudo isso – parar de tentar -, por outro lado, sempre me resta essa fagulha de esperança que me impulsiona para voltar ao jogo. Sinto-me viciada nisso: voltar a jogar está sempre acima da minha vontade.

Eu evitei falar para mim mesma sobre ele porque não sabia quanto tempo ia durar, ou melhor, sabia que não ia durar. Ainda dura, mas desse jeito inexplicável de um perto-junto-separado e que cada dia mais se concretiza na distância. Não queria que assim fosse, não entendo o que não funcionou. Não enxergo certas coisas e admito isso. Eu não enxergo términos. Posso perder a esperança a qualquer momento. Agora mesmo já desisti de lutar e optei por esperar. Não se trata de um esperar acomodado, pois toco minha vida como posso. Há algo que me impulsiona para o dia a dia, para a vida. Talvez seja fé. Porque a esperança é para quem sabe esperar as coisas clarearem."

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