terça-feira, 23 de outubro de 2001

A minha "mãe" costumava dizer o seguinte, quando me ouvia chorar (Ela me punha no colo e fazia cafuné nos meus cabelos cacheados): "- Minha filha... Você nao sabe a força que voce tem."

E tanto tempo depois, "mãe", quando você nem está mais tão aqui como antes, eu ainda sinto que as suas palavras - por mais acalentadoras que sejam e isso nao nego -, nao me ajudam a compreender quem eu sou. Porque sou forte, isso nao nego. Mas nao entendo a minha força e por isso, nao sei lidar com isso. Eu nao aprendi muito bem a lidar com as minhas manias, com as minhas crises. É estranho tudo isso. É como ser uma viajante da sua própria vida. É a sensação de nunca estar onde se parece estar.

No fundo, há um prazer nisso. Há, inegavelmente, um grande prazer no desprazer.

O que eu digo é para muito além das minhas próprias palavras. A isso, companheiros, se chama vida.

É isso aí...

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