sexta-feira, 10 de agosto de 2001

Dia seguinte...

É. Hoje é um dia meio dificil. Tou sem vontade de fazer muita coisa e decidi respeitar isso. Por outro lado, resolvi me mimar um pouco e fiz tudo o que eu senti vontade de fazer... Ai leia-se: escrever, chorar, pensar, comer e estar perto dos amigos. Vou matar o cursinho e ficar em casa cuidando um pouco de mim porque nao tem mesmo clima para estudar. Várias vezes eu quase chorei durante a aula. Mas, na hora em que ficou brabo mesmo, uma amiga minha sentou do meu lado e a gente ficou conversando e comendo brigadeiro. Valeu mesmo, Rita.

Gato

Hoje foi mesmo engraçado no colégio. Nós assistimos a todas as aulas com um filhote de gato na sala. O gato ficava no colo, dormia quase que semi-dopado, comia biscoito de polvilho, bebia agua na tampinha de garrafa, andava por trás dos professores, atrapalhava a aula porque as meninas gritavam para ninguem pisar no gato e quando ele fazia uma coisa fofinha, era uma comoção geral. Hilário e patético. Não sei dizer ao certo qual dessas coisas é predominante. Mas vou ser mais uma vez repetitiva... Coisas que só acontecem no meu colégio.

Reflexões sobre morte

O problema maior não é a morte do meu tio em si e sim a percepção de que nós não somos nada, apesar da nossa incrível prepotência. É o desamparo ao qual estamos sujeitos desde que somos arrancados do ventre de nossa mãe. É ali que a jornada começa... Para vencer esse desamparo, a gente se relaciona. O homem é um ser social e um dos fatores vem daí. Mas ai você que tá aí vivendo a sua vida, numa boa, de repente tem um curto e sai do ar. Pronto, acabou. Você deixou de ser. Será que você fez tudo o que queria ter feito? Será que deixou algo por fazer? Uma palavra que você queria dizer para alguém e ficou para o eterno "amanhã"? Uma pessoa de quem você gosta muito e nunca chegou a dizer isso? É, nós precisamos mesmo aprender a dizer as coisas que sentimos na hora em que sentimos. Um dos motivos é esse...

Outra coisa... Pensei em escrever meu testamento logo. Doido não? Mas é serio. Poxa, tem mil coisas que eu queria poder dizer para certas pessoas e objetos pessoais que eu gostaria de deixar para esta ou aquela pessoa. Acho que eu quero ficar velhinha e morrer como a minha madrinha, de enfarte. Mas, ela sabia que ia morrer na semana que ia morrer. Pensa que ela pirou? Nada. Fez o que ela queria fazer, ligou para quem ela gostaria, se "despediu" do marido (logico que ela nao contou que ia morrer para ele). E morreu feliz... :)

Acho que a onda é essa...

Lapa

E por falar em onda, eu vou pra Lapa hoje. Eu, Maria, Maria Rita e não sei mais quem. Vai ser foda. As meninas deram pulinhos de alegria quando eu falei que ia com elas.
As vezes eu me sinto meio mal porque eu sempre acho que não correspondo às expectativas das pessoas e acabo nunca mostrando direito o quanto eu gosto delas. Mas é uma coisa minha mesmo. Apesar deu sentir, tenho uma grande dificuldade em demonstrar. Não sou uma mulher de toques. Acho que já até falei disso aqui...


Para terminar o dia, uma letra de música do Caetano... Eu acho que atualmente ele é a mais clara definição de pessoa pretenciosa, mas tenho de admitir que ele tem muita coisa boa.

Qualquer Coisa
Esse papo já tá qualquer coisa
Você já tá prá lá de Marrakesch
Mexe
Qualquer coisa dentro, doida
Já qualquer coisa doida
Dentro mexe
Não se avexe não
Baião de dois
Deixe de manha, 'xe de manha, pois
Sem essa aranha! Sem essa aranha!
Sem essa, aranha!
Nem a sanha arranha o carro
Nem o sarro aranha a Espanha
Meça: Tamanha! Meça Tamanha!
Esse papo seu já tá de manhã

Berro pelo Aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você me ganhe Que você me apanhe
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe
Esse papo meu tá qualquer coisa
E você tá prá lá de Teerã

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