quarta-feira, 15 de agosto de 2001

Hoje lá no colégio ainda tavam rolando altos comentários do churrasco. Eu, não por acaso, era uma das mais comentadas por conta do meu perfil bebada.

Mas o que a galera comentava mesmo era o fato da volta, lá no fundao do onibus, ter sido GLS.
Fico meio puta com essas paradas.
É sempre assim... dizem-se os liberais e bla bla bla e na hora em que vê uma cena dessas, geral fica bolado. Claro que eu tenho de concordar que foi muita exposição e tal. Mas se bateu vontade na galera que fez, por que não? O que impede? Ficar na vontade por simples preconceito bobo? Nunca! Isso é que eu acho mais louvável: se permitir experimentar, fazer o que tem vontade. Nada a ver mesmo é o povo ficar comentando, escrevendo debaixo do nome do pessoal alusões às suas preferências sexuais. O que os outros tem a ver com isso?
E ainda vieram comentar comigo... Eu, que sou amiga de algumas pessoas envolvidas. Minha reação? "Ué, que que tem demais?" Queixos caiam...
Putz... sem comentários.


Para terminar, um texto com questões bem interessantes, retirado do Evasão de Privacidade

UMA ODE À CONTENÇÃO:

E aquele personagem de Oscar Wilde, que, aos sessenta anos, calou a boca para sempre, porque já havia falado tudo o que existia de minimamente interessante?
Um modelo.

As pessoas nunca deveriam falar mais do que vinte minutos. Este é o potencial de interesse do ser humano.

A boa literatura tende ao zero absoluto. Começou com a épica grega. Terminou, como se sabe, no slogan publicitário. O futuro?

O futuro é o hai-kai. A poesia silábica. Nossas conversas encurtam a cada dia, e isso é ótimo: nossas idéias encurtam também, e isso é legal porque agora cabem na pochete.

Raros livros merecem ter mais de cinqüenta páginas. Talvez a lista telefônica.

'Escrever, hoje, é cortar palavras', disse Drummond. Mas qual o motivo para este estado de coisas? A velocidade pós-contemporânea? A falta de tempo da civilização industrial?
Nada disso. É que finalmente se descobriu que a humanidade não desperta interesse por longos períodos.

O namoro: preenche-se os intervalos de tédio com sexo e briga. A amizade só não é maçante porque desaparecemos sem motivos. Por que a família é ruim?, porque há que se conviver quando não há mais assunto, e não se pode trepar.

A cada dia, Paulo Mendes Campos ganha mais sentido.
'Executados os exercícios da dor, os ofícios humanos se arrastam numa gelatina desculpavelmente ridícula'.

A verdadeira poesia contemporânea chama-se telegrama.

Ainda bem que inventamos a desculpa de estarmos apressados.

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