terça-feira, 21 de agosto de 2001

Um outro texto meu... :)

Nascimento


E tem esses gritos dentro de mim que eu não consigo proferir. Tento, insistentemente passar para o papel. Falta-me o léxico necessário para escrever meus sentimentos. Escorre o tempo. O tempo em mim escarra, bate-me por tê-lo perdido.

Não há perdão, eu sei. Eu sei. Sei sim. Tudo por medo. Não, eu não quero falar. Pára com isso. “Mas você precisa...” Não, eu não quero falar. Não insista.

Das palavras, quais são as que doem mais: as que reverberam ou as que calam? Não sei. Não consigo ponderar o que é dor e o que é confusão em mim. Não preciso dimensionar nada e acho que nem quero. Não quero ter certeza do que pode doer. Pára de falar nisso e beija-me. Eu beijo. Eu desejo. Eu, viva de novo. Não me deixa morrer.

“Querida, me dá a tua mão. Vamos viver. A gente ajeita as coisas, fica tranqüila.”

Não me deixa sozinha, por favor. É na solidão que eu ouço os meus gritos.

“Você nunca está sozinha quando perto de mim. Você está apenas morbidamente acompanhada. É isso o que você quer?

Não me force a responder porque essa dor de palavras arrancadas eu não posso suportar. Que tipo de amor é esse que não provoca nenhuma dor? Eu diria que esse tipo vive na inexistência e numa enorme dificuldade em ser!

“Então vamos... Permita-se viver, morrer, sofrer e nascer. A vida precisa ser vivida”.

Foi aí que ele abriu as janelas para a sala branca e vazia do início da vida, na qual tudo são pontos de interrogação.

Ela nasceu aos dezessete anos. Foi assim que surgiu no mundo: tendo nas costas a piedade divina e vivendo, em todo tempo, a mais profunda confusão.



Err... A pergunta que não quer calar: alguém entendeu alguma coisa? :) Eu espero que sim... :)
Tenho outros textos aqui e tem um que eu vou postar no dia em que eu for contar algo para vocês. Algo que talvez esteja prestes a concretizar-se e que eu certamente nao terei jeito de por em palavras. :)

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