sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Dia de imersao em uma serie de pensamentos. Ultimo dia na faculdade, nota boa em uma das materias e o coracao apertadinho.

O recesso vai me ajudar a pensar.... O tempo dira, como sempre.

Ontem, conversando com o Fred, cheguei a umas viagens muito loucas. Dentre elas, a questao do tempo.

Essa certeza de que o tempo tudo cura tem um vies interessante: a inercia. Ficar-se inerte em uma situação em que se gosta de alguem que esta "longe", tipo um amor impossivel porque sabe-se que isso vai passar. Que coisa mais louca! Ja imaginou? Deixa-se de tentar por conta da certeza de que o tempo curará. Aceita-se a dor e espera-se quieto ate que ela passe.

O que era uma garantia pode, por isso, acabar se tornando algo que nos leva a nao tentar . É se deixamos de tentar um caminho que nos poderia fazer feliz por acreditar na impossibilidade. E o que é impossivel, afinal?

A verdade é que nao so o tempo ajuda como os sentimentos sao como plantinhas. Eu sei que a comparacao pode soar meio idiota... Mas é que nenhum sentimento se nao for regado cresce e florece. É preciso dosar: nem agua demais, nem de menos.

E ainda que detivessemos a verdade acerca de uma situacao... Clarice Lispector fala lindamente sobre isso... "A verdade ultima a gente nunca diz. (...) Sera que eu reconheceria a verdade caso esta se apresentasse?" Porque sempre ha a possibilidade de nao reconhecermos o que esta acontecendo. E a verdade desfilar diante dos nossos olhos e nao a comprovarmos, nao a reconhecermos e a negarmos por parecer-nos falsa. A verdade é dita pelo nosso juizo de valor e de acordo com os nossos interesses. E dai os sucessivos enganos, encontros e desencontros que temos ao agirmos de acordo com o que pensamos, sentimos ou verificamos.

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