quarta-feira, 21 de novembro de 2001

Terei de melhorar muito para ficar simplesmente mal humorada. Hoje eu tou um limao, de tao azeda. Nao sei porquê. Nem sei se tem motivo. Só sei que quero ficar aqui quieta no meu canto, em silêncio, sem ter de dizer ou explicar qualquer coisa, respeitando o meu momento.

Mas, de qualquer forma, eu separei uma poesia gracinha para vocês. Essa foi furtada do Perhappiness.

Paleta sem cor
(Adriana Kikuchi)

Cairam pelo caminho
o vermelho, depois o amarelo
e as folhas do último outono.
E ja não tenho o tempo,
e nem tempo
de olhar pra trás.

Hoje já é quase ontem
sinto-o distante
como o fim da ponte .
Já não sei como atravessar o horizonte,
não sinto cansaço,
me sinto incapaz.

Sobraram na paleta
somente o azul
e um pouco de verde, do único inverno.
E já não tenho mais, que memórias desbotadas,
que mimetizam minha alma,
me encontro em paz.

O amanhã já me chama
infinitamente branco,
oferecendo tanto.
E ja não sou o artista,
que eternizava o momento
de uma beleza fugaz.

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