quinta-feira, 28 de junho de 2001

Eu ainda não tenho nada pra contar, mas li um texto bem interessante num blog e vou tratar de postá-lo aqui.
Na verdade, eu sempre penso sobre esse assunto também. Não deixa de ser uma possibilidade, já que Rousseau era filósofo e não cientista. Talvez psicólogos de plantão possam esclarecer a polêmica questão a respeito das crianças, se é que já foi esclarecida.

"CRIANÇA: uma coisa má

Poucas coisas são tão cruéis quanto criança. Maravilhosa hipocrisia social, que vem com o tempo e torna a vida menos tenebrosa. Tanto reclamam do envelhecimento, eis aí uma vantagem: só vão pisar metaforicamente nos seus calos. Nunca com o kichute afiado.

Carlos era orelhudo. Entrou no colégio interno. Levou cinco pescotapas. Cuspiram no seu bife. Arrancaram as folhas do seu caderno. Bem-vindo, Carlos, à infância. E o dentuço? Dentão ou Dentinho. O indivíduo mal asseado: Porcão. Chiqueiro. Qualquer um que use óculos - fala, nerd.

Dizem que a infância é repleta de brincadeiras inocentes. De jogos pueris. Mentira: a infância é só o prenúncio da porcaria toda. Mudam os objetos, me dá aqui o carrinho, seu porco, me dá aqui a liminar, seu doutor. Ivo viu a uva; Eva viu o capital de giro; vamos regar nossas debêntures num potinho com algodão até apodrecerem.

A grande diferença está na forma como a competição social se manifesta. Tudo o que se quiser saber sobre os homens se pode aprender vendo crianças de sete anos repartindo o Fandangos. Avareza. Inveja. Luxúria. Gula. Generosidade e amor; simpatia e perdão.

Rousseau estava errado. O homem nasce mau. A sociedade vem e coloca uns panos quentes."


(in Evasão de Privacidade)

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