sábado, 9 de junho de 2001

Hoje foi um dia meio "borocoxo". Nao fiz nada além de provas. Sério. Acordei como faço todo o santo dia às 6:10 para ir ao colégio fazer as malditas provas. Me fu em fisica. Sei lá como fui em literatura, mas acho que bem. A professora tinha razao ao dizer, quando perguntada da prova, que estava deliciosa de ser feita. Era uma prova daquelas pra se decolar, mas como decolar com 1:40h apenas? Não há criatividade que não pereça na ditadura do ponteiro do relógio.

Alias, vocês já repararam que toda a nossa vida é comandada pelo relógio? Isso é um legado da Revolução Industrial, que não foi apenas a maquinização da produção, mas também incluiu toda uma mudança na sociedade. "Introjetar um relógio moral no coração de cada trabalhador foi a primeira vitória da sociedade burguesa." (Edgar Decca in O Nascimento das Fábricas) E o mais grave: "A sirene da fábrica marca um novo ritmo de vida... Em sua tarefa o operário se distancia, cada vez mais, do que está produzindo." (in História do Movimento Operário - Os destruidores de máquinas). Então, você (que eu sinceramente espero que nao seja um alienado) consegue imaginar que sua vida foi ditada por essa e outras Revoluções? Nós vivemos soma e desconstruções de todos os momentos humanos. Aqui, agora. Tudo o que o homem fez se reflete sempre. É muito "contemporaneocentrismo" achar que nada do que faremos se refletirá em momento algum. A gente precisa parar de viver o presente e começar a planejar o futuro. Ponha a mão na consciência cidadão! Quero poder ve-lo dormindo tranquilo, em paz.
Ah! E por mais necessário que seja viver sob o regime autoritário dos minutos e segundos, fuja dele de vez em quando. A gente precisa disso. Não somos máquinas.

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