terça-feira, 19 de junho de 2001

Mas, apesar dessa coisa louca que eu tou sentindo, eu separei umas coisinhas pra vocês e algumas coisas que eu queria dizer, eu falo ao longo.

O IMPOSSÍVEL CARINHO

Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te da minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor -
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!

Manuel Bandeira


Essa poesia na verdade era algo que eu queria dizer pro gatinho... Só que eu nao posso dizer. Não posso por uma serie de motivos que eu nem saberia nomear aqui. Não posso porque sei que ele não quer ouvir isso e não sei se vai querer. Nem eu sei o que sinto e quero. Eu quero mesmo é deixar que o tempo resolva essas coisas. E quero ver onde é que vai dar essa história minha e dele... :P

Esse poema faz parte de uma linha de 3 poemas com a mesma temática que a professora de literatura separou para estudarmos esse poeta modernista. O que eu acho belo é que Bandeira fala nessa poesia de um amor que não consegue ser expresso apenas por palavras; a linguagem é limite para sua expressão. Engraçado foi que eu tava olhando na página da Violinha e ela postou uma frase que muito me serve para explicar o que eu tou querendo dizer, apesar dela ter utilizado com outra ideia:

Para mim, esta proposição de Wittgeinstein tem tudo a ver com o blog:
"Os limites da minha linguagem significa os limites do meu mundo."
(Proposição 5.6 do Tratactus Logico-philosophicus)


Entendamos linguagem como a ampla forma de comunicação que se pode dar entre os seres e não apenas como algo verbal. A gente sempre busca meios de nos fazermos entender, de nos expressarmos e somos limitados por nós mesmos nessa expressão. Engraçado pensar nisso, não? Nós nos limitamos... Nós vetamos de tantas coisas...
Para Bandeira, a perfeição era quase a morte. Ah, se nos buscassemos menos a perfeição e mais a realidade! :)

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